No último domingo, Atlanta Falcons e Tennessee Titans chegaram a um acordo que enviou Julio Jones a Nashville. Os termos da troca foram os seguintes: Atlanta obteve duas escolhas no Draft, uma de 2ª (2022) e outra de 4ª rodada (2023), enquanto Tennessee levou o jogador de 32 anos e uma pick extra de 6ª rodada (2023).
A saída de Jones era bastante especulada já há algumas semanas, sobretudo dado o aperto na folha salarial dos Falcons e o desejo público do wide receiver em ir embora – recentemente, em uma entrevista concedida a Shannon Sharpe, ele afirmou se ver fora de Atlanta e querer ganhar agora. Os Titans, por sua vez, aproveitaram a situação para reforçar o seu ataque com um futuro Hall of Famer, o qual trará talento e profundidade a um grupo de recebedores vítima de diversas baixas na intertemporada.
Confira os vencedores e perdedores do negócio.
Vencedores
I) Ryan Tannehill: O quarterback havia visto seu corpo de recebedores minguar após as saídas de Corey Davis e Jonnu Smith na free agency, sobrando apenas A.J. Brown e o tight end Anthony Firkser em relação aos principais alvos do ano passado. Por mais que o sistema ofensivo da franquia gire em torno de Derrick Henry, isso seria um problema enorme, até porque Tannehill, Henry e o ataque como um todo dependem do play-action e dos passes profundos para ter sucesso.
Agora, o signal caller terá à disposição Brown e Jones, dois wide receivers capazes de superar facilmente a marca das 1000 jardas aéreas. Enfim, não se surpreenda se Tannehill terminar com os melhores números de sua carreira em 2021.
II) A.J. Brown: Brown nunca escondeu de ninguém que sempre foi muito fã de Julio Jones, inclusive usando uma camisa do recebedor de Atlanta antes do duelo entre Falcons e Titans em 2020. Contudo, à parte a satisfação de poder jogar ao lado do ídolo, A.J. também colherá benefícios práticos: em primeiro lugar, ele terá a garantia de não ser seguido 100% do snaps pelo principal cornerback adversário – Julio continuará atraindo boa parte da atenção da marcação; em segundo, a chegada de Jones deve mantê-lo atuando majoritariamente no slot, onde ele rende melhor em comparação quando alinha próximo à sideline.
III) Russell Gage: Gage teve um papel importante no ataque dos Falcons na última temporada devido às lesões musculares sofridas por Jones, ficando atrás só de Calvin Ridley em número de alvos, recepções e jardas aéreas. Agora, sua participação crescerá ainda mais após a promoção a segundo wide receiver do time em tempo integral – Kyle Pitts ganhará vários alvos, claro, mas ele não é o substituto natural de Jones justamente por não ser wide receiver.
Ademais, Gage está no derradeiro ano do seu contrato de calouro, significando que uma boa performance em 2021 pode lhe render uma extensão multimilionária em Atlanta ou em qualquer outro lugar
Perdedores
I) O “mini all-in” dos Falcons: Colocar Atlanta como perdedor talvez seja exagero. Além de conseguir uma compensação adequada por um jogador que havia anunciado seu desejo de ir embora a quem quisesse ouvir, os Falcons também economizarão 15 milhões em salário, liberando um espaço fundamental no salary cap. Em suma, abrir mão de um dos maiores nomes da história da organização dói, entretanto foi o possível a ser feito dentro das circunstâncias.
Em todo o caso, a franquia sofreu um golpe em seu mini projeto de all-in. Ao invés de buscar um quarterback na 1ª rodada do Draft, Terry Fontenot apostou em Kyle Pitts, dando toda a pinta de que iria para uma espécie de tudo ou nada nos momentos finais da carreira de Matt Ryan. Dois meses depois, no entanto, viu-se obrigado a trocar Julio Jones. É uma atitude no mínimo contraditória.
II) Defesas da AFC South: Jones é um upgrade imenso se comparado a Corey Davis, portanto os oponentes dos Titans deverão ficar mais espertos do que nunca com os passes longos de Ryan Tannehill. A dúvida é como eles encherão o box para conter Derrick Henry ao mesmo tempo em que marcarão Jones, A.J. Brown e o veloz Josh Reynolds, reforço vindo do Los Angeles Rams. Boa sorte a quem enfrentar Tennessee, sobretudo os coordenadores defensivos da AFC South, os quais terão esse desafio duas vezes. O Indianapolis Colts ainda possui uma defesa acima da média, porém Jacksonville Jaguars e Houston Texans provavelmente irão sofrer bastante.
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