Buccaneers deixam claro recado: não faltam armas no ataque

Vitória na abertura da temporada sobre o Dallas Cowboys mostrou que Tom Brady e companhia estão mais potentes no setor ofensivo do que nunca, e vencê-los continuará sendo missão dificílima

Todo mundo esperava que o Tampa Bay Buccaneers começasse a temporada de 2021 exatamente de onde pararam a última, afinal, o time retornou todos os 22 jogadores titulares do último Super Bowl. Durante a vitória por 31 a 29 sobre o Dallas Cowboys na abertura da temporada, o que se viu foi justamente o contrário: uma porção de erros, vários turnovers e muitas chances dadas aos Cowboys.

Só que um tal camisa 12, ele sim, começou a temporada justamente de onde ele parou. E ele, praticamente sozinho, foi o responsável pelos atuais campeões saírem vencedores do jogo de abertura. Tom Brady lançou para 379 jardas e 4 touchdowns e, se o jogo terrestre pouco contribuiu contra uma surpreendente defesa de Dallas pelo chão, além de seus companheiros de time entregarem a bola diversas vezes, ao menos ele se mostrou em ótima forma ao longo de toda a partida, inclusive liderando a vitória no drive final

84 segundos: mais do que suficiente

Quando os Cowboys anotaram o field goal que lhes colocou na frente no placar restando apenas 1:24 no relógio, todo mundo sabia que aquilo era tempo mais do que suficiente para Brady orquestrar um drive final para a vitória de sua equipe. Foi exatamente o que aconteceu.

Só que esse sufoco no fim da partida foi completamente desnecessário e fruto de uma exibição muito desligada para um time tão forte quanto o Tampa Bay Buccaneers. Foram 4 turnovers – 3, se ignorarmos a hail mary no final do primeiro tempo -, e nas 3 posses seguintes os Cowboys anotaram pontos. A primeira interceptação veio de uma screen play onde Leonard Fournette dropou a bola, e o fumble de Chris Godwin na linha de uma jarda do campo de ataque veio num momento em que Tampa Bay teria matado a partida se tivesse anotado o touchdown.

Apesar de todas as chances que os Buccaneers deram aos Cowboys, a vitória veio porque talento existe em abundância no elenco. Boa prova disso foi ver o quão poderoso o ataque aéreo esteve ao longo da partida mesmo com pouca contribuição de Mike Evans, Scotty Miller e O. J. Howard, jogadores de alta qualidade. No jogo de hoje, o trio que foi dominante recebendo passes foi Antonio Brown (5 recepções, 121 jardas, TD), Chris Godwin (9 recepções, 105 jardas, TD) e Rob Gronkowski (8 recepções, 90 jardas, 2 TDs). Só nesse parágrafo, por exemplo, foram seis jogadores acima da média nomeados.

Talento ofensivo definitivamente não falta. Mesmo num dia em que o time deixou muito a desejar, os Buccaneers saíram vitoriosos. E vencer bons adversários mesmo longe de seus melhores dias é um forte sinal de dominância.

Defesa, por outro lado, causa preocupação

Quem realmente precisava ter contribuído mais na partida de hoje para que a vitória viesse mais fácil era a defesa dos Buccaneers, que apesar de desfalcada na secundária sofreu fortemente contra o trio de recebedores dos Cowboys, um dos melhores da NFL.

Aliás, não tem como deixar de falar da excelente atuação de Prescott. O plano de jogo de Kellen Moore foi quase perfeito: 58 passes, 17 corridas. Esqueça aquela história de que um ataque precisa ser balanceado para ser eficiente: Moore sabia que correr com a bola era uma completa perda de tempo no jogo de hoje. O mismatch no interior da linha ofensiva era claro, e a dominância de Vita Vea sobre Tyler Biadasz e Connor Williams não foi pequena, inclusive no drive do field goal que quase sacramentou a virada de Dallas.

Se o mismatch era favorável aos Buccaneers por terra, acontecia o contrário pelo ar em favor dos Cowboys. Prescott passou. E passou. E passou mais vezes. E foi fantástico. E completou 72% dos seus passes contra uma defesa extremamente agressiva. E lançou para três touchdowns. Tudo isso com um ombro que não está 100%. Mesmo assim, não foi suficiente para superar os atuais campeões numa noite em que faltou inspiração para eles.

A lesão de Murphy-Bunting preocupa bastante, e apesar de não sabermos exatamente por quanto tempo ele estará fora, as imagens não foram animadoras quanto à uma rápida recuperação. Nem todo time terá uma linha ofensiva capaz de segurar a pressão de quatro homens dos Buccaneers e explorar os problemas que a secundária dos Buccaneers apresentou hoje, mas esse certamente será um ponto preocupante para Todd Bowles nos próximos jogos. Já na segunda semana, a profundidade do elenco será testada.

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