Uma das coisas mais interessantes da free agency deste ano é a forma como algumas equipes agiram para sanar buracos e chegar ao Draft com maior liberdade. Não que isso não acontecesse antes, mas vimos mais equipes fazendo movimentos exatamente onde existiam buracos, evitando chegar ao processo de seleção precisando fazer escolhas forçadas. New England Patriots, San Francisco 49ers, Tampa Bay Buccaneers e Cleveland Browns são exemplos de quem fez o trabalho desta forma.
Sem tanto barulho, uma franquia que fez um bom trabalho foi o Denver Broncos. Após anos conturbados, com problemas na sucessão de Pat Bowlen como dono, com John Elway tendo poder irrestrito como general manager e, blindado pelas glórias do passado ter baixa cobrança por insucessos, as coisas começam a tomar outro rumo. Para 2021, Elway resolveu direcionar seus esforços a parte administrativa, se tornando presidente de operações. Com isso, George Paton veio do Minnesota Vikings para ocupar a função de GM e já começou a colocar seu trabalho em prática.
Fangio tenta emular seu maior sucesso
Com a ajuda de Paton, o head coach Vic Fangio tenta recriar o seu trabalho de maior impacto: a defesa do Chicago Bears de 2018, uma das melhores da última década. Para isso, a linha defensiva tem que ser impactante, criando pressão sem ajuda extra. A manutenção de Von Miller, cujo contrato era de fácil saída, passar por isso. Com ele e Bradley Chubb em lados opostos, não existe risco do pass rush ficar concentrado em um lado, dificultando ajustes ofensivos. Shelby Harris também teve um novo vínculo, ajudando a manter pelo miolo consistente.
Já na secundária, Justin Simmons assinou uma extensão contratual e segue sendo o ponto de segurança de Fangio no fundo do campo. Como cornerbacks nunca são demais para o treinador, os Broncos foram ao mercado: primeiro trouxeram Ronald Darby, que estava em Washington, para logo em seguir contratar Kyle Fuller, ex-Chicago Bears. O último inclusive liderou a NFL em interceptações na já citada defesa de 2018. A fórmula predileta do comandante dos Broncos para defesa está garantida: linha defensiva predicada no pass rush, com uma secundária boa em zona e com capacidade de capitalizar em turnovers a pressão nos quarterbacks.
