Mais uma semana de NFL que vai pra conta! A bem da verdade é que agora começamos a chegar ao período que mais gosto da temporada: inverno, neve, chuva, jogos de muita rivalidade com impacto gigante em brigas por playoffs e muita emoção! Já dá pra sentir o cheiro maravilhoso de pós-temporada, aquele que nos faz acordar num sábado de janeiro já contando as horas para o jogo. Antes, vamos as 5 lições que podemos tirar da rodada.
1 – George Kittle é o fator de desequilíbrio do ataque dos 49ers
Num time tão sólido ofensivamente como o San Francisco 49ers vinha sendo, duas partidas não tão boas como na derrota para o Seattle Seahawks e na apertada vitória contra o Arizona Cardinals deixaram algumas interrogações no ar. Teriam as outras equipes descoberto a fórmula para minimizar os estragos? A queda de produção passava pelo entendimento que sem jogo corrido os 49ers teriam dificuldades no momento crucial?
A verdade é que a ausência do tight end George Kittle nas duas partidas é o maior fator. Como expliquei aqui, ele é o fator de desequilíbrio no sistema de Kyle Shanahan. Com ele em campo criando vantagens ofensivas, as defesas ficam receosas em colocar todo mundo na linha de scrimmage e com isso, abrem espaço para o jogo corrido. Quando fazem isso, Kittle vira arma aérea no play-action e o estrago é gigante. Foram 2,6 jardas por tentativa de corrida nos dois jogos sem Kittle, contra 5,1 na vitória contra o Green Bay Packers. No jogo aéreo, a produção do tight end reserva Ross Dwelley foi de 38 jardas nas duas partidas. Kittle teve 129 no domingo. Acreditem, parar Kittle é a chave para parar os 49ers.
2- Não podemos enterrar o Cleveland Browns na briga pelo wild card
Não olhe agora, mas o Cleveland Browns vem de três de vitórias seguidas na temporada. Baker Mayfield tem sete touchdowns e apenas uma interceptação nestas vitórias. Antes que alguém diga que foram contra galinhas mortas as boas performances, vale lembrar que Pittsburgh Steelers e Buffalo Bills, dois dos times batidos, estão no top 10 em eficiência contra o passe. Baker melhorou sim, e com isso os Browns crescem.
Olhando o calendário dos Browns para o restante da temporada, existe uma feixe de esperança de playoffs. São quatro jogos bem vencíveis: dois contra o Cincinnati Bengals, Arizona Cardinals e Pittsburgh Steelers. Apenas o Baltimore Ravens me soa um confronto com baixas chances. Se esse prognóstico se confirmar, o time terminará com um recorde de 9-7 e com chances de brigar. Estou dizendo que precisamos acreditar nos Browns? Não, eles não são confiáveis. Mas que estão vivos, estão.
3 – A linha defensiva do Seattle Seahawks está crescendo
Depois da contratação de Jadeveon Clowney faltando uma semana para começar a temporada, a expectativa é que a linha defensiva dos Seahawks fosse dominante e trouxesse o caos aos adversários. Nem tudo correu como esperado: após os nove primeiros jogos, a marca de 24 sacks não impressionava ninguém. Mas como é característico do time de Pete Carroll, bastou a parte final da temporada chegar para produção subir.
Nas duas vitórias contra San Francisco 49ers e Philadelphia Eagles (fora de casa, diga-se de passagem), foram 8 sacks somados. Fora isso, 15 tackles atrás da linha de scrimmage, 20 QB hits e 5 fumbles recuperados. Isso denota um domínio completo do front, o que facilita o trabalho dos linebackers em atacarem os gaps e obriga quarterbacks a lançarem pressionados. Não havia melhor hora para isso acontecer e mantendo esse nível defensivo o time deve incomodar os 49ers na briga pela divisão até o fim da temporada.
4 – Nick Foles precisa voltar para o banco
Que o Jacksonville Jaguars foi um dos times mais sem sal da NFL na última temporada ninguém discute. Com um ataque baseado num sistema antiquado de corridas em gap e tendo Blake Bortles como quarterback, nem os bons momentos da secundária e uma linha defensiva muito subestimada empolgavam. Sendo bem honesto, a contratação de Nick Foles para ser o quarterback titular me deixou a impressão que veríamos mais do mesmo.
Quis o destino que Foles se machucasse logo na semana 1. O calouro draftado na sexta rodada Gardner Minshew assumiu a posição, conseguiu bons jogos, algumas vitórias e principalmente cativou torcedores por conta de seu jeitão folclórico e de sua coragem. Com técnica limitada, cometeu erros e acabou indo para o banco com a recuperação de Foles. Esperava-se mais consistência dos Jaguars.
Dois jogos após isso, eu já quero ver Minshew de novo. Foles é letárgico, o time perdeu as duas partidas por mais de 20 pontos de diferença e voltou a ser aquela coisa insuportável de se assistir. Me parece que os culhões de Nick Foles só aparecem em playoffs. Como os Jaguars não irão até eles, por favor Doug Marrone, eu lhe peço: coloque Minshew e nos dê diversão!
5 – Sam Darnold tem salvação
Mononucleose, jogo com quatro interceptações em primetime tendo sido flagrado falando “que estava vendo fantasmas”, passes fáceis errados e um certo desconforto evidente dentro de campo. A carreira de Sam Darnold tinha tudo para ir para ladeira abaixo, ainda sob a “tutela da Brilhante Mente Ofensiva Adam Gase”. Parecia que Darnold iria quebrar mentalmente e se tornar algo semelhante a Marcus Mariota.
Mas nas últimas semanas Darnold tem mostrado flashes de que pode ter sobrevida na NFL. Na vitória de ontem sobre o bom Oakland Raiders, foram 315 jardas aéreas e 2 touchdowns, além de jogadas como a abaixo, com precisão absurda. São 6 passes para touchdown e apenas uma interceptação nas últimas três partidas. Se Darnold mantiver boas performances e recobrar a confiança, haverá tempo para salvar sua carreira.
Damn pic.twitter.com/bLgHNJs6pX
— Joe Caporoso (@JCaporoso) November 24, 2019






