Mais um nome de impacto nessa free agency não estará disponível para que os times façam suas ofertas. Segundo o insider da ESPN americana Jeremy Fowler, o wide receiver A.J. Green receberá a franchise tag do Cincinnati Bengals, caso não cheguem a um acordo até o próximo dia 15. Vale destacar que o recebedor, 31° melhor agente livre do nosso ranking, já havia demonstrado anteriormente interesse em permanecer na franquia para a próxima temporada. Com isso, as tratativas para um novo contrato devem ser encerradas ainda antes da próxima temporada, com a tag apenas impedindo que ele vá para o mercado.
Dito isso, fica claro que os Bengals tem um plano claro: vencer logo (ou ao menos dar armas para Joe Burrow ser bem-sucedido). Seria cômodo deixar Green ir embora agora e abrir ainda mais espaço no cap space. Para deixar mais claro: a especulação é de um contrato de aproximadamente 10 milhões de dólares por ano e com duração de duas a três temporadas. Caso não cheguem a esse acordo, em termos financeiros Green onerará a folha salarial em torno de 18 milhões em 2020, valor da média dos cinco maiores salários da posição. Não seria melhor deixar o wide receiver, que não joga uma temporada completa desde 2017, ir embora e investir esse valor na reconstrução do time? Minha resposta é não.
Primeiro ponto é porque A. J. não é um jogador comum, daqueles que você acha em qualquer esquina. Se ele tivesse ficado saudável nas últimas temporada e tido um suporte melhor quando esteve em campo, possivelmente os valores cogitados seriam na faixa de 20 milhões ano, como de seu contemporâneo Julio Jones, que joga pelo Atlanta Falcons. Voltemos a já citada temporada de 2017: mais de 1000 jardas recebidas e 9° em touchdowns anotados, com 8. Tudo isso com Andy Dalton como quarterback e Marvin Lewis como head coach.
Os Bengals tem a primeira escolha do Draft deste ano. Com Andy Dalton disponível para trocas, é provável que draftem seu quarterback do futuro. Tudo aponta para que seja Joe Burrow, vindo de LSU, onde foi campeão nacional universitário nesta temporada. A ideia é aproveitar ao máximo o contrato de calouro do novo signal caller, muito mais barato que de um veterano, colocando muitas peças qualificadas ao seu redor. Mudar de patamar já é o plano.
Gastar dois ou três anos remontando o time diminuiria a janela de Burrow (ou do quarterback que venha em seu lugar) e isso seria errôneo. Para isso, é importante ter jogadores acostumados a coisas grandes na NFL. Green é um deles: sua simples presença em campo deixa defensores mais receosos. É o tipo de jogador que os americanos chamam de big dog (cachorro grande).
Do ponto de vista esquemático, a manutenção do veterano recebedor também faz muito sentido. A.J. é um wide receiver grande e veloz. Ou seja, tem capacidade para esticar o campo de forma vertical e exigir que o safety fique de olho nele, como também pode castigar em bolas contestadas. Isso abre espaço para que Tyler Boyd volte a sua função tradicional, explorando zonas intermediárias e enfrentando menos cobertura press, lhe dando mais oportunidade de ganhos de jardas após a recepção.
Não se pode esquecer a questão mercadológica: desde 2016 os Bengals não atingem uma média de 60 mil torcedores por jogo. Em 2019, por exemplo, a média foi de pouco mais 47 mil torcedores por partida. Isso equivale a 70% dos espaços do Paul Brown Stadium. A chegada de Joe Burrow (ou qualquer outro quarterback na escolha 1) deve elevar estes números. Com Green no time tendência é de maximização: ele é o maior ídolo da atual geração de torcedores e segundo da história da franquia em jardas recebidas, recepções e touchdowns. Quer coisa que venda mais ingressos que um duo quarterback novato-recebedor histórico? Vencer agora e reconstruir a franquia rapidamente. Esse é o plano dos Bengals. Com A.J. Green, ele ficará bem mais fácil.
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