O título do texto pode assustar alguns, mas faz todo sentido do mundo. A própria estrutura dos contratos da NFL assim permite que possamos vislumbrar essa possibilidade. Antes de mais nada, o lead da notícia; Conforme o insider da ESPN americana, Adam Schefter, informou ontem à noite, o Kansas City Chiefs renovou contrato com o quarterback Pat Mahomes, atual campeão do Super Bowl, por 10 anos.
A duração é sem precedentes na nossa geração, embora haja exemplos na década de 2000 – como Drew Bledsoe pelos Patriots e Brett Favre pelos Packers. Os valores, porém, nunca foram vistos no futebol americano. O contrato tem cerca de 150 milhões de dólares garantidos para lesão – mas há gatilhos no contrato que podem fazer com que ele fique com 477 milhões de dólares garantidos. Esses gatilhos são ativados pelo time no caso de Mahomes estar no elenco em dados anos. O total é de 500 milhões de dólares – Mahomes só seria free agent em março de 2032.
Barganha? Como assim?
Para início de conversa, lembremos que a média salarial é de 50 milhões no papel. Mas o dinheiro do contrato é esparramado de maneira desigual, não é uma divisão exata. Assim, em 2020 ele vai importar em apenas 5 milhões no teto salarial. Em 2021, 24 milhões – dinheiro de troco pensando num quarterback como ele, dado que a maioria dos titulares está ganhando 30 milhões. Em 2022, o contrato chega nesses 30 milhões. A “bomba” só começa a entrar em 2023, quando o contrato bate 42 milhões – meio que o valor de mercado de Mahomes hoje.
Ou seja, os Chiefs ainda têm três temporadas de Mahomes com desconto. E quando o dinheiro começar a ter que aparecer, o teto salarial já estará muito maior do que hoje. Afinal, ele é atrelado às receitas da liga e a NFL adicionou um time nos playoffs por conferência – mais jogos de playoffs, mais receita – e um novo contrato de TV será negociado – com demanda de serviços de streaming, o que deve jogar ainda mais grana nesse bolo.
Só a título de comparação, vale lembrar que o teto salarial era de 120 milhões de dólares em 2012. Oito anos depois, em 2020, ele quase dobrou: 198 milhões. Pelo contexto que falei acima e no vídeo, é de se imaginar que em 2023 ele esteja na casa dos 250 milhões – assim, o contrato de Mahomes fica bem mais suave do que agora.
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Em outras palavras, os Chiefs financiaram um imóvel pagando pouco nos três primeiros anos e quando as parcelas aumentam… o “salário” para pagar essas parcelas aumentou também. Para Mahomes, compensa. Primeiro porque são 150 milhões garantidos em caso de lesão – para se ter ideia, esse dinheiro é o contrato INTEIRO de Andrew Luck quando ele assinou em 2016 e aquele era o mais rico contrato de um quarterback. Ao mesmo tempo, Pat Mahomes sente-se em casa em Kansas City – e a árvore de treinadores de Andy Reid, como já vimos com Doug Pederson, John Harbaugh e Matt Nagy, poderá dar conta do recado quando Reid aposentar.
Todos saem ganhando. Mas Kansas City, por resolver esse impasse, ainda mais. Agora a bomba está no colo de Dallas nas negociações com Dak Prescott – mas essa conversa fica para outro dia.
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