O New York Jets fez uma das contratações mais aleatórias da história recente da NFL ao escolher Adam Gase como head coach. A Brilhante Mente Ofensiva vinha de um trabalho pavoroso em Miami, onde desmembrou o time em nome de uma “mudança de cultura”. Não é como se os Jets não tivessem a par do que acontecia, dado que são da mesma divisão. Grosso modo, é como um governador implodir a administração de um Estado, sofrer impeachment e na sequência ser eleito pelo Estado vizinho. A tragédia anunciada acabou ao fim de 2020 e, então, Nova York voltou ao mercado.
Antes de mais nada, é importante lembrar: é um dos trabalhos mais difíceis da liga – se bobear, o mais difícil. Os Jets não são campeões de divisão desde 2002 e do Super Bowl desde 1968. Para complicar, viveram por anos à sombra do New England Patriots, sendo que a rivalidade Nova York-Boston é uma das mais quentes dos Estados Unidos independente do esporte. A situação complica-se ainda mais lembrando que a imprensa da cidade é um tanto quanto difícil de lidar.
Não temos como afirmar que vai dar certo. Mas a contratação de Robert Saleh é adequada nos sentidos acima. Saleh chega com aura de quem vai colocar ordem na casa, comando no vestiário e uma blindagem em relação à imprensa e distrações que normalmente complicam a vida dos treinadores dos Jets. Seu trabalho em San Francisco foi impecável. Sob sua tutela, a defesa do time foi um eixo motor no qual a temporada de 2019 se firmou. Perdendo a principal peça da defesa, Nick Bosa, parecia que isso iria desmoronar na temporada de 2020. Afinal, os 49ers rodavam muito um sistema em zona e com poucas blitzes.
Em meio à perda de Bosa, por lesão, Saleh fez as alterações necessárias: o time começou a implementar mais marcação homem a homem e pontualmente mandar mais blitzes. A defesa também perdeu a experiência de Richard Sherman em vários momentos da temporada, igualmente por lesão. Mesmo em meio a essas adversidades, Saleh chamou uma defesa competitiva. O time teve a quarta melhor defesa da NFL em 3ª descida e a 14ª em pontos ofensivos cedidos por jogo. Adicionalmente, foi top 10 em jardas cedidas por jogo, jogada, corridas e passadas. Os sacks não estiveram presentes como antes, mas sem Bosa realmente ficaria complicado exigir isso.





