A redenção de Cam Newton está a todo vapor

Depois de seu calvário, quarterback reencontra a melhor forma no New England Patriots

Bastaram 120 minutos de futebol americano para que uma dúvida que pairava fosse dissolvida: Cam Newton está de volta (e saudável). Sem muito estardalhaço, o agora quarterback do New England Patriots provou no último domingo, contra o Seattle Seahawks, que mereceu demais o voto de confiança dado por Bill Belichick. Afinal de contas, coube a ele ocupar o lugar que fora por tanto tempo de ninguém menos que Tom Brady. Estar na vaga que foi do maior jogador de todos os tempos e ídolo eterno da torcida dos Patriots parece não ter pesado para Cam.

Afinal, mesmo com a derrota para o time comandado por Russell Wilson, todos saíram com boas impressões do jogo do quarterback. Mesmo sem grandes alvos (excetuando-se Julian Edelman), Newton distribuiu a bola para sete jogadores diferentes, tendo quase 400 jardas contra uma boa secundária. Pelo chão, foi importante e como já visto na semana 1 ante o Miami Dolphins, se tornou a principal ameaça da equipe dentro da linha de 5 jardas. Está mais que provado que ele está saudável e ambas as partes ganham com isso.

Não existe melhor lugar para Cam estar que New England

Tudo que Cam Newton precisava era estar saudável e ser tratado com o respeito que um jogador do seu calibre merece. Me desculpem torcedores do Carolina Panthers, mas isso não aconteceu durante a maior parte do seu tempo na franquia. Uma séria negligência em dar alvos, proteção da linha ofensiva por tantas vezes extremamente frágil, lesões mal-curadas e esquemas não feitas para além. Mesmo assim, durante grande parte do tempo ele brilhou, foi MVP em 2015 e chegou ao Super Bowl. Porém, uma hora o corpo cansa e não aguenta. Após sua lesão no meio da temporada de 2018, Cam passou a ser olhada em Carolina com culpado e não vítima. 

Já em New England ele tem simplesmente o melhor treinador de todos os tempos ao seu lado. Alguém que desde sempre foi entusiasta de seu jogo e nunca escondeu isso. Em 2017, Belichick declarou antes de enfrentar os Panthers que Newton “…toma boas decisões, pode escapar. Ele é forte. Ele é difícil de enfrentar. Ele pode fazer muitas coisas diferentes. Ele pode vencê-lo de várias maneiras diferentes. Vimos isso no jogo em 2013. Eu o colocaria no topo da lista..”. Sabendo de toda qualidade, montou um sistema adequado, que usa suas fortalezas e o protegeu com uma sólida linha ofensiva. O resultado já pode ser visto em duas semanas e só deve melhorar com o passar do tempo.

Os Patriots irão colher os frutos num futuro breve

Depois da saída de Brady era preciso um choque em New England. Algo que mudasse o ânimo da franquia, que desse a esperança que os bons tempos seguiriam. O problema é que a folha salarial estava apertada para esta temporada para ir atrás de algum grande nome e no Draft ninguém que agradasse à comissão técnica estava disponível no alcance de suas escolhas. A ideia inicial era ir a campo com o segundanista Jarrett Stidham, mas convenhamos, as chances com ele seriam reduzidas. 

Cam chegou baratinho, afinal sua saúde era uma grande dúvida: seis milhões por apenas uma temporada. Mas um fator é importante aqui: apenas New England lhe fez uma oferta para ser titular. Ninguém mais. Esqueçam grandes discussões de contrato, jogador ameaçando testar o mercado. Caso tudo continue na pegada das duas primeiras semanas, as partes vão sentar na mesa, achar um valor bom para ambas e Newton será o franchise quarterback por um bom tempo. Tenho convicção que existe um acordo de cavalheiros entre jogador e franquia. Com apenas 31 anos, o time de Foxboro achou seu cara para jogar atrás do center por um bom tempo. Mais uma vez Bill Belichick provou que no xadrez do futebol americano, ele joga em 3D.

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