Todas as semanas, Deivis Chiodini traz sua coluna de Análise Tática, com exclusividade para você assinante. Nela, jogadas são dissecadas, mostrando os meandros que por vezes ficam escondidos quando a jogada é vista apenas do ângulo da transmissão. Além disso, vídeos são inseridos para facilitar o entendimento. Nesta semana, os destaques são momentos importantes da acachapante vitória do Tampa Bay Buccaneers sobre o Kansas City Chiefs no Super Bowl LV.
Equilíbrio é a chave
Por vezes, é melhor deixar o orgulho de lado e usufruir do resultado. Foi exatamente isso que Bruce Arians, head coach dos Buccaneers entendeu no decorrer da temporada que deixar Tom Brady ter mais autonomia e moldar o sistema para que ele ficasse mais confortável não tiraria em nada seu mérito. Dessa forma Tampa Bay seguiu sendo um time agressivo e que atacava em profundidade em boa parte do tempo. Porém, da mesma forma, se tornou mais equilibrado e imprevisível. O resultado? Brady tem mais um anel e Arians o primeiro.
Com isso, o “vovô-garoto” se sentiu mais confortável para usar o que sabe melhor e quebrar alguns paradigmas do sistema. A sua clássica jogada, com play-action e passe rápido no meio para o tight end Rob Gronkowski, tantas vezes utilizada nos tempos de New England Patriots, nos dá um exemplo disso. O alinhamento inicial dos safeties é o ponto: ambos estão menos de 10 jardas da bola. Seguindo as premissas de Arians, esse seria o momento ideal para verticalizar e atacar o fundo, explorando velocidade. Porém, Brady prefere soltar a bola rápido para Gronk, que ocupa o espaço entre os dois defensores. O passe é seguro, viaja apenas 8 jardas e o recebedor tem espaço para avançar mais 17 até ser tackleado.
