As coisas são de uma forma até que elas não sejam mais. Parece um tanto quanto óbvio, mas às vezes a gente esquece de reparar nisso. A fama de que o Los Angeles Chargers é um time pipoqueiro não é recente. Entre 2019 e 2020, os Chargers tiveram o terceiro pior aproveitamento da liga quando na frente por pelo menos 7 pontos depois de três quartos.
Números são duros algumas vezes, porque eles não têm cor. São apenas representações de fatos. Mas vá perguntar para um torcedor dos Chargers o que eles significam. Implosões defensivas, kickers bizarros, todo um panteão de atrocidades que resultam numa só expressão: pipocada.
Acabava quase que sendo sinônimo da equipe e assim foi no ano passado, no anterior e assim ia até sair de Los Angeles e voltar para San Diego. Não pipocar no Sunday Night Football de ontem pode ser considerada demonstração de força. Mas, acima de tudo, é uma demonstração de valor.
O que é pipocar, afinal? É colapsar, implodir. Destruir o que tanto suor foi construído. A expressão não serve apenas para o esporte, a gente pode pensar isso para o cotidiano também. Seja como for, os Chargers abriram 27 a 10 no último quarto. Os Steelers nunca viraram um jogo quando atrás assim no placar. Parecia que viria ontem.
A tranquilidade é o oposto da pipocada. Quando você sabe o que está fazendo, você não pipoca. Porque vê e antevê. Los Angeles ficou atrás no final, mas a tranquilidade de Justin Herbert – como foi no jogo todo – mostrou justamente o oposto daqueles Chargers que parecia mais uma bateria viciada de celular: quando você menos esperava, a tela apagava. Com uma leitura precisa no buraco entre a marcação em zona do safety e do cornerback, Herbert conectou para o touchdown da vitória.
Pode ser que os Chargers não vençam a divisão, o Super Bowl ou qualquer coisa do gênero. Mas na serenidade de seu quarterback, conseguiram vencer a pipocada. Isso, pensando no resto da temporada, é tão importante quanto qualquer vitória.
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