Curti: PRÉVIA DAS SEMIFINAIS DO COLLEGE FOOTBALL

São três times invictos em campo e o outro é campeão de conferência – confira o que esperar

Sábado volta a ser um dia especial para os amantes de college football após algum tempo sem uma ação realmente importante. Como Nick Saban outrora disse, é notório que o formato do College Football Playoff, com duas semifinais e quatro times, acabou tirando o prestígio dos demais bowl games. Às vezes o meio termo é a melhor solução e às vezes, bem, não é. Parece o caso aqui. A opção conservadora era manter a final com os dois melhores ranqueados.

A agressiva, da qual sou adepto, seria de colocar oito times nos playoffs – os campeões das cinco conferências mais fortes (ACC, BIG 10, BIG XII, SEC e PAC-12), o melhor time ranqueado das cinco conferências mais fracas (Group of Five) e duas vagas em aberto para não campeões/Notre Dame;

Seja como for, é o que temos à disposição no momento e, provavelmente, até o final da década. Então vamos ao que importa, as duas semifinais. São três times invictos em campo e o outro é campeão de conferência – como os quatro são, de toda forma.

Peach Bowl | #1 LSU (13-0) vs #4 Oklahoma (12-1)
Onde, que horas? 18h, ESPN 2

Como chegaram até aqui: LSU teve o vencedor do Heisman a sua disposição no quarterback Joe Burrow, muito provavelmente a primeira escolha geral do Draft 2019. A equipe realmente entrou no radar após a vitória contra Texas (#9 na ocasião). Depois, uma sequência de vitórias que colocou Burrow no mapa e um atropelo por toda a SEC. A vitória contra Alabama (#3 na ocasião) foi a mais marcante na temporada, por 46-41. Na final da SEC, tranquilidade por 37 a 10 contra Georgia.

Oklahoma teve seu ataque de alta octanagem como sempre. Desta vez o técnico Lincoln Riley não vai produzir a primeira escolha geral/Heisman como fizera com Baker Mayfield e Kyler Murray, mas a unidade comandada por Jalen Hurts não deve nada a ninguém. A única derrota do time veio no meio da temporada contra Kansas State numa partida em que ficou atrás no placar e não conseguiu se recuperar a tempo no último quarto.

Duelo de Transferidos: Joe Burrow, vencedor do Heisman Trophy em 2019, e Jalen Hurts tem histórias parecidas: ambos não tiveram espaço nas universidades que lhes recrutaram e acabaram por encontrar esse espaço em outros lugares. Burrow saiu de Ohio State para LSU; Hurts, em meio à ascensão-tagovailoa, de Alabama para Oklahoma. “É ótimo ter uma oportunidade de ter uma oportunidade de disputar outro título nacional”, disse Hurts.

Defesa de Oklahoma melhorou? As defesas da Big XII são um costumeiro alívio cômico por sua falta de habilidade na cobertura ao passe e ângulos bizonhos de tackles. A dos Sooners em 2019 é uma exceção a essa regra em certa medida e isso passa pelo inside linebacker Kenneth Murray – quatro sacks e 16 tackles para perdas de jardas nesta temporada. Ele precisa fazer boas infiltrações no backfield dos Tigers para Oklahoma ter boas chances. Do outro lado, LSU tem lá seus problemas defensivos – a unidade não é ruim mas tem apagões nesta temporada, como as 614 jardas cedidas para Ole Miss. O destaque aqui vai para o safety Grant Delpit.

Para além dos dois QBs, olho em: Ja’Marr Chase, WR de LSU – quase 1500 jardas recebidas na temporada e 18 touchdowns. Do outro lado, também um recebdor: CeeDee Lamb, com 14 touchdowns e sendo um ameaça na big play, dadas suas 20.8 jardas por recepção.

Fiesta Bowl | #3 Clemson (13-0) vs #2 Ohio State (13-0)
Onde, que horas? 22h, ESPN 2

Como chegaram aqui: Duas campanhas invictas mas completamente diferentes, para ser honesto. Clemson jogou contra o vento e mostrou força – a única sofrência veio na vitória por um ponto contra North Carolina, sequer ranqueada.

Do outro lado, Ohio State criou uma casca que pode ser importante quando o bicho pega – vulgo agora. Embora tenha dado suas amassadas dentro da conferência, como a vitória por 48 a 7 ante Nebraska, houve jogos mais complicados como contra Penn State (#8 naquele momento) e vitória por 28 a 17. Na final da Big Ten, virada por 34 a 21 contra Wisconsin, adversário que bateram no meio da temporada. Ao longo do ano, foram cinco vitórias contra adversários ranqueados – Clemson, por sua vez, teve apenas uma, na final da ACC contra um time bem capenga de Virginia.

O transferido contra o Sunshine: O QB Justin Fields veio de Georgia e assumiu o posto de titular após a saída de Dwayne Haskins para a NFL/Redskins no último Draft. Não decepcionou: 40 TDs passados e 10 corridos. Do outro lado, Trevor Lawrence, o Sunshine (a referência é o filme Duelo de Titãs, caso não tenha visto) já há muito é uma estrela no college. No ano passado, foi o primeiro calouro a liderar um time ao título desde 1985. Os números de Lawrence nesta temporada não foram tão impressionantes como no ano passado – sobretudo as interceptações na primeira metade da temporada – mas seus 34 TDs passados, quinto do país, ainda são números expressivos.

Clemson lutando por respeito: Como disse, o calendário dos Tigers foi uma enorme várzea e mesmo assim teve o referido sufoco contra North Carolina. Em meio a tudo isso, o técnico do time, Dabo Swinney, passou o ano inteiro reclamando sobre a “falta de respeito” da equipe. De toda forma, para o jogo deste sábado a equipe é favorita por dois pontos contra os Buckeyes. Isso não impediu que, nas coletivas de imprensa, Swinney fizesse questão de mencionar que sua equipe é a primeira desde 1966 a começar o ano como #1 do país, ter vencido todos seus jogos e terminar o ano como #3. O time tem 28 vitórias seguidas, vale lembrar.

Vingança para os Buckeyes? Depois de serem campeões nacionais em 2014 com Cardale Jones como QB e estando ranqueados em #4 no primeiro College Football Playoff, houve apenas uma aparição de Ohio State nas semifinais do futebol americano universitário: em 2016. Ergh… Não foi das melhores. Para piorar, foi no Fiesta Bowl, contra Clemson e em perderam por 31 a 0.

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