1st & 10: BEARS DEVERIAM TER TROCADO POR UM QUARTERBACK

Desconfiança de Matt Nagy em Trubisky ficou evidente no último domingo; ainda, 16-0 dos Patriots é uma possibilidade tão distante assim?

Agora de volta e com novo nome, a coluna 1st & 10 é a forma de você rapidamente se inteirar sobre os principais assuntos da semana na NFL.

Postada todo meio de semana com Henrique Bulio, é uma forma de você rapidamente ficar informado! Confira aqui o índice completo da coluna.

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  1. Existe um ditado famoso, ou talvez nem tão famoso assim, que diz que nenhum técnico precisa responder sobre o que acha sobre o quarterback do seu time: ele simplesmente vai revelar isso quando for a hora.

Bem, a hora chegou no último domingo, e ficou claro que Matt Nagy não confia nem um pouco em Trubisky. Os Bears tinham tempo suficiente no cronômetro, um timeout disponível e a bola na linha de 21 jardas depois de um scramble de Mitchell. A decisão de Nagy foi a mais conservadora possível: ajoelhar na bola e chutar o field goal da linha de 23, o que se transformou numa tentativa de 41 jardas. Eddy Piñeiro, o kicker por quem Chicago passou a intertemporada inteira tendo dor de cabeça, errou: Chargers 17, Bears 16.

De início: isso é uma decisão péssima. Nagy falou na coletiva que não passaria a bola naquela situação porque “e se acontece uma interceptação ou um fumble?”, porém, independente do que ele diga, isso é uma decisão ruim. Você tem tempo suficiente para avançar ainda mais no campo e deixar o chute mais fácil para seu kicker e ainda possuía um timeout na situação. Conservadorismo exagerado não costuma dar certo na NFL e Trubisky vinha num bom drive.

Depois, avancemos pra terça-feira, quando se encerrou o prazo para trocas na NFL. Se Nagy está assim tão sem confiança em seu quarterback, ele e Ryan Pace podiam/deviam ter trocado por outro, mesmo que fosse uma solução à curto prazo. Opções não faltaram, certamente: C.J. Beathard (San Francisco 49ers), Marcus Mariota (Tennessee Titans), Josh Rosen (Miami Dolphins); agora, os Bears estão presos em Trubisky e Chase Daniel até 2020 no mínimo – se bons quarterbacks estivessem disponíveis na free agency, eles não estariam disponíveis. Vale lembrar: a defesa de Chicago é uma das melhores da liga e que periga ter seu auge desperdiçado por conta de um ataque inânime. Não é o melhor cenário.

2. A opção não-citada acima foi Andy Dalton, que eu acredito firmemente que os Titans deviam ter ido atrás. O preço de Dalton é bastante razoável para um quarterback titular – 8 milhões em 2019, 17,7 em 2020 e nenhum dinheiro garantido. Foi reportado ontem que os Bengals terão Ryan Finley como titular na próxima semana, o que efetivamente encerra a era Dalton em Cincinnati – teria sido uma oportunidade de ouro para Tennessee buscar uma melhora no setor.

No ano passado, escrevi um texto sobre a A Escala Andy Dalton – basicamente, o jeito de avaliar se seu time precisava de um novo franchise quarterback ou não. Na avaliação de Tannehill, mencionei que ambos tinham níveis quase que semelhantes, mas que a durabilidade do então quarterback dos Dolphins era uma preocupação. Um ano se passou e não só acho Dalton uma opção mais segura como considero ele um signal caller melhor do que Tannehill – ele acumula duas vitórias consecutivas com os Titans no momento, mas veja pela ótica de que seria uma evolução na posição mais importante do jogo.

O que seria necessário para tirar Dalton de Ohio? Não muito, provavelmente – a era dele em Cincinnati acabou, a franquia vai adentrar um processo de reconstrução e não é como se o mercado por ele fosse extenso. Acho que havia uma oportunidade interessante para Tennessee e esta não foi aproveitada.

3. Continuando na lista de jogadores que deveriam ter sido trocados, não faz sentido Washington ter segurado Trent Williams. A esse ponto, a possibilidade do left tackle atuar pela organização é inexistente – ele reportou para a equipe no dia do fim do prazo para trocas e falhou o teste físico por conta de desconforto com o capacete. Sério.

O time lidou mal com a situação de sua estrela – assim como com várias outras situações ao longo da última década -, contudo, a aplicação de uma política de redução de danos teria sido o ideal aqui: “Williams vai jogar pela gente de novo? Não, então vamos ao menos conseguir algum valor trocando-o para outro time”. Agora, com o jogador tendo reportado para a organização, ele não terá seu contrato automaticamente estendido por mais um ano e Washington não pode trocá-lo mais.

4. Eu acho que a coisa mais divertida do mundo seria os Dolphins vencendo Adam Gase pra conquistar a primeira vitória de 2019. É sempre importante fazer uma distinção importante com relação ao processo de tanking de Miami: os treinadores e os jogadores estão dando o máximo em absolutamente tudo que é possível – quem está fazendo esforços pra perder são os líderes da organização, montando um elenco fraquíssimo para que o time possa se reconstruir melhor em 2020.

Os Dolphins são agora um time muito melhor do que nas primeiras três semanas da temporada. Isso não significa absolutamente nada, dada a aberração no início de 2019; o que eu quero dizer é que esse é um time capaz de vencer um jogo, e nenhuma oportunidade será mais valiosa do que contra os Jets de Adam Gase nesse domingo. New York não é um time tão ruim quanto Miami, mas ainda é um time bem ruim, e a sensação de bater Gase deve causar alguma motivação à mais na organização da Florida.

5. É quase impossível olhar para a contratação de Adam Gase nos Jets e não achar cada vez mais que foi um erro. Depois de toda a bagunça da intertemporada relatada várias e várias vezes, mais uma vez New York foi um time confuso: relatos saíram de que o time estava procurando trocar Le’Veon Bell – e o safety Jamal Adams reclamou publicamente no Twitter sobre o time estar buscando trocá-lo, embora isso esteja mais relacionado ao general manager Joe Douglas. Foi nessa mesma offseason que se dizia que Gase não estava satisfeito com o contrato dado à Bell e a possibilidade de trocar o jogador só escancara isso; junte toda a bagunça com a campanha atual de 1-6 e o histórico não tão impressionante nos Dolphins e você se pergunta: por que Gase está empregado?

6. Eu não estou dizendo que os Patriots irão ter 16-0 se eles vencerem os Ravens no domingo, MAS vira uma possibilidade bem plausível. Não vamos esquecer que New England está no caminho para ter a melhor defesa da história da liga, e a chance de Baltimore é grande já que o sistema ofensivo da equipe é algo relativamente incomum e perigoso por conta da arma que é o jogo terrestre com Lamar Jackson. A defesa dos Patriots mostrou no último domingo que não é totalmente irredutível, então alguma coisa pra se explorar está ali.

O que eu acho é que, se New England bater Baltimore e adentrar a semana de folga com uma campanha de nove vitórias, é muito difícil apontar um time que pareça ter chances reais de vencer os Patriots. Mesmo jogando dentro de casa, Eagles e Texans são dois times bons mas que não parecem o suficiente para tirar a invencibilidade dos comandados de Belichick; os Chiefs serão um desafio na semana 14, mas jogando em casa e com a defesa de Kansas City sendo o que é, como você vai apostar neles? Não é o momento de empolgar e pensar numa temporada invicta ainda, mas se vencer domingo, o torcedor de New England pode sonhar.

7. Não há como determinar um favorito na NFC mesmo depois de uma primeira metade inteira. Apesar da invencibilidade dos 49ers se manter, como você olha para times como Saints (agora com Drew Brees de volta) e Packers e pensa que esses times não podem representar a Conferência Nacional no Super Bowl? San Francisco ainda enfrentará ambos os times, então um tira-teima será realizado ali; ainda assim, não há como apontar um único time como a grande força da conferência no momento atual.

8. Controvérsia de quarterbacks em Jacksonville seria uma distração desnecessária com Gardner Minshew na atual forma. Você não vai (mesmo) encontrar alguém que goste mais de Nick Foles do que eu, mas como você vai tirar a titularidade de Minshew? Se não tem sido uma grande estrela, ele tem sido ao menos consistente para manter a temporada dos Jaguars viva mesmo com a lesão do principal quarterback na primeira semana da temporada. Com a volta de Foles se aproximando, qualquer decisão que não seja a manutenção de Minshew no time titular seria um erro crasso.

9. Acho que vale uma menção ao incrível Nick Bosa, que foi eleito pela NFL como o jogador defensivo do mês da NFC e o calouro defensivo do mês da liga em outubro. Não consigo me lembrar de outro jogador com um impacto tão grande em campo desde sua chegada na liga, de verdade. Bosa lidera os 49ers em sacks, tem começado a receber alguma consideração como jogador defensivo do ano – acho que ele ainda está alguns passos atrás de Jamie Collins, de toda forma – e numa linha defensiva composta de quatro jogadores de primeira rodada – e uma antiga terceira escolha geral na rotação -, Nick é a principal estrela. Que início fantástico.

10. Recomendação de jogo bom da semana? Novamente envolve os Raiders – agora contra os Lions. A esse ponto, as chances dos Lions brigarem por alguma coisa na NFC já diminuíram bastante, entretanto, Matthew Stafford não decaiu – sua primeira metade da temporada apresentou o melhor desempenho de sua carreira. Do outro lado, Oakland tem sido um time surpreendentemente divertido de se assistir, especialmente no ataque com passes rápidos de Jon Gruden. Não deixe de dar ao menos uma olhadinha.

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