Chegamos ao final da semana 10 da NFL. Sendo bem honesto, parece que a temporada começou ontem, tamanha a velocidade com que tem passado. Elucubrações sobre o tempo e sua velocidade a parte, tivemos uma bela rodada, cheia de jogos decididos por uma posse ou menos. Com tanto equilíbrio e emoção em várias partidas, é impossível não se tirar lições da rodada e eu enumero as cinco que considero mais importantes.
1 – A defesa do Kansas City Chiefs nos enganou
Nos jogos sem Patrick Mahomes, a defesa do Kansas City Chiefs deu a esperança de uma evolução, com performances sólidas e que ajudaram o time a ser competitivo mesmo com Matt Moore como quarterback. Isso gerou grandes expectativas, afinal, com a volta de Mahomes e o ataque a sua forma natural, os Chiefs tinham tudo para deslanchar rumo a uma confortável classificação, com direito a folga na primeira rodada dos playoffs.
Ledo engano. Contra o Tennessee Titans, foram 28 pontos cedidos para um ataque que marcava em média 18 por partida e tem como quarterback Ryan Tannehill (sim, em 2019). Derrick Henry correu como quis, tendo quase 200 jardas pelo chão, com média superior a 8 por tentativa. Só Chris Jones não basta, o time precisa de novos jogadores no miolo da linha defensiva e também de novos linebackers. Depois de tantas temporadas perdendo em janeiro, eu imaginava que Andy Reid já tivesse aprendido a lição sobre negligenciar a defesa.
2 – Brian Flores tem tudo para brilhar
Ora, ora, parece que o tão alardeado tank do Miami Dolphins, virou submarino e submergiu (pegaram o trocadilho militar?). Culpado? Ninguém. O time simplesmente está usando a temporada de 2019 como uma grande pré-temporada. Se pega um monte de jogadores sem nome, coloca ao redor de alguns veteranos de bom nível e vê o que se aproveita. Resultados não interessam e sim desempenho.
Se falamos de desempenho apenas, Brian Flores começa a surpreender. Mesmo com pouco talento a disposição, o time mostra evolução nas duas últimas rodadas, em especial na parte defensiva da bola. São diversas formações defensivas, repletas de disfarces, que ajudam na pressão e na cobertura de passe. Quando essa defesa adicionar talento em alto nível, Flores pode fazer com que essa unidade seja de alto nível.
3- Josh Allen não é o futuro do Buffalo Bills
Por mais que isso não seja necessariamente um aprendizado e sim uma afirmação do que eu já pensava desde o período pré-Draft de 2018, cada vez que vejo um novo jogo de Josh Allen, tenho mais certeza disso. E mais, com a boa unidade defensiva como a que os Bills tem, Allen é também um limitador para que o time busque coisas maiores. Mesmo indo para o wild card, ficará a sensação que se houvesse um quarterback de real talento em Buffalo, o time poderia brigar por coisas maiores.
Contra o Cleveland Browns fora de casa, a defesa limitou o oponente a apenas 19 pontos. Allen nem precisaria fazer muito para vencer esse jogo, e pelo chão até conseguiu dois touchdowns. Porém, passando a bola segue sendo um desastre: decisões ruins, passes sem precisão e erros em progressões em que os recebedores estão livres são constantes. Não se atenham ao box score, o vídeo do jogo mostra que ele foi muito pior do que os números mostram.
4- Dalvin Cook é um jogador de elite
Na famosa classe de running backs do Draft de 2017, fui um dos poucos que nadaram contra a corrente em terras tupiniquins: enquanto ampla maioria tinha como prospectos prediletos Leonard Fournette ou Christian McCaffrey, eu preferia Dalvin Cook. Claro que McCaffrey se tornou uma estrela na liga e inclusive pode ganhar o prêmio de MVP, mas não me arrependo da minha escolha. Cook é simplesmente fantástico.
Chegando na terceira temporada, Cook finalmente está conseguindo se manter saudável e isso tem sido fundamental para boa campanha do Minnesota Vikings. Se aproximando de 1000 jardas terrestres em 10 jogos (média de quase 100 por partida), ele ainda se tornou uma arma no jogo aéreo, com 40 recepções para mais de 400 jardas. Contra o Dallas Cowboys, 183 jardas de scrimmage e lances de alto nível. Peça central deste ataque, Cook tem tudo para finalmente chegar e se manter aonde eu imaginava: no estrelato da NFL..
5- O Oakland Raiders está muito mais próximo do que parece dos playoffs
A vitória na abertura da rodada sobre o Los Angeles Chargers não tem sido tão comentada. Ok, foi um jogo mediano para baixo do ponto de vista técnico e os Raiders não são necessariamente um time vistoso de se ver quando tem a bola, com muito jogo corrido e passes curtos de Derek Carr. Mesmo assim, essa vitória tem importância gigantesca na corrida pelo wild card da AFC.
Com o recorde de 5-4, os Raiders no momento empatam com Pittsburgh Steelers e Indianapolis Colts pela última vaga nos playoffs. A grande vantagem do time de Oakland é o calendário: entre os sete jogos que lhe restam, seis são perfeitamente vencíveis. Apenas o Kansas City Chiefs parece ser um páreo duro demais. Não será nada estranho se vermos os Raiders terminarem a temporada com 10 vitórias em seu último ano na Califórnia.
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