O triunfo do New England Patriots sobre o Miami Dolphins na tarde do último domingo raramente foi uma surpresa; tampouco o placar elástico, finalizado em 43 a 0 para os visitantes, causou qualquer espanto considerando o elenco dos dois times e as exibições na primeira semana da temporada. Ainda assim, a mensagem passada pelos Patriots foi estrondosa: New England é o time a ser batido na AFC.
Nos últimos anos, as visitas de New England até Miami foram nada menos do que indigestas: por melhor que fosse o time dos Patriots ou não importasse o quão medíocres eram os Dolphins, o time da Florida se sobressaia – foram cinco triunfos nas últimas seis vezes que receberam a equipe de Foxboro, entretanto, nem mesmo essa vantagem costumeira impediu um massacre em todas as fases do jogo.
Foi outra exibição praticamente sem falhas dos comandados de Bill Belichick, que agora acumulam a incrível marca de apenas 3 pontos sofridos nos primeiros dois jogos da temporada. Não importa que os Dolphins possuam (de longe) o pior time da NFL – você só precisa de um pequeno erro individual para que o adversário possa chegar até a end zone, e nem mesmo assim os Patriots cedem.
A atuação da defesa novamente foi magistral: a unidade pressionou os quarterbacks de Miami com sucesso, forçou quatro turnovers e ainda anotou dois touchdowns. Como um grupo, a defesa é extremamente concisa; ao mesmo tempo, possuem jogadores com qualidade individual para fazerem jogadas excepcionais. É o caso de Michael Bennett na linha defensiva – anotando seu primeiro sack com a equipe -, Jamie Collins – que fechou a partida com duas interceptações, sendo uma delas retornada para touchdown – e Stephon Gilmore, discutivelmente o melhor cornerback da liga no atual momento.
A chegada de Antonio Brown melhorou ainda mais o fortíssimo ataque
Não podemos fazer um recap do confronto sem citar quem foi a grande atração da tarde de domingo. Ainda em meio a uma investigação sobre abuso sexual, Antonio Brown estreou pelo New England Patriots e foi um diferencial instantâneo, terminando a partida sendo o líder de jardas recebidas pelos Patriots (56) e anotando um touchdown no segundo quarto, numa jogada onde os Dolphins apresentaram cobertura individual e Brown bateu seu defensor realizando uma recepção no ombro de trás.
Ele não foi listado como recebedor titular no início da partida (Edelman e Gordon foram), mas de longe foi o alvo mais procurado por Brady no jogo, sendo alvo de 8 passes e recebendo 4 desses. Brady, inclusive, teve um jogo bastante sólido: ele apresentou bom comando no pocket, suas decisões estiveram precisas como sempre e seu braço mostrou boa velocidade em passes mais longos, o que é sempre um bom sinal.
Ainda que os Dolphins não sejam lá um grande obstáculo quando o assunto é ganhar a batalha nas trincheiras, a linha ofensiva pouco sofreu, com Brady tendo tranquilidade ao longo do jogo e sofrendo apenas dois sacks; além disso, o jogo terrestre teve eficiência, especialmente quando Sony Michel e Rex Burkhead receberam suas carregadas – Michel se apresenta como o principal corredor da equipe nesse início de temporada.
Depois de duas vitórias bastante dominantes para começar o ano – e, mais do que isso, dois desempenhos praticamente impecáveis -, New England se projeta como o principal favorito na Conferência Americana junto do Kansas City Chiefs. A grande vantagem está no lado defensivo da bola, onde os Chiefs ainda precisam mostrar grande evolução ao passo que os Patriots se mostram impenetráveis no início do ano. Esse é um time que parece completo dos dois lados da bola e, ao menos nesse início de ano, é difícil ver um time que esteja no mesmo nível dos atuais campeões da NFL.







