Enquanto para algumas franquias a simples classificação à pós-temporada é o símbolo de um ano de sucesso, para o Cleveland Browns,isso não será o suficiente em 2020. Após ser a maior decepção da temporada de 2019, não cabe à franquia apenas quebrar o recorde negativo de suscetivos anos sem uma aparição nos playoffs; é necessário convencer e afirmar-se com uma bela campanha, deixando a zona do limbo e colocando um pé na elite da NFL.
Para que isso seja possível, Cleveland focou em pontos específicos na free agency e apostou em manter a base do elenco do ano passado, contando que a experiência com a desolação seja uma boa professora para ensinar a como dar a volta por cima. Assim, as chegadas de Austin Hooper e de Jack Conklin são pontuais para elevar a qualidade ofensiva, dando mais armas e proteção a Baker Mayfield, que sofreu uma queda de rendimento em seu segundo ano como titular na liga.
Os bons ventos, contudo, ainda estão longe de se estabelecer em Ohio. A defesa ainda carece de peças, o ataque está sob novo comando e, por mais irracional que pareça, o peso de seguidas campanhas negativas será sentido durante a temporada, principalmente caso as vitórias não venham como o planejado – problema que foi observado em 2019. Além das partes técnicas e táticas, os Browns precisam mostrar que chegou a hora de espantar os fantasmas do passado definitivamente, aproveitando o momento conturbado da AFC para firmar-se como um dos seus cabeças de chave
As mudanças ofensivas
A principal alteração no ataque dos Browns em 2020 não está presente dentro das quatro linhas. Kevin Stefanski assumiu o cargo de treinador após uma bela temporada no comando das chamadas ofensivas do Minnesota Vikings, substituindo Freddie Kitchens. Em 2019, Stefanski mostrou-se promissor ao extrair o melhor do ataque do ataque de Minnesota, abusando do jogo terrestre, e tornar Kirk Cousins um dos quarterbacks mais eficientes após seguidas temporadas atuando na média.
Com isso, Stefanski chega com a missão de tornar o ataque de Cleveland mais eficiente e contará com armas excelentes para isso. Além de Nick Chubb, Kareem Hunt, Odell Beckham Jr., Jarvis Landry e o próprio Baker Mayfield – nomes que já estavam na equipe -, o novo técnico contará com a chegada de Austin Hooper, subestimado tight end que será de grande utensílio abrindo as rotas médias no meio do campo. Com tantos nomes qualificados, caberá a Stefanski desenvolver um jogo terrestre tão eficiente quanto seus dias em Minnesota e abusar de seu qualificado corpo de recebedores para trazer Mayfield, novamente, a seus dias de glória.
Bom, falando do quarterback, ele contará com uma ajuda extra que será de grande utensílio para que seja capaz de liderar o elenco à vitória como em seu primeiro ano na liga. Jack Conklin era a bola da vez no mercado de jogadores de linha ofensiva e será primordial na proteção de Baker, afinal, a linha ofensiva foi um grande ponto negativo da franquia na última temporada. Ainda que a vitória da unidade nos bloqueios de passe tenha sido de 60%, o quarterback foi levado ao chão em 40 oportunidades. Claro, Baker costuma segurar muito a bola e sentiu o lado mental pesar, mas era essencial que as extremidades da linha ofensiva fossem reforçadas. Conklin é o nome certo para protegê-lo e, ademais, será fundamental abrindo caminho para Chubb, fortalecendo o tão essencial jogo terrestre de Stefanski.
A necessidade de reforços defensivos
Se por um lado os Browns foram atrás de reforços pontuais para elevar o nível ofensivo, pelo outro a franquia negligenciou a defesa e isso será um problema em 2020 caso nenhuma atitude seja tomada nesta intertemporada. Ainda que Myles Garrett tenha sido reintegrado à liga e que a defesa possua nomes de talento, faltam peças de rotação na secundária e um safety titular que seja capaz de patrulhar o fundo do campo.
Para a sorte de Cleveland, ainda há bons nomes disponíveis na free agency, com o principal deles sendo Anthony Harris. Sim, o safety recebeu a franchise tag de Minnesota nesta mesma semana, mas a atitude foi tomada pensando em uma troca futura e há informações de que os Browns estão explorando a aquisição do jogador – o que deve envolver uma escolha de segundo dia de Draft. Com mais de $55 milhões de dólares na folha salarial, a franquia ainda pode se dar ao luxo de reforçar a unidade em todos os setores, podendo pensar, até mesmo, em nomes de peso como Jadeveon Clowney – ainda sem clube – para tornar a linha defensiva ainda mais agressiva.
Para tornar o sonho de um 2020 ainda mais positivo, o gasto defensivo na free agency deve ser complementado com escolhas defensivas no Draft nas duas primeiras rodadas – focando, principalmente, a secundária e um parceiro para Mack Wilson no corpo de linebackers. Dessa forma, Cleveland combinaria um ataque ainda mais completo e sob o comando de uma nova mente ofensiva, com uma defesa reforçada e com bons nomes em todos os setores.
Com muito espaço na folha salarial, uma free agency pontual no ataque e a chance de finalizá-la bem com reforços defensivos, os Browns se projetam para mudar a sina da franquia de vez em 2020. Bem…, mas eles não estavam assim em 2019? Resta saber qual será o peso dos fatores internos.
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