1st & 10: Chega de Vontaze Burfict, por favor

Ainda: Jay Gruden precisa ser demitido e as preocupações com Jared Goff

Agora de volta e com novo nome, a coluna 1st & 10 é a forma de você rapidamente se inteirar sobre os principais assuntos da semana na NFL.

Postada todo meio de semana com Henrique Bulio, é uma forma de você rapidamente ficar informado! Confira aqui o índice completo da coluna.

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  1. Não é possível que isso seja feito de forma ‘oficial’ por conta do acordo coletivo-trabalhista. Mas Vontaze Burfict não deveria mais atuar na NFL. Com o apelo de sua suspensão por 12 jogos marcado para a próxima terça-feira, é possível que vejamos o banimento de Burfict reduzido em algumas semanas, o que lhe permitiria voltar a atuar ainda em 2019. Eu torço muito pra que isso não aconteça.

Não me importa o time que ele joga ou o fato de que ele não pode, oficialmente, ser banido da liga: Burfict não deveria nunca mais pisar num campo de futebol americano. Ele é um jogador perigoso e um risco à saúde de qualquer adversário que esteja em campo, simples assim. Suas chances de provar que não é um completo babaca já acabaram faz tempo.

Se fosse banido da liga, a NFLPA certamente apelaria dessa decisão. A questão é que, com Burfict em campo, todos os outros jogadores que a NFLPA representa estão ameaçados. Eu não sinto pena nenhuma do linebacker dos Raiders e tenho certeza que ele não faria nenhuma falta na liga se não assinasse com nenhuma equipe quando seu contrato de um ano com Oakland acabar. Não acho que isso vá acontecer – acontece que Vontaze é um bom jogador -, mas se um time realmente contratá-lo no próximo mês de março, o movimento merecerá críticas de todos os lados. Eu realmente não vejo razão para um jogador como ele permanecer na NFL.

2. Os Rams precisam acender o sinal amarelo – e rápido – com a situação de Jared Goff. Ótimo para o quarterback que ele já conseguiu sua tão desejada extensão contratual, ainda assim, Goff tem sido cada vez mais exposto ao longo das semanas. Sempre se soube que Jared era um produto do sistema, e agora com o interior da linha ofensiva muito inferior ao dos últimos dois anos, o passador dos Rams tem tido um desempenho bastante decepcionante.

Goff continua deixando ótimas jogadas em campo, seu problema com fumbles é cada vez mais evidente (são 12 nos últimos 12 jogos incluindo a pós-temporada) e ele sofre em executar cada vez que as defesas conseguem minar a comunicação entre ele e Sean McVay. Em quatro jogos, ele já tem incríveis 10 passes passíveis de interceptação, atrás apenas de Jameis Winston – são cinco interceptações nos últimos dois jogos. Não que Los Angeles tenha alguma escolha agora que o futuro da franquia está atrelado ao jogador, porém, é definitivamente uma situação preocupante.

3. Quando Washington começar a temporada 0-5 e Jay Gruden declarar novamente que seu time não possui um plano na posição de quarterback, ele deveria ser demitido. Eu sou totalmente contra demissões de técnicos no meio da temporada de modo geral – especialmente tão ‘cedo’. Por outro lado, não é como se Gruden tivesse feito algo nos últimos cinco anos que justificasse sua manutenção no cargo de treinador (mesmo com Alex Smith o 6-2 era enganoso com relação ao que se via em campo, combinemos). Realmente não consigo ver motivos pra ele ser mantido como líder da equipe.

Sabe qual a principal diferença entre Miami e Washington? É que os Dolphins são ruins assim propositalmente.

4. Falando sobre times ruins, existe uma chance gritante de Bengals e Dolphins na semana 16 ser o jogo menos competitivo de todos os tempos – e até mesmo o pior. Há uma chance considerável de que esses dois times estarão brigando pela primeira escolha geral do próximo Draft, e supondo que esse seja o caso, quem vencer dará um passo importantíssimo… para nada de útil.

Nesse momento, sabemos que Cincinnati é um time muito mais talentoso no papel. Isso importa de algo? Não, porque Miami é um time literalmente construído para ser ruim. A questão é que, tão tarde na temporada e com algo tão importante em jogo, é possível que veremos a partida com menos esforço pela vitória em toda a história da liga.

Os jogadores vão entregar o jogo? Não mesmo – a temporada possui apenas 16 jogos e eles se importam com cada partida, acredite. Mas sabe quem pode entregar? Os técnicos. Tanto Zac Taylor quanto Brian Flores estão praticamente seguros em seus cargos apesar do 0-4 atual – treinadores primeiranistas possuem maior segurança, sabe como é -, e a primeira escolha geral é algo valiosíssimo. Daqui até a semana 17, essa partida provavelmente será o motivo de maior empolgação dos torcedores de ambas as franquias, já que nenhum dos times estará indo para os playoffs de qualquer forma.

5. A AFC North é claramente uma divisão com os Browns na dianteira. Diga o que você quiser sobre a péssima impressão deixada no primeiro jogo da temporada, todavia, é evidente que Cleveland é o time mais forte da divisão Norte da Conferência Americana nesse momento – e a distância não é assim tão pequena, apesar da campanha 2-2 (e empatada com os Ravens) dizer o contrário.

Baltimore não consegue parar ninguém no jogo terrestre e Lamar Jackson não sabe o que fazer quando as defesas adversárias mandam blitz; Pittsburgh tem uma defesa boa, entretanto, confiar em Mason Rudolph para carregar o ataque é esperar um pouco demais de um jogador que não tem essa capacidade; e Cincinnati… bem, como eu ia dizendo, Cleveland, à parte a exibição terrível na primeira semana, venceu de forma convincente dois times inferiores (um deles o próprio Baltimore Ravens fora de casa) e só perdeu para o Los Angeles Rams num jogo disputado. E olha que os Browns ainda não estão nem perto do nível que esse time tem talento para alcançar.

6. Não se anime tanto com a possibilidade de seu time trocar por Jalen Ramsey porque os Jaguars não possuem razão alguma para trocá-lo. Jacksonville possui toda a vantagem do mundo aqui, não interessa o quanto Ramsey odeie estar no time e queira sair: ele está sob contrato por mais dois anos e, ainda, o time pode extendê-lo com a franchise tag; enquanto algum time não oferecer tudo que os Jaguars querem, Jalen vai permanecer na Florida goste ele ou não.

7. Os Vikings estavam a um quarterback de serem o melhor time da NFC; eles conseguiram, e agora são o pior time da NFC North. Primeiro: os 84 milhões do contrato de Cousins são inteiramente garantidos, o que já é desanimador o suficiente para o torcedor de Minnesota; depois, a insatisfação de Stefon Diggs e os boatos de que o jogador pode/quer ser trocado não foram exatamente desmentidos pelo mesmo.

O que é mais assustador no ataque dos Vikings como um todo é o quanto o time investe recursos para melhorar a linha ofensiva e isso não tem resultado. Riley Reiff foi um péssimo investimento pelo lado financeiro, ok, indubitável; o que piora a situação é que o time gastou escolhas altas de Draft em Pat Elflein, Garrett Bradbury e Brian O’Neill e desses, só o último tem jogado em bom nível – o pior é pensar que, com a escolha de Bradbury, o time poderia ter investido em Andre Dillard, jogador com muito potencial e numa posição muito mais importante.

8. Eu não tenho uma opinião definida sobre quem é melhor entre Mitchell Trubisky e Chase Daniel, mas tenho uma ideia para os Bears. Chicago certamente vai reverter de volta para Trubisky quando este estiver saudável, não interessa o quão bom Daniel atue até lá. Nenhum dos dois será a resposta ao longo prazo dos Bears, embora a organização ainda aposte em Mitchell por tê-lo selecionado tão alto no Draft.

Fica aqui uma ideia para Ryan Pace: ligue para Miami, relembre-os de que Tua Tagovailoa e Justin Herbert estarão disponíveis no topo do Draft e pergunte o que eles querem por Josh Rosen. O piso dele é maior, o teto é maior e ele finalmente terá uma chance de demonstrar o que pode fazer num sistema estruturado. Isso provavelmente tem muito mais chance de acontecer no fim da temporada, no entanto, os Dolphins já estão totalmente em modo tanking e mais uma escolha talvez pudesse seduzi-los. Seria a troca do século para os Bears, dez anos depois de trocarem tão caro por Jay Cutler.

9. É melhor que você aproveite o Thursday Night Football de hoje: a tendência é de vários jogos desinteressantes nas próximas quintas-feiras. Rams e Seahawks são dois bons times e farão um jogo bastante importante dentro da NFC West – o problema está nas semanas seguintes: Giants @ Patriots, Chiefs @ Broncos, Washington @ Vikings, 49ers @ Cardinals, Chargers @ Raiders e Steelers @ Browns.

Algum desses jogos parece ser realmente divertido a primeira vista? Certamente não. A situação melhora com um Colts @ Texans na semana 12 que pode ter implicações diretas na briga pela AFC South, mas até lá, os confrontos de meio de semana serão provavelmente um teste de paciência.

10. Um último item pessoal: é triste ver os cortes recentes na Sports Illustrated.

É estranho olhar pela ótica de um estudante de jornalismo e perceber que as empresas/companhias que dominam as publicações estão mais preocupadas com lucros do que com jornalismo de qualidade. Não era pra ser assim, não mesmo.

É triste ver o que aconteceu hoje – metade do staff da Sports Illustrated foi dispensada com a mudança na companhia que administra a publicação – porque isso atinge na pele, de certa forma. Sou extremamente grato ao Pro Football – não só ao Curti, mas toda a equipe – por me permitir que escrever sobre futebol americano seja o meu trabalho diário e procuro fazê-lo com amor e dedicação, muito além de simplesmente pagar as contas. Dias como os de hoje são tristes e desanimadores por várias razões.

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