É difícil dizer que a semana 3 da pré-temporada foi a coisa mais gostosa do mundo de se assistir. Algumas equipes optaram por colocar seus titulares por bastante tempo em campo, como o Carolina Panthers e o Kansas City Chiefs, enquanto outras como o Pittsburgh Steelers mandaram para as partidas apenas a famosa “turma do terrão”: aqueles atletas que ninguém lembra o nome e que mesmo o narrador precisa consultar o elenco.
De qualquer forma, separamos 5 lições da semana que fechou a pré-temporada.
Lawrence é especial, porém falta o mínimo ao seu redor
Não canso de bater na tecla que proteger o seu bem maior é fundamental: deixar seu quarterback exposto, em especial quando ele é novato, é de uma burrice sem tamanho. Nem é necessária uma unidade de elite como a do Cleveland Browns ou do Green Bay Packers, porém é preciso um grupo que o deixe minimamente confortável para processar o jogo e ter condições de jogar. Como o exemplo do Cincinnati Bengals com Joe Burrow não foi suficiente em 2020, o Jacksonville Jaguars resolveu cometer os mesmos erros.
Nas duas primeiras partidas em que Trevor Lawrence esteve em campo, ele foi pressionado em 39% dos snaps. Para efeito de comparação, se esse número tivesse acontecido durante a temporada regular do ano passado, o calouro teria sido o terceiro quarterback que mais teria sofrido pressão na NFL[foot]Pro Football Focus[/foot]. No último jogo, enfrentando o Dallas Cowboys e sofrendo menos com o pass rush, ele completou 11 de 12 passes, para 139 jardas e 2 touchdowns.
Lawrence tem potencial de ouro, mas com esses operários ao seu redor, vai demorar a brilhar.
https://twitter.com/NFL/status/1432037351560257546
O projeto Lock não existe mais
Teddy Bridgewater é aquilo que costumamos chamar de sólido: não é um quarterback bom o suficiente para ser o cara de uma franquia na posição, nem ruim o suficiente para que não possa ser titular de alguma por um ou dois anos. Quando um jogador de 24 anos não consegue o vencer numa batalha por posição, mesmo num time que o selecionou e o pôs para jogar nas duas temporadas anteriores, é sinal de que não existe mais confiança em seu nome.
Essa é a situação de Drew Lock no Denver Broncos: a franquia não espera mais nada dele. Sua única chance é entrar em alguma partida e provar que todos estavam errados ou buscar seu caminho em outra equipe.
A extensão de Harrison Smith é sem fundamento
Quando o Minnesota Vikings anunciou a extensão contratual do safety Harrison Smith, eu esperava ver algo de, no máximo, dois anos – e com valores modestos. Para minha surpresa, foram 4 anos a mais de contrato, por US$ 64 milhões, sendo destes 26 garantidos.
Harrison passa a ser o terceiro safety com maior média salarial de toda NFL, algo descabido de razão. Com 32 anos, ele está no longe de seu auge e isso deve se agravar nos próximos anos. Decisão sem sentido dos Vikings.
Kwity Paye era a peça que falta na linha defensiva dos Colts
Apesar de muitas desconfianças por conta de seu tamanho – ele mede 1,88 m, um pouco menor que o padrão da NFL – o EDGE Kwity Paye foi selecionado pelo Indianapolis Colts na primeira rodada, em especial por capacidade de explodir no snap e chegar ao quarterback, algo em falta nas laterais da linha defensiva do time.
Paye tem se mostrado uma aposta certa: foram 2 sacks na pré-temporada em pouco mais de 20 snaps indo para a pressão. Ele tem mostrando o instinto finalizador que faltava a unidade, e isso trará dividendos valiosos na temporada regular.
https://twitter.com/NFLonFOX/status/1431394434881507329
Dói, mas não é justo culpar treinador por lesão em pré-temporada
Já me peguei por diversas vezes criticando treinadores que colocam seus principais jogadores nos jogos da pré-temporada. O medo de lesão é sempre grande e ninguém quer ver um dos seus principais nomes fora por ter se contundido em uma partida que não vale nada. Entretanto, planejamentos são diferentes, bem como a resposta de atletas. Por diversas vezes, jogar alguns drives se fazem necessários para tirar a ferrugem e sentir o espírito de competitividade.
J.K. Dobbins, running back do Baltimore Ravens, se machucou com gravidade contra o Washington Football Team. Claro que é uma baixa de um titular e o elenco sentirá sua saída, entretanto, lesões acontecem em treinos ou mesmo na semana 1 da temporada regular. São ossos do ofício de um atleta: se ele tivesse jogado todos os snaps das três partidas dos Ravens, até poderia apontar um exagero de John Harbaugh. Mas foram 7 snaps em média por jogo. O acaso não pode ser cobrado.
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