Aaron Jones foi peça para lá de importante nos últimos quatro anos. Emergindo como principal running back do Green Bay Packers após a saída de Mike McCarthy – que inexplicavelmente dividia carregadas entre ele e outros corredores do time – o jogador estava marcado para ser free agent em 2021.
Seria dos mais cobiçados: em suas primeiras quatro temporadas na NFL, ele teve 5,17 jardas por carregada – a quarta melhor marca da história para um começo de carreira, apenas atrás de Jim Brown, Gale Sayers e Bo Jackson, três dos melhores na posição nesses 101 anos de NFL. Tão cobiçado que era, já tínhamos até a expectativa de que o Miami Dolphins iria forte para cima de Jones, dada a necessidade do time na posição e a disponibilidade financeira.
Sem contar com o contrato de Jones, os Packers estão 9 milhões de dólares acima do permitido para seu teto salarial ajustado de 2021[foot]via Roster Management System[/foot]. Ou seja: a princípio, não é como se o time estivesse com a melhor conta bancária do mundo. O que isso tem de consequência?
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Primeiro, que Corey Linsley dificilmente deve voltar para os Packers. Um dos melhores free agents no mercado e um dos cinco melhores jogadores de linha ofensiva que estão disponíveis. Isolando apenas sua atuação, ele foi o sétimo melhor center do ano passado em vitórias de bloqueios de passe e o terceiro melhor em bloqueios de corrida. É o melhor center da classe e um upgrade instantâneo para quem lhe contratar. Fica difícil que volte para Green Bay porque já há o vínculo com Jones e o valor de mercado de Linsley gira em 10 milhões de dólares/ano[foot]via Spotrac[/foot].
As consequências
Assim, Aaron Rodgers deve ter uma excelente peça a menos na linha ofensiva para lhe proteger. No ano passado, Rodgers foi sackado em apenas 20 vezes – embora isso não tenha sido problema na temporada regular, o foi na Final da Conferência Nacional contra o Tampa Bay Buccaneers. Claro, vale lembrar que David Bakhtiari não jogou a final da NFC e deve estar de volta na temporada 2021. De toda forma, é um foco diferente do que eu daria.
Soa como uma atitude para afagar Aaron Rodgers e mostrar para ele que há comprometimento com a janela final de título do atual MVP
Como a essa altura do campeonato vocês devem saber, o foco que mais me agrada na construção de um elenco passa pelas trincheiras antes de passar no investimento acima de 10 milhões de dólares num running back. É possível encontrar peças mais baratas via Draft, como os próprios Packers fizeram na segunda rodada do ano passado com A.J. Dillon. Conquanto um corredor de características diferentes das de Jones, ele poderia receber um complemento bem mais barato do que Aaron Jones e tudo certo. Ainda, os Packers estariam bem mais servidos investindo num recebedor 2 para Davante Adams, dada que a free agency de recebedores é bem abundante em talento neste ano. Outra possível opção seria um cornerback para jogar no oposto de Jaire Alexander, dada as falhas de Kevin King no ano passado.
Acabaram indo no piloto automático e renovaram com uma boa peça que já tinham e buscaram um all in. Mas com um alto custo de oportunidade. Honestamente, me soa como uma atitude para afagar Aaron Rodgers e mostrar para ele que há comprometimento com a janela final de título do atual MVP. Os Packers têm um elenco forte e voltam como favoritos na NFC North e na própria Conferência Nacional como um todo. Contudo, há um potencial problema a ser monitorado: Aaron Rodgers terá 38 anos na temporada 2021. Caso haja um declínio técnico – o que não é provável mas que não podemos descartar, acontecerá um efeito cascata no Wisconsin.






