Da mesma forma que todo ano times pagam caro em jogadores na free agency, agindo de forma desesperada e fazendo contratos que se arrependerão no futuro, existem os que conseguem bons nomes com preços baixos. Geralmente franquias que trabalham com um planejamento mais longo e sem mudar de planos constantemente são as que fazem os melhores contratos, afinal, sem tantos buracos no elenco, podem ser mais seletivos. Separei as 5 maiores barganhas deste ano – vale frisar que só entram jogadores que foram contratados como agentes livres, com franchise tags ou trocas ficando de fora.
CHRIS HARRIS JR., CB, LOS ANGELES CHARGERS
Pegar um cornerback do alto escalão da liga, tirando do seu arquirrival e ainda fazendo ele recusar outro time da divisão, pagando barato por isso: parece surreal, mas o Los Angeles Chargers conseguiu. Chris Harris Jr. tinha uma proposta de renovação com salário maior do Denver Broncos, mas os rumores que seria trocado nas últimas temporadas mexeram com seu ego, fazendo com que não aceitasse. O Las Vegas Raiders também estava na briga pelo jogador, mas a California foi o destino escolhido.
Por dois anos de contrato, Harris receberá 17,5 milhões totais, que podem chegar a 20 se algumas metas forem atingidas. É um valor bem abaixo do que se esperava, na faixa de 12,5 por ano. Jogando primordialmente em zona nos Chargers, os problemas do decréscimo de velocidade por conta de sua idade (30) ficarão menos expostos. Seu processamento segue de alto nível e ele acrescerá bastante numa secundária que já tem nomes fortes como Derwin James, Casey Hayward e Desmond King.
JACK CONKLIN, OT, CLEVELAND BROWNS
Até que enfim o Cleveland Browns tomou vergonha e resolver contratar um offensive tackle de verdade. Após o desastre da linha ofensiva na temporada passada, era necessário um nome de peso, e ele veio com Jack Conklin; e o melhor, por um preço bem justo: 42 milhões por 3 anos, com 30 destes garantidos. Maior nome da posição no mercado após a renovação de Anthony Castonzo, a expectativa era de algo bem mais inflacionado. Se comparado com nomes como Andrew Whitworth (Los Angeles Rams) e Brian Bulaga (Los Angeles Chargers), que conseguiram acordos na casa de 10 milhões anuais e já passaram da casa dos 30 anos, o contrato de Conklin, que tem apenas 25, fica ainda melhor.
NICK KWIATKOSKI, LB, LAS VEGAS RAIDERS
Um belo trabalho do general manager Mike Mayock nesse movimento. Nick Kwiatkoski teve excelentes performances na temporada passada, sendo vital na defesa do Chicago Bears. Versátil, para bem o jogo corrido, cobre o passe e ainda é uma boa arma em blitzes. Os Raiders tinham grandes necessidades na posição e Kwiatkoski chegou com um contrato bem amigável: 3 anos, 21 milhões, sendo 13,5 deles garantidos. O detalhe é que esse dinheiro assegurado é todo pago nos dois primeiros anos. Em 2022, quando o jogador chegará a 29 anos, pode simplesmente ser cortado sem prejuízo algum.
TED KARRAS, iOL, MIAMI DOLPHINS
Não acho Ted Karras um jogador excepcional – pelo contrário, acho sólido, na média dos titulares da liga. Foi muito bem no New England Patriots em 2019, seu primeiro ano como starter, cedendo apenas um sack e tendo somente 2 holdings na temporada toda. Onde você encontra um titular sólido para seu time por apenas 4 milhões por ano? Pois bem, o Miami Dolphins achou em Karras. Contrato de 1 ano, valor baixíssimo e que, se não der certo, é só dar tchau em 2021. Belo movimento.
PHILIP RIVERS, QB, INDIANAPOLIS COLTS
Sim, sei que Philip Rivers foi muito mal em 2019 e eu mesmo cheguei a acreditar que ele tivesse findado sua carreira na NFL. Mas também não esqueço que em 2018 ele esteve na corrida pelo MVP. Será que tanta coisa mudou de um ano para outro? E mais, que alternativas os Colts tinham? Os 3 quarterbacks de primeira linha – Joe Burrow, Tua Tagovailoa e Justin Herbert – já terão saída na escolha 13 do próximo Draft; inclusive, o time já trocou essa escolha com o San Francisco 49ers sabendo disso. Um ano de Rivers, por apenas 25 milhões. Pior que estava com Jacoby Brissett não ficará. Baixo risco, alta recompensa.
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