O Minnesota Vikings fez duas movimentações importantes e complementares na manhã de segunda-feira. Primeiro, a franquia anunciou uma extensão contratual de dois anos para o quarterback Kirk Cousins no valor de 66 milhões de dólares; em seguida, aplicou a franchise tag em Anthony Harris, impedindo que um dos seus melhores defensores, e um dos principais agentes livres de 2020, atingisse o mercado – ele seria altamente procurado por ser o melhor safety disponível.
Embora à primeira vista talvez uma coisa não pareça ter a ver com a outra, a renovação de Cousins foi fundamental para que Minnesota não perdesse um dos seus jogadores mais talentosos, pois o novo contrato do signal caller trouxesse alivio imediato à apertada folha salarial da franquia. Em outras palavras, se não fosse por ele, os Vikings provavelmente não teriam dinheiro para taggear Anthony Harris. Vejamos como isso foi possível.
Cousins: contrato realista e alívio financeiro
Já havíamos cantado a bola lá em janeiro, em um texto publicado logo após a derrota dos Vikings para o San Francisco 49ers nos playoffs: Minnesota estava em dificuldades financeiras. A solução? Cortar Xavier Rhodes e Linval Joseph, além de reestruturar o contrato de Cousins. Tudo isso aconteceu em um intervalo de três dias, começando pela dispensa dos dois defensores. À época, os Vikings estavam 5 milhões acima do teto salarial, hoje estão 14 milhões abaixo. Não é exatamente é um caminhão de dinheiro, mas é uma situação mais tranquila.
Como Cousins entra nessa história toda? Sua extensão liberou 10 milhões de dólares no salary cap de Minnesota em 2020, pois permitiu que a franquia diluísse o seu e dinheiro garantido ao longo dos anos extras de vínculo, trazendo assim um refresco à folha de pagamento nesta temporada. No final, os Vikings acabarão pagando de qualquer jeito, porém conseguiram empurrar um pouco com a barriga. É uma boa estratégia, porque o salary cap deve ter um grande aumento em 2021 por conta do novo acordo de trabalho coletivo da liga.
A estrutura do novo acordo é a seguinte: 3 anos totais (dois da extensão + um que ainda restava do outro vínculo), 96 milhões totais, 61 milhões garantidos na assinatura. Cousins ocuparia 31 milhões na folha salarial de 2020, valor reduzido para 21 milhões. Em contrapartida, o cap hit em 2021 e 2022 será respectivamente de 31 e 45 milhões. Já em termos de “dinheiro morto”, o quarterback pesará 62, 41 e 10 milhões na folha caso seja cortado em 2020, 2021 ou 2022.
Foi um bom contrato? Foi o esperado. 32 milhões anuais é o que um signal caller do calibre de Cousins vale hoje em dia, sobretudo após ter a melhor temporada da sua carreira e vencer seu primeiro jogo de playoff. Basta lembrarmos que Ryan Tannehill, no domingo, renovou com o Tennesse Titans por quatro anos e 118 milhões (91 garantidos). Contudo, cabe um alerta: Minnesota está preso a Cousins por pelo menos mais duas temporadas, pois cortá-lo é inviável devido ao dead money resultante. Em 2022, por sua vez, a história muda, com a franquia talvez se vendo obrigada a dispensá-lo ou no mínimo tentar uma nova reestruturação por conta do seu cap hit de 45 milhões.
A grande questão para o resto da NFL é saber como a renovação impactará no contrato de quarterbacks mais jovens, mais vencedores e mais talentosos. Nomes como Dak Prescott, Deshaun Watson e Patrick Mahomes devem ter lambido os beiços ao descobrir que Cousins ganhará 32 milhões por ano.
Manutenção de Harris seria uma notícia excelente
Os 10 milhões liberados pelo novo acordo do quarterback foram ocupados cerca de uma hora depois com a franchise tag de Anthony Harris. Por sinal, o valor da etiqueta para a posição de safety em 2020 será de aproximadamente 11,5 milhões. Ou seja, se não fosse por essa grana extra, seria financeiramente inviável querer segurar o defensor, afinal não sobraria dinheiro para se movimentar na free agency ou mesmo assinar com as futuras escolhas do Draft.
O ponto é se Harris realmente seguirá com o time ou se Minnesota o taggeou mesmo pensando em uma futura troca, conforme informou Ian Rapoport na terça-feira de manhã. Ademais, não sabemos como o safety reagirá à tag ou a possibilidade de ser trocado. Ele pode fazer jogo duro com Minnesota ou com a franquia que tentar adquiri-lo, pois a partir de agora terá todo o poder de barganha em uma eventual negociação.
O ideal para os Vikings, entretanto, seria tê-lo dentro de campo, pois Harris é uma peça fundamental na defesa, ainda mais em um ano em que a secundária deverá passar por grandes transformações, incluindo as saídas de cornerbacks titulares como Xavier Rhoades e Trae Waynes. A sua permanência significaria que a posição de safety estará bem assentada com ele e Harrison Smith por mais um tempo, além de permitir à franquia investir recursos em outras posições mais carentes, como cornerback ou offensive lineman.
Um anúncio rápido: Não vamos “fechar” nenhum texto para assinantes nesta semana no @profootballbr. Tudo aberto para incentivar as pessoas a ficarem em casa nesses tempos de COVID19. Caso você goste de nosso conteúdo e queira apoiar nosso site, estamos também com uma promoção de 50% de desconto. Clique aqui para conferir
