Tá certo que Aaron Rodgers tá jogando num nível altíssimo em 2020. Principal concorrente de Patrick Mahomes na disputa pelo prêmio de MVP, essa é indubitavelmente a melhor temporada de Rodgers desde sua incrível sequência entre 2011 e 2014, quando ele venceu por duas vezes o supracitado prêmio e também foi indicado ao All-Pro.
Talvez a escolha de Jordan Love tenha servido de motivação para a estrela, ou talvez seja só uma maior adaptação e entendimento do sistema de Matt LaFleur. Seja como for, o ataque dos Packers tem sido letal ao longo do ano. Como já falamos da conexão entre as superestrelas Aaron Rodgers e Davante Adams aqui, no texto de hoje vamos expandir para outros fatores que fazem de Green Bay o segundo melhor ataque da NFL.
As ascensões de Valdes-Scantling, Lazard e Tonyan
Sabe aquela reclamação dos torcedores dos Packers de que o time não fazia muito na posição de recebedor pra ajudar Rodgers? Ela não é exagerada. Desde que o quarterback chegou à Green Bay, a organização não escolheu nenhum wide receiver ou tight end na primeira rodada. O contraponto é que, especialmente no ano que venceram o último Super Bowl (2010), o grupo de recebedores era excelente, o que é verdade. Só que já faz uma década do último título, e olha que eu nem mencionei quando, numa classe histórica de recebedores em 2020, o time não escolheu nenhum durante o Draft, usando a escolha de p… bom, você sabe.
Se você leu isso, eu quero deixar claro que eu provavelmente tenho as mesmas reservas com relação à Marquez Valdes-Scantling do que você. O fato é que ele assumiu um papel maior no ataque nesse ano, se tornando a principal arma em profundidade dos Packers quando ele agarra a bola. Por mais que Valdes-Scantling tenha um problema sério com drops, é notável que jogadores em profundidade abrem um leque maior de opções no ataque, não só pelas big plays mas também por esticarem a defesa verticalmente. Ele já tem 4 touchdowns em 2020, o dobro do ano passado e ainda com 4 jogos por disputar.
Dentre os três, Lazard parece ser o melhor dos alvos, e ele vinha tendo um papel considerável no ataque durante as três primeiras semanas (13 recepções, 254 jardas, 2 touchdowns) até uma lesão lhe tirar de ação por quase dois meses. Na vitória contra o Philadelphia Eagles, ele teve mais alvos (4/2), mais recepções (3/0) e mais jardas (50) que Valdes-Scantling. Embora ele não seja tão útil como arma vertical, ele tem rotas muito mais polidas e, principalmente, não tem o mesmo problema com drops. No personnel 11 (3 WRs, 1 RB, 1 TE), os recebedores titulares dos Packers são Adams, Lazard e Valdes-Scantling.
Por fim, o time esperava Jace Sternberger explodindo em 2020 após a dispensa de Jimmy Graham, só que quem assumiu um papel muito maior foi Robert Tonyan, tight end não-draftado da segunda divisão do College Football. Outro jogador que se destaca por suas rotas, Tonyan recebeu 41 dos 47 passes lançados em sua direção nessa temporada. Ele está empatado com Travis Kelce na lista de mais touchdowns recebidos por um tight end nesse ano, com 8.
Linha ofensiva permanece excelente mesmo com mudanças
Pra quem assistiu os dois últimos jogos dos Packers, foi fácil notar o quanto de tempo Aaron Rodgers usufruiu no pocket em alguns de seus touchdowns. Tanto o Chicago Bears quanto o Philadelphia Eagles possuem duas defesas que chegam bastante nos quarterbacks, então, não foi um caso de enfrentar pass rushes inefetivos: é a linha ofensiva de Green Bay que está fazendo um trabalho primoroso.
David Bakhtiari continua atuando num nível muito acima da média protegendo o lado cego de Rodgers; o que é surpreendente é como o restante da unidade se mantém em alto nível mesmo tendo que lidar com tantas lesões e ajustes ao longo do ano. A perda de Lane Taylor já na semana 1, Corey Linsley sofrendo lesão no joelho contra os Bears e indo pra IR, Lucas Patrick tendo problemas no joelho e no pé, enfim, são vários exemplos e mesmo assim vemos o que parece ser a melhor linha ofensiva da liga. Até Billy Turner está jogando bem!
O ataque dos Packers é uma obra de arte em 2020. O quarterback é fantástico, a linha é extremamente sólida e não existe um grande problema com alvos como nos anos anteriores. Além de Rodgers, Adams e o ótimo running back Aaron Jones, existem vários outros nomes menos falados que fazem de Green Bay um dos times mais fortes da NFL.
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