Draft: New England sobe por um quarterback?

Acostumados a escolherem sempre no fim do Draft, os Patriots enfrentam um dilema: vale a pena pagar caro para entrar no top 10 e buscar um novo franchise quarterback ou é melhor esperar e torcer pra que algum caia até a escolha 15?

A última vez em que o New England Patriots escolheu no top 10 do Draft da NFL foi em 2008. Pudera, todo ano a equipe estava brigando por título com Tom Brady de quarterback e, consequentemente, escolhiam no final da primeira rodada. Isso não impediu os Patriots de encontrarem jogadores de alta qualidade naquela faixa de escolhas; mais importante ainda é que, com Brady under center e playoffs todo ano, não existia a necessidade de buscar um novo quarterback no Draft.

O cenário é bem diferente em 2021. Brady é uma longínqua memória, o time não conseguiu produção consistente de Cam Newton na última temporada e, detendo apenas a 15ª escolha na primeira rodada, New England não está em posição ideal para selecionar um dos principais quarterbacks da classe. Com Belichick cada vez mais próximo da aposentadoria, a possibilidade do treinador/general manager arriscar uma última cartada e subir no Draft para buscar um quarterback é real.

O importante é ganhar, não competir

Vamos ser honestos aqui. Belichick passou as duas últimas décadas brigando por título ano sim, ano também, e quando Brady saiu de New England, foi campeão na primeira oportunidade. Não vou entrar no mérito da discussão sobre quem foi mais importante para a dinastia dos Patriots porque é inútil, mas o treinador com certeza sabe da importância de ter um quarterback que eleva o nível do restante do ataque.

Belichick sabe, também, que Cam Newton não é esse jogador a esse ponto da carreira do quarterback. Ele provavelmente se divertiu bastante em 2020 com o ataque terrestre que New England imprimiu, só que o que ganha títulos na NFL atual é o jogo aéreo. Fossem os vários opt-outs, a pandemia, a saída de Brady, tudo que envolveu uma temporada totalmente atípica, isso servia como uma certa passação de pano no último ano. Agora a história é diferente.

Os Patriots investiram uma quantidade exorbitante de dinheiro na free agency. Novamente não vou entrar no mérito se foram caros ou não porque não é a discussão aqui; o que quero pontuar é: depois de gastar tanto dinheiro em março e contando com a volta de jogadores importantes que optaram por não atuar em 2020, como é o caso do excelente Dont’a Hightower, fica evidente que New England olha pra 2021 como um ano em que o objetivo é competir no topo.

A questão: trocar ou não?

Obviamente, não é só “vamos subir, pegar um quarterback e acabou”. Existem vários e vários fatores, como o preço para subir, a vontade (ou não) de algum time descer na ordem de escolhas e quais jogadores vão estar disponíveis depois das três primeiras escolhas – afinal, lembremos, o San Francisco 49ers tem a chave para ativar a loucura nesse Draft.

Ademais, apesar dos boatos da preferência dos Patriots por Justin Fields, é impossível saber o interesse da equipe pelos nomes da classe. Se Fields sair na #3 para os 49ers, por exemplo, o quão alto New England tem Mac Jones e Trey Lance no board a ponto de subir por eles?

Enfim, existem muitas variáveis em relação a esse assunto e não dá pra ter certeza de nada até amanhã à noite. Depois de duas décadas com Brady, os Patriots estão dispostos a pagar caro para conseguir um novo franchise quarterback? É a grande questão do Draft da equipe.

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