Com nove vitórias seguidas e uma defesa que ficou 42 drives sem ceder um touchdown, é difícil argumentar contra o fato do New Orleans Saints ser a principal equipe da Conferência Nacional neste momento. Até porque, convenhamos, seus perseguidores diretos na corrida pelo seed #1, Green Bay Packers e Seattle Seahawks, oscilaram bem mais durante os últimos dois meses.
De fato, com Seattle entrando em parafuso, a tendência é uma disputa restrita entre Saints e Packers pela folga no Wild Card – o Los Angeles Rams corre bem por fora. A diferença entre os dois, contudo, é a força defensiva de New Orleans, algo longe de existir em Green Bay.
Não há maior prova de força do que vencer três vezes com Taysom Hill
Fala sério, os Saints ganharam três jogos com Taysom Hill como titular. Tudo bem, foram dois confrontos contra Atlanta Falcons e um diante de um Denver Broncos com um wide receiver improvisado como quarterback, mas vitórias são vitórias. Você consegue imaginar Packers e Seahawks ganhando três partidas sem Aaron Rodgers e Russell Wilson?
Sem nos aprofundarmos demais na questão Taysom Hill, não custa lembrar que seu último passe para touchdown foi em 2016, época na qual ainda estava na Universidade de BYU. Mesmo assim, Sean Payton montou um plano de jogo capaz de manter o ataque funcionando e pontuando. Já havíamos visto algo do tipo em 2019, quando Teddy Bridgewater substituiu um lesionado Drew Brees, porém existe uma grande diferença: Bridgewater tinha experiência atuando como quarterback na NFL.
Contudo, por mais que a manutenção do desempenho ofensivo chame a atenção, o impressionante mesmo é o outro lado da bola. Já falamos sobre os 42 drives seguidos sem permitir touchdowns, mas que tal uma defesa com o 2º melhor DVOA geral, aéreo e terrestre? Absolutamente elite, sobretudo numa conferência sem muitas defesas de elite em 2020. Nem mesmo a unidade do Tampa Bay Buccaneers, que começou a temporada voando, vem se salvando nas últimas semanas.
Por falar em Buccaneers, quer maior prova de força do que o massacre de 38 a 3 imposto sobre Tom Brady e cia. um mês atrás? Aquela vitória colocou os Saints definitivamente no grupo dos contenders após um começo de ano instável. Isso, claro, antes de eles ganharem três vezes com Taysom Hill under center mostrando todo o poder do seu coletivo.
Saints são favoritos ao seed #1
Pode-se argumentar que Green Bay já venceu New Orleans em 2020 – inclusive, se ambos terminarem com o mesmo record, os Packers ficarão na frente por causa dessa vitória -, mas isso aconteceu em setembro. Muita água já passou por debaixo da ponte desde então.
Hoje não há nenhuma franquia dominando tanto os seus adversários e com uma melhor combinação de comissão técnica, quarterback (quando Brees estiver saudável), jogo corrido, linha ofensiva e defesa na Conferência Nacional. É para isso que os Saints estão no modo tudo ou nada, sem pensar no amanhã, há pelo menos três temporadas.
O site FiveThirtyEight dá a New Orleans 65% de chance de conseguir uma folga nos playoffs, seguido de 32% aos Packers e 2% aos Rams. A franquia da Louisiana terá pela frente Philadelphia Eagles, Kansas City Chiefs, Minnesota Vikings e Carolina Panthers, enquanto Green Bay medirá forças com Detroit Lions, Panthers, Tennessee Titans e Chicago Bears. São duas tabelas não muito complexas, embora os Saints tenham o azar de ter Patrick Mahomes pela frente.
Por fim, vamos insistir num ponto: a força de New Orleans está no seu conjunto. Nisso a franquia leva vantagem sobre os principais concorrentes da NFC, todos com um calcanhar de Aquiles mais ou menos exposto: Packers a defesa terrestre; Seattle a defesa no geral e o ataque entrando em pane; Rams a instabilidade de Jared Goff; Buccaneers as panes de Tom Brady quando pressionado.
Não estamos dizendo que os Saints são um time perfeito, mas qual o calcanhar de Aquiles deles? Obviamente existe alguma fraqueza a ser explorada, porém, Sean Payton vem fazendo um ótimo trabalho em escondê-la até agora.
Leia mais:
Colts irão até onde Rivers permitir
Eagles estão presos a Wentz
Packers, além de Rodgers
