OS APAGÕES DOS SEAHAWKS E MAIS 4 COISAS QUE APRENDEMOS COM A SEMANA 15

Como as constantes vitórias apertadas dos Seahawks podem cobrar seu preço, a temporada surreal de Stephon Gilmore e mais algumas lições da semana 14

Já diz o velho clichê: no momento que a coisa aperta que se separam os homens dos meninos. Na NFL não é diferente e a semana 15 foi mais uma confirmação de que alguns times tem bala na agulha para um playoff enquanto outros devem se contentar com o papel de coadjuvante. De todo modo, separei 5 lições que tiramos de mais um final de semana de jogos.

1- Stephon Gilmore é o jogador defensivo do ano

Sempre fui um defensor da discussão: acho que numa coisa como o esporte, tão subjetivo, toda unanimidade é burra. Porém, existem momentos em que a argumentação acaba perante os fatos irrefutáveis. Uma delas é discussão sobre o prêmio de melhor defensor do ano: com a performance estelar contra o Cincinnati Bengals, com direito a duas interceptações, o cornerback do New England Patriots selou seu lugar entre os premiados do ano.

Nada mais justo, vide a constância de performances deste nível na temporada. Gilmore não cedeu nenhum touchdown em cobertura homem a homem este ano – e vale ressaltar que os Patriots são quem mais usam esse tipo de marcação – e segue sendo o cornerback que menos cede recepções em passes na sua direção, com um índice abaixo de 50%. Gilmore já passou do ponto de ser comparado com outros jogadores, hoje ele é o parâmetro.

2- Os Falcons tem mais talento que a campanha mostra

Na maior surpresa da rodada, o Atlanta Falcons foi a Califórnia e bateu o San Francisco 49ers, com direito a um final de jogo emocionante. O fato de o time estar com uma campanha de apenas cinco vitórias, causa ainda mais espanto e faz a zebra ser ainda maior. Mas o que deveria realmente causar perplexidade é campanha dos Falcons: esse elenco tem talento para chegar a neste ponto da temporada pelo menos brigando por playoffs.

Matt Ryan é um quarterback dos mais subestimados da NFL, Julio Jones é o melhor wide receiver da década e segue sendo um monstro. Ainda no ataque, nomes como Devonta Freeman e Calvin Ridley comprovam a qualidade. Na defesa, Deion Jones e Grady Jarrett são jogadores de elite em suas posições. Claro que o time tem alguns problemas, mas deveria estar bem melhor colocado. O problema? A comissão técnica liderada por Dan Quinn. O treinador é um limitador ao elenco e não é de hoje. Basta ver a performance defensiva: depois que Quinn parou de chamar as jogadas, a unidade melhorou muito e o time voltou a vencer. Ou a direção muda o comando técnico, ou um bom time seguirá no limbo.

3-  Os apagões podem custar caro aos Seahawks

Faltavam pouco mais de sete minutos para o jogo acabar e Seattle Seahawks tinha uma confortável vantagem de 20 pontos sobre o Carolina Panthers, que já não aspira nada na temporada e está sem treinador. Passemos a fita seis minutos para frente e a vantagem é de menos de uma posse de bola. Mais um dos apagões do time de Pete Carroll, o que já está se tornando rotineiro. Mas o fato de ser corriqueiro não diminui em nada o perigo.

Das 11 vitórias na temporada, apenas uma veio por mais de sete pontos de vantagem. Não é de hoje que o time oscila demais dentro de uma mesmo jogo e se ancora em grandes momentos de Russell Wilson para construir resultados. Nas vezes em que ele não teve grandes performances, três derrotas. Durante a temporada regular, é possível sobreviver. Mas nos playoffs, brincar com sorte dessa maneira pode ser fatal.

4- Matt Patricia não engana mais ninguém

Você pode citar as lesões do Detroit Lions como ponto de queda da equipe na temporada e isso não será mentira. Afinal, perder Matthew Stafford, Kerryon Johnson e mais alguns titulares com certeza teve impacto negativo. Porém, a absurda falta de criatividade em criar situações que façam o time ter o mínimo de produção só prova que Matt Patricia é aquilo que sempre suspeitei: um head coach fraco.

Muito laureado por coordenar a defesa do New England Patriots de 2012 a 2017, Patricia nada mais era que uma “Rainha da Inglaterra” em Foxboro: coordenava na figuração, pois quem sempre mandava era Bill Belichick. Vale lembrar que mesmo os torcedores dos Patriots não eram grandes fãs do barbudo Patricia. Os Lions compraram a fábula de que ele tinha qualidade e jogaram dois anos da franquia fora. Ah, um detalhe: os Lions cedem mais de 6 jardas por jogada nessa temporada. God Save the Queen!

5- O Oakland Raiders precisa de um novo quarterback

Por mais que torça para um time rival de divisão, a saída dos Raiders de Oakland para Las Vegas não é uma coisa que me agrada. Com certeza será bem menos hostil jogar em Nevada que no “Black Hole”, mas eu sou um cara que aprecia a tradição. Até por isso, torci para que os Raiders tivessem uma despedida digna do lendário Coliseum, na partida contra o Jacksonville Jaguars. E isso teria acontecido, se tivessem um quarterback de qualidade.

Esqueçamos o “Deus do bíceps” da temporada de 2016. Um jogador sem alma, com medo e que precise que tudo ao seu redor funcione perfeitamente para ter o mínimo de sucesso. Assim é fácil ser quarterback na NFL. Faltaram-lhe culhões para garantir ao menos uma posse de touchdown em todo segundo tempo. Faltou querer mais, arriscar mais, se doar mais. Isso Derek Carr não pode mais entregar.  É hora de Jon Gruden e do general manager Mike Mayock olharem com carinho para posição na free agency ou no draft.

“odds