Uma coisa é cada vez mais evidente na NFL atual: não se vence com um bom time e sim com bom elenco. Ter nomes de calibre parecido com os titulares para a temporada é fundamental. Afinal de contas, lesões vão acontecer, o único ponto é saber quando. Num esporte de tanto contato como o futebol americano, jogar em alto nível por 18 semanas cobrará o seu preço em algum momento e estar preparado para isso é o que um time sentir menos o impacto.
Duas unidades em especial precisam de grande atenção quando o assunto é profundidade de talento: linha ofensiva e secundária. Não que nas demais não seja problemático ter que mudar os nomes em campo, mas os ajustes são mais simples que nas citadas. Na linha, a sincronia é fundamental para que os bloqueios sejam efetivos. Entre os defensive backs, os ajustes são muito rápidos e um erro se torna uma grande jogada do oponente. Para desespero do torcedor do Seattle Seahawks, a franquia segue sendo negligente quanto aos dois setores nesse ponto.
Uma perigosa combinação
Acho injusto quando se aponta a linha ofensiva de Seattle como fraca na proteção ao passe simplesmente pelo fato de Russell Wilson ter sido o quarto quarterback mais pressionado em 2020[foot]ProFootball Focus[/foot]. Contradição? Nem tanto. A unidade foi a nona em vitórias em bloqueios de passe, aquele em que o bloqueador consegue segurar a pressão até 2,5 segundos[foot]https://www.espn.com/nfl/story/_/id/29939464/2020-nfl-pass-rushing-run-stopping-blocking-leaderboard-win-rate-rankings[/foot]. O problema é que Wilson segura a bola em demasia naturalmente, o que faz com que a pressão acabe chegando. Os titulares da OL podem não ser elite, mas estão longe de serem horríveis como taxados por vezes.
O grande problema é quando olhamos para os reservas. Kyle Fuller está na liga desde 2017 e nunca teve 100 snaps numa temporada. Jamarco Jones rodou por todas as funções e não conseguiu se firmar em nenhuma. Cedrick Ogbuehi é um grande bust, Phil Haynes nunca jogou e Stone Forsythe é um projeto de sétima rodada do último Draft, que precisará de tempo de maturação.
Isso já se torna um drama, visto que Duane Brown está no training camp, mas só jogará com um novo contrato. Além disso, o left tackle já tem 35 anos e o recém-chegado Gabe Jackson também está na casa dos 30, onde as lesões aparecem com maior frequência. É bom Pete Carroll fazer promessa e torcer para não perder ninguém ou a coisa ficará bem complicada, já que a reposição é fraquíssima.
Apesar da renovação de Adams, direção foi omissa com secundária
Indiretamente, Jamal Adams acabou por dificultar os planos para secundária. Primeiro sua troca custou duas primeiras rodadas, o que diminuiu ainda mais o capital de Draft da franquia. Depois, a pesada renovação precisava ser feita e impediu que o time fosse mais agressivo no mercado. O resultado? Adams e Quandre Diggs formam uma boa dupla de safeties, mas os cornerbacks deixam o torcedor de cabelos em pé.





