Uma primeira leva tímida e, assim que o novo Acordo Coletivo de Trabalho, uma explosão em trocas e, principalmente, no uso da franchise tag.
Antes de mais nada, contexto. Apenas um jogador por time pode ser “etiquetado” e se o time não quiser, não precisa usar o recurso. São três tipos possíveis de franchise tag, a saber:
I) A Franchise Tag Exclusiva: A um dado jogador (e apenas um) é oferecido um contrato de um ano, cujos valores não sejam menores que a média dos cinco maiores salários da posição desse jogador – ou em 120% do salário desse jogador anteriormente, o que for maior. O time tem direitos exclusivos para negociar com esse jogador.
II) A Franchise Tag Não-Exclusiva: A um dado jogador é oferecido um contrato garantido (ou seja, se ele for cortado recebe do mesmo jeito) de modo que aquele não vá para a Free Agency. O salário, igualmente, é baseado na média dos cinco maiores salários da posição ou em 120% do salário anterior – novamente, o que for maior. A diferença é que o jogador pode negociar com outros times.
Aqui vem a sacada/diferença: se um outro time fizer uma proposta, o time original tem o direito de igualar essa proposta em até sete dias – e agora a sacada maior ainda; Se não igualar, o time original recebe duas escolhas de primeira rodada como compensação. Obviamente, isso normalmente impede que as outras franquias queiram se engraçar com o jogador “etiquetado”.
III) A Transition Tag (“Etiqueta de Transição”): Igualmente por um ano, como as demais – só que com algumas diferenças. Em princípio, porque o salário oferecido é a média dos dez maiores salários vigentes na posição. A Transition garante que o time possa igualar uma proposta de outra franquia – mas não pode ser usada caso o time já tenha usado quaisquer dos outros dois tipos. Na prática, é como transformar um jogador em free agent restrito. A novidade para 2020 é que pelo CBA antigo (Acordo Coletivo-Trabalhista) os times podem colocar duas tags se quiserem: uma exclusiva ou não exclusiva e mais a transition.
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E por que tanta tag neste ano?
Foram 15 usos neste ano – bem mais do que anos anteriores. Praticamente metade dos times da liga utilizou-se do recurso. Considerando que a tag foi meio que criada como “último recurso”, parece estranho que 50% dos times tenham utilizado, certo?
Em condições normais, sim. Mas há uma exceção interessante para 2020: estamos no final do teto salarial do Acordo Coletivo antigo. Com isso, colocar um ano a mais de contrato para jogadores chave antes de renovar em 2021 é uma ideia brilhante.
Isso porque a renovação pesada em si acontecerá quando o teto salarial explodir pra cima. Em outras palavras, é como se você alugasse um imóvel barato enquanto espera para receber uma herança daqui dois anos – e, aí, compra um imóvel maior e melhor.
Por conta disso vimos tantos usos de tags que parecem mais algo de curto prazo do que um uso de essência da tag – manter um jogador de franquia, essencial para o futuro do time. Ora, Bud Dupree não é nem de perto um jogador assim. Mas manter o mais intacto possível o plantel da unidade defensiva dos Steelers no potencial último ano da carreira de Ben Roethlisberger? Boa ideia.
A.J. Green nem de perto é o recebedor de 2015 e creio que nenhum time pagaria por um ano a grana que os Bengals estão dando pela Franchise Tag para ele ficar mais uma temporada em Ohio. Contudo, Cincinnati tem a primeira escolha do Draft e deve escolher Joe Burrow, quarterback de LSU. Ele precisa de gente para passar a bola, certo? Então nesse contexto a tag está mais do que justificada.
Entender a franchise tag é entender um termômetro de mercado. Finalmente os times parecem estar usando a tag de maneira apropriada. Além de tirar um atleta do mercado pra não inflacionar seu valor – vide Dak Prescott – os times também aprenderam que ela pode ser um belíssimo recurso para o curto prazo. Ainda mais considerando que daqui a alguns anos o dindin da herança – leia-se o teto salarial explodindo – chegará.
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