Curti: Franchise Tag é pouco usada em 2021, mas tira ótimos jogadores do mercado

Tag foi menos usada do que em 2020, com uma queda de 30%. Mas ao mesmo tempo, alguns dos melhores potenciais free agents foram retirados do mercado por meio da tag

Final do prazo para que os times coloquem a franchise tag, caso assim queiram, em seus jogadores. Cada time pode colocar uma tag exclusiva e se desejar, uma tag transitional. Foi um movimento mais “tranquilo” em 2021 se comparado ao ano passado. Em 2020, 14 jogadores receberam a tag – embora apenas dois tenham renovado por longa duração posteriormente, sejam eles o RB Derrick Henry e o iDL Chris Jones.

Tag foi menos usada em 2021, mas tirou bons jogadores do mercado

🏷 WR Chris Godwin, Buccaneers
🏷 WR Allen Robinson, Bears
🏷 OT Taylor Moton, Panthers
🏷 S Marcus Maye, Jets
🏷 OT Cam Robinson, Jaguars
🏷 OG Brandon Scherff, Washington
🏷 S Justin Simmons, Broncos
🏷 iDL Leonard Williams, Giants
🏷 S Marcus Williams, Saints
🏷 QB Dak Prescott[foot] A informação via Adam Schefter, da ESPN americana, é que a tag de Prescott é apenas “cautelar” para que ele não atinja o mercado, dado que já está acordado o novo contrato com Dallas em 4 anos e 160 milhões de dólares[/foot]

Neste ano, excelentes jogadores foram “retirados” do mercado por meio da tag. Para vocês terem uma ideia, da nossa lista original de Top 10 Melhores Free Agents (que você pode ver do 1 ao 30 clicando aqui) nós tínhamos Dak Prescott (1), Allen Robinson (2), Chris Godwin (3), Leonard Williams (4) e Justin Simmons (5). Ou seja, os cinco melhores da lista estão fora do mercado por meio da tag.

Dak Prescott foi mais uma formalidade do que qualquer outra coisa, dado que já tem acordo com os Cowboys e a tag foi usada para que não houvesse riscos de algum outro time maluco fazer uma proposta irrecusável ao camisa 4. Quanto aos wide receivers, são peças importantes dos dois times. Mas a tag em Allen Robinson foi curiosa: não parece haver muito clima para ele seguir no Chicago Bears. O oposto podemos dizer de Chris Godwin, cuja permanência parece mais certa em Tampa.

Leonard Williams taggado não surpreendeu, dado que o jogador teve uma excelente temporada no ano passado as trincheiras são menina dos olhos de Dave Gettleman, general manager do New York Giants. Quanto às trincheiras, surpreendeu sim a tag em Cam Robinson, jogador de valor bem menor do que a média do top 5 da posição que receberá caso não renove com Jacksonville. Porém, entendível: o time está prestes a ter o QB Trevor Lawrence via primeira escolha geral do Draft 2021. Então bom que haja alguém ali para protegê-lo.

No mais, temos a questão tática na tag de Justin Simmons, que já falamos aqui no site. Marcus Maye é um dos poucos sólidos jogadores da defesa do New York Jets, então a manutenção faz sentido por esse lado. Taylor Moton, seja quem for o quarterback que ele proteja em 2021, praticamente não perde snaps e vem evoluindo. Do ponto de vista contábil, porém, surpreende a tag em Marcus Williams. Por mais que a tag em safeties não seja cara, os Saints estão bem enforcados no teto salarial.

Falando no teto, o número menor de tags neste ano não é surpresa para ninguém. O teto salarial de 2021 será de 182,5 milhões de dólares [foot]via Adam Schefter, ESPN americana[/foot]. Isso corresponde a uma diminuição de 20 milhões em relação ao ano passado ou, em porcentagem, praticamente 10%. Fica mais complicado colocar a tag, dado o salário top 5 da posição para quem recebe do expediente.

Agora os atletas acima taggados tem até o dia 15 de julho para negociar um contrato de longa duração. Caso não haja acordo entre as partes, eles jogam 2021 com o contrato da tag – top 5 da posição ou 120% do salário de 2020, o que for maior. Ainda, se não houver tag assinada até a Semana 10 o atleta está inelegível para jogar em 2021, tal como acontecera antes com Le’Veon Bell e os Steelers.

Hunter Henry, Kenny Golladay e Joe Thuney chegam ao mercado

O tight end Hunter Henry recebeu a franchise tag no ano passado e fez boa temporada, sendo alvo importante do calouro Justin Herbert. Ao contrário do que podia parecer, Henry recebeu sua liberdade, por assim dizer, e pode negociar com qualquer time. “Quero jogar onde haja um bom quarterback. Isso é importante para a posição de tight end, faz as coisas mais fáceis”, disse.

Havia especulação de que o WR Kenny Golladay e o OG Joe Thuney, de Detroit Lions e New England Patriots, receberiam a tag para posteriormente serem trocados. Não aconteceu. As experiências ruins com Jadeveon Clowney e Yannick Ngakoue podem ter sido paradigmas para que não vejamos o expediente da tag and trade em 2021.

Como apêndice, lembramos abaixo os três tipos de franchise tag.

I) A Franchise Tag Exclusiva

A um dado jogador (e apenas um) é oferecido um contrato de um ano, cujos valores não sejam menores que a média dos cinco maiores salários da posição desse jogador – ou em 120% do salário desse jogador anteriormente, o que for maior. O time tem direitos exclusivos para negociar com esse jogador.

II) A Franchise Tag Não-Exclusiva

A um dado jogador é oferecido um contrato garantido (ou seja, se ele for cortado recebe do mesmo jeito) de modo que aquele não vá para a Free Agency. O salário, igualmente, é baseado na média dos cinco maiores salários da posição ou em 120% do salário anterior – novamente, o que for maior. A diferença é que o jogador pode negociar com outros times.

Leia mais: Faca de dois gumes: O que acontece quando um jogador recebe a franchise tag?

Aqui vem a sacada/diferença: se um outro time fizer uma proposta, o time original tem o direito de igualar essa proposta em até sete dias – e agora a sacada maior ainda; Se não igualar, o time original recebe duas escolhas de primeira rodada como compensação. Obviamente, isso normalmente impede que as outras franquias queiram se engraçar com o jogador “etiquetado”.

III) A Transition Tag (“Etiqueta de Transição”)

Igualmente por um ano, como as demais – só que com algumas diferenças. Em princípio, porque o salário oferecido é a média dos dez maiores salários vigentes na posição. A Transition garante que o time possa igualar uma proposta de outra franquia – mas não pode ser usada caso o time já tenha usado quaisquer dos outros dois tipos. Na prática, é como transformar um jogador em free agent restrito. A novidade para 2020 é que pelo CBA antigo (Acordo Coletivo-Trabalhista) os times podem colocar duas tags se quiserem: uma exclusiva ou não exclusiva e mais a transition.

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