Crônica: As máquinas entre os mortais, como elas, também enferrujam

Crônicas não necessariamente são cafonas ou textos carregados de emoção. Tampouco necessariamente são textos que rivalizariam com o drama de uma novela da Televisa. Não precisamos de personagens exagerados para escrever sobre, apenas um personagem já basta.

Meu personagem desta semana é Russell Wilson. Ano passado comprei um livro que fez junto do coach dele – não no sentido de futebol americano, mas esses que trabalham com a melhora da pessoa no dia-a-dia e etc. Cheguei à conclusão que não daria para tirar muita coisa daquele livro, como também achei absurdamente inútil o livro da dieta de Tom Brady. Simplesmente porque nenhum de nós tem o incentivo de ser um quarterback da NFL com salário gazilionário para dizer tantos “nãos” diários.

A questão é que eles são humanos. Os dois, na real. Brady não fez um jogo bom no domingo – embora a defesa tenha sido um tanto quanto caótica contra Washington, que teve mérito na vitória. Mas Wilson? Bom, foi feio demais de ver. Pela primeira vez na carreira, Russell Wilson perdeu de zero.

Seu retorno foi antes do necessário? Talvez. Como falei na transmissão do jogo, Wilson errou passes que não errava. Por vezes fracos demais, por vezes fortes demais. Os passes longos ficaram pendurados – sinal de que não tava legal o dedo da mão direita? Talvez.

Para mim, estava claro que ele não estava bem nessa volta. Seja ritmo de jogo, seja a questão da volta de lesão que não estava 100% curada. Isso indica, também, que não precisamos entrar em pânico ou contestar o status de elite quanto a Russell. É apenas um jogo ruim, com ele voltando antes da hora da lesão – coisa que também não podemos culpar, afinal, era um jogo contra os Packers e Seattle precisa urgentemente de vitórias na segunda metade da temporada.

Havia, ali, uma ferrugem. Russell Wilson muito postou em suas redes sociais que trabalhou duzentas horas por dia na recuperação e mais uma vez ficamos com a imagem de foco e de que ele é uma máquina que trabalha y trabalha. A questão é que mesmo os grandes quarterbacks também são vulneráveis à sua própria biologia. No caso, aqueles que parecem máquinas entre os mortais, como elas, também enferrujam.

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