Seahawks dão armas para Russell Wilson na free agency

As poucas movimentações foram voltadas a melhorar o entorno do quarterback.

Após ser eliminado precocemente nos playoffs pelo segundo ano consecutivo, o Seattle Seahawks realizou o esperado na free agency: buscou novas armas para Russell Wilson. Se em 2019, tal qual no ano anterior, Brian Schottenheimer prosseguiu com a insistência em ter alto foco no jogo terrestre, isso não é o esperado para a próxima temporada. Wilson disse recentemente que deseja um ataque com um ritmo mais rápido em 2020 e as contratações recentes, acertadamente, demonstram o endosso da franquia aos anseios do quarterback.

Com o Draft refletindo possíveis escolhas defensivas da franquia, a franquia não buscou agentes livres que pudessem ter importância na temporada para o setor, o que levará a impactos negativos ao longo do ano se o planejamento não obtiver pleno sucesso. Com a decisão sobre a permanência ou não de Jadeveon Clowney se postergando para o período após o recrutamento, ainda é cedo para dar um ponto final sobre a free agency da equipe, mas é possível presumir algumas ideias para a próxima temporada.

Foco em Russell Wilson 

A linha ofensiva de Seattle continuará sendo um problema em 2020, mas o restante do ataque está recheado de novas aquisições e, finalmente, a franquia entendeu que dar armas para Wilson é a chave para ir longe na pós-temporada. Presente em uma NFC West recheada de ataques promissores, os Seahawks não ficaram para trás e trouxeram nomes pontuais para dar profundidade ao corpo de recebedores: Phillip Dorsett e Greg Olsen. 

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Ainda que não sejam jogadores de peso e que ambos não possuam um histórico de lesão favorável – principalmente Olsen -, suas aquisições dentro de um grupo já talentoso fazem sentido e tornam o ataque da equipe ainda mais completo. Tanto o tight end como o wide receiver não chegam para ser a solução, mas são mais armas à disposição de Wilson, e isso é mais do que o suficiente quando D. K. Metcalf e Tyler Lockett são as principais caras do setor.

Quando um quarterback acima da média ocupa a titularidade de sua equipe você se preocupa em fornecê-lo um entorno ofensivo agressivo, isso se torna ainda mais vital e impactante quando ele é um dos três melhores da liga. Dorsett teve bons momentos vestindo a camisa do New England Patriots nos últimos anos e pode contribuir bem explorando as janelas deixadas por Metcalf e Lockett; já Olsen, deve ter um número de snaps limitados, mas será importante nas zonas intermediárias do campo, espaço que Wilson ama explorar (foi o sexto melhor em DVOA, em 2019, nessa área).

Obviamente o torcedor de Seattle ficou na expectativa por movimentações de peso no ataque, mas, com um quarterback de alto calibre conduzindo a unidade, a complementação do setor com nomes menores é uma aposta acertada para a temporada, ainda que adições via Draft, em uma classe profunda, se façam necessárias a partir do terceiro dia. Ademais, a franquia possui apenas 12 milhões de dólares em salary cap disponível e as dúvidas acerca da defesa limitam o investimento que pode ser realizado no ataque.

Linha defensiva é uma preocupação

Desde a chegada de Jadeveon Clowney aos Seahawks, dois questionamentos viriam à tona ao fim da temporada: sua produção no pass rush e sua eventual renovação contratual – a qual dependeria, consequentemente, da primeira dúvida. É bem verdade que o EDGE teve boas atuações durante todo o ano, especialmente contra o San Francisco 49ers, mas a baixa marca de 3 sacks ao fim da temporada regular levanta as questões, novamente, sobre as limitações técnicas de Clowney no apressamento do passe.

Com os números de seu ano em Seattle pesando contra na balança, é difícil que a franquia tope pagar a média de 20 milhões de dólares anuais desejadas pelo jogador. Atuando na posição mais importante da defesa, Clowney precisa demonstrar melhores artifícios para receber o que deseja e a demora na renovação indica que os Seahawks não pensam em pagar a alta média. A atitude da equipe é a correta, contudo, a incerteza sobre a permanência ou não do jogador impediu movimentações na free agency que melhorassem a unidade, o que aumenta o peso, assim, acerca de um bom Draft.

A renovação de Jarran Reed foi a única realizada pela equipe nesse sentido, visando manter a qualidade no interior da linha defensiva. A não permanência de Ezekiel Ansah – que teve um péssimo 2019 -, todavia, somada à indecisão sobre Clowney fragiliza as extremidades e acende uma luz amarela sobre o setor, o qual deve ser endereçado por Seattle logo na primeira rodada do recrutamento.

Caso o planejamento não corra bem, entretanto, as engrenagens começarão a girar em desordem e a frágil linha defensiva tornará a secundária exposta. A defesa contra o jogo aéreo foi apenas a 15ª melhor em 2019, em DVOA, e verá essa colocação cair ainda mais se o front defensivo não sofrer grandes incrementos até a primeira semana da temporada regular.

Para isso, alguns nomes experientes ainda são agentes livres e podem contribuir na rotação, como Damon Harrison e Everson Griffen. Nenhum deles, entretanto, chega para ser solução na posição e, portanto, se a primeira rodada do Draft não render à Seattle um bom EDGE para diminuir os problemas defensivos, o preço de um free agency defensiva pouco movimentada será alto demais e encobrirá a promessa de um ataque melhor em 2020.

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