Boas decisões em março não costumam ser o modo de operação da franquia de Washington, contudo, 2021 é uma rara ocasião na qual podemos elogiar bastante os movimentos feitos pelo time. Vindos de um título divisional (com campanha negativa, sempre bom notar) e de uma boa exibição nos playoffs, as contratações feitas pelo time de Ron Rivera solidificam a condição da equipe como favoritos na NFC East, embora ainda precisem melhorar bastante em relação ao ano passado para brigar mais alto na conferência.
Apesar de conquistarem somente 7 vitórias no ano passado, muito por conta de problemas graves na posição de quarterback, Washington não é um time com tantos buracos quanto parece. Com movimentos inteligentes e jogando dentro da NFC East, o panorama para a equipe da capital americana é positivo no momento.
Gastar muito não é gastar bem
Já falamos em outras ocasiões aqui sobre como Dan Snyder administra mal a organização. Se você procurar na internet uma lista das piores contratações da história da free agency, tenha certeza que Washington é um dos times que estará presente, especialmente com o fracasso retumbante que foi o acordo por Albert Haynesworth em 2009. O time da capital americana, mais de uma vez, pagou caro por jogadores cujo auge da carreira já havia ficado pra trás e que não justificavam o investimento – por exemplo, um contrato de 7 anos por Deion Sanders em 2000, quando o jogador já estava com 33 anos.
Ron Rivera e seu novo staff possuíam pouco menos de 40 milhões para gastar no mercado, uma das maiores quantias disponíveis para as equipes da liga. Isso não significa que a organização se desesperou e pagou caro por jogadores de topo de mercado, preferindo negócios mais cautelosos e não forçando a barra.
É por isso que dá pra elogiar tanto a classe de free agents que chegou. Não houve contratações bombásticas com contratos caros em nomes conhecidos, porém, os que vieram serão importantes no desenvolvimento da equipe além de 2021, ou então são contratações de baixo risco que podem gerar altas recompensas. Vencer na free agency não necessariamente significa pagar caro e montar seu elenco por lá – os Jets que o digam.
Vamos pegar os exemplos de William Jackson e Curtis Samuel. O primeiro, um ótimo cornerback vindo do Cincinnati Bengals, tem apenas 28 anos e pode atuar com qualidade numa variedade de sistemas defensivos, o que abre o leque de opções na defesa de Ron Rivera. O preço de 13,5 milhões de dólares por um jogador com qualidade para ser o líder da secundária de uma equipe é bem barato na NFL atual e Jackson pode dar um passo à frente no seu desenvolvimento com o forte pass rush de Washington. Já Samuel, recebedor de 25 anos provindo dos Panthers e que já trabalhou com Ron Rivera em Carolina, vem de sua primeira temporada com 1000 jardas de scrimmage na carreira e é bem rápido, dando ao seu coordenador ofensivo uma espécie de canivete suíço, tanto recebendo passes quanto correndo com a bola.
A lista de bons negócios não para por aí. Ryan Fitzpatrick não vai ser a solução à longo prazo na posição de quarterback, no entanto, ele provém estabilidade e, a julgar pelo seu desempenho com o Miami Dolphins em 2020, pode levar o ataque a um nível maior. Acho válido destacar também a contratação de Adam Humphries, um sólido recebedor saindo do slot, mas que sofreu com lesões em Tennessee e, por isso, certamente não custou muito – os valores ainda não foram divulgados.
Essas contratações não garantem que a equipe se manterá no topo da NFC East, especialmente com o New York Giants sendo ativo no mercado para reforçar seu elenco e a volta de Dak Prescott ao Dallas Cowboys depois da lesão que arruinou sua temporada de 2020. Ainda assim, o fato de Washington fazer contratações inteligentes e entender que a ida aos playoffs no último ano foi uma aberração por conta da fraca divisão anima os torcedores da organização. Acertar no Draft com uma escolha extra de terceira rodada é o próximo passo.
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