Recentemente, a mídia trouxe a tona uma discussão sobre o valor dos wide receivers na primeira rodada do Draft, em especial dentro do top-10. Isso se baseia na mudança da dinâmica do jogo, com uma maior divisão de alvos e produção acentuada depois da recepção. Fica cada vez mais evidente que para um jogador da posição valer uma escolha tão alta, ele precisa ser um ponto fora da curva, caso contrário escolhas mais baixas de primeira e até de segunda rodada podem compensar, pela produção próxima.
Nos últimos três drafts, nenhum nome da função foi escolhido entre os 10 primeiros, mas mesmo assim desempenhos de qualidade aconteceram. Justin Jefferson, escolhido na 22 pelo Minnesota Vikings em 2020, inclusive bateu o recorde de jardas recebidas por um calouro, com 1400. Neste ano, o maior candidato a surpresa vem de LSU, assim como Jefferson: Terrace Marshall desponta como uma escolha de fim de primeira rodada e pode surpreender na NFL.
Todas as ferramentas estão ali
Dá para dizer que Marshall tem aquilo tudo que a NFL ama: altura acima da média (1,90 m), com velocidade muito boa, – a ponto de correr as 40 jardas em 4,38 segundos em seu Pro Day – e muita fisicalidade. Não é uma combinação tão comum de se encontrar em um prospecto e isso chama atenção. Outros pontos que chamam a atenção são sua impulsão e envergadura, que fogem do padrão. Isso trouxe um ótimo aproveitamo em bolas contestadas, aquelas divididas no ar: foram 9 recepções, que representam 82% de vitórias em situações destas, segundo o Pro Football Focus.
O recebedor também tem a técnica desenvolvida num quesito que é crucial e atrapalha a transição de muitos novatos: o release, que nada mais é do que o uso das mãos e do corpo para sair da pressão feita na linha de scrimmage por cornerbacks. O objetivo disso é atrasar a rota, matar o timing com o quarterback e dar tempo do pass rush trabalhar. Como no college football isso é menos comum, wide receivers calouros sentem a diferença. Marshall mostrou saber usar a já citada envergadura, saindo bem no começo da rota e tendo campo livre.
Alguns refinamentos serão necessários
Como todo jogador vindo da NCAA, Marshall precisará desenvolver algumas partes do seu jogo que ainda não estão no ponto ideal. Um dos pontos será melhorar sua leitura das coberturas defensivas. Mesmo jogando contra defesas bem mais simples no college football, por vezes o wide receiver deixou de ocupar o espaço certo. É vital que isso melhore na NFL, pois com o jogo em ritmo mais acelerado, um erro ou o tempo do ajuste para o lugar certo é a diferença entre o sucesso e o fracasso de uma jogada.
O nível de concentração também precisa aumentar. Suas mãos são boas e isso é fácil de perceber pela forma como ele ataca a bola no ar, conseguindo buscar ela em pontos altos sem pipocar durante a recepção. Porém, a questão passa pela cabeça: diversas vezes já está pensando em correr, mas ainda não teve a posse por completo. Se no college football isso causou alguns drops, imaginem na NFL, com o defensor chegando para pancada. São coisas pequenas e de possível conserto rápido, mas que não podem ser negligenciadas.
Possíveis candidatos a Marshall
Nos mocks e rumores mais recentes, Marshall é sempre colocado dá escolha 20 em diante. Olhando para os times nessa janela, alguns se destacam como candidatos a selecionarem o wide receiver. O Baltimore Ravens é o que mais chama atenção, afinal procura um jogador exatamente como ele para jogar do lado oposto a Marquise Brown. New Orleans Saints e Green Bay Packers também entram na conversa, já que ambos precisam de companhia para as estrelas Michael Thomas e Davante Adams, respectivamente. Independente para onde for, se cair num time que corrija suas pequenas deficiências, Marshall pode surpreender e muito no seu ano de calouro.
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