5 lições é uma coluna semanal de Deivis Chiodini, abordando pontos importantes que a rodada da NFL nos trouxe. Está no ar sempre nas segundas-feiras pela manhã, trazendo opinião rápida e de forma clara. Clique aqui e confira o índice da coluna!
Abrir a contagem não é suficiente contra Burrow
Tal qual um grande boxeador, um quarterback para ter sucesso na NFL precisa ter coração e resiliência. Situações adversas são comuns para ambos, mas os grandes vencedores são aqueles que conseguem sair do sufoco e virar lutas/partidas que pareciam perdidas. Na NFL, um nome provou nas finais de conferência, que mesmo nas cordas não está derrotado até que o relógio esgote o tempo: Joe Burrow, quarterback do Cincinnati Bengals.
Na semana anterior, Burrow sofreu nada menos que 9 sacks contra o Tennessee Titans, mas encontrou uma forma de vencer no final. Nesta semana, contra o Kansas City Chiefs de Patrick Mahomes, Joe viu seu time chegar a estar perdendo por 21 a 3 no segundo quarto. Claro que a melhora defensiva foi fundamental, mas Burrow por diversas vezes estendeu jogadas em que sua porosa linha ofensiva falhou e conseguiu ganhos que mantiveram o Cincinnati Bengals vivo na partida. A virada na prorrogação só corroborou o que todos já pensavam: é preciso nocautear Burrow ou ele dará um jeito de fazer isso com seu time.
Odell Beckham Jr. encontrou a redenção
É incrível como uma mudança de ares e nesse caso de quarterback, faz bem para um bom wide receiver. Odell Beckham Jr. dificilmente irá se tornar o jogador que todos esperavam nos seus primeiros anos na NFL. Entretanto, já dá para dizer que ele deu volta por cima no Los Angeles. Após amargar 3 anos ruins no Cleveland Browns, onde nunca conseguiu criar sintonia com Baker Mayfield, Odell foi trocado no meio dessa temporada e aos poucos foi ganhando seu espaço.
Mostrando um timing interessante com Matthew Stafford, foi crescendo, até ter uma partida magnífica na final da NFC, contra o San Francisco 49ers: 9 recepções e 113 jardas. Odell vai ao Super Bowl com chances de brilhar, algo que parecia impossível 6 meses atrás.
Andy Reid reviveu seus tempos de Philadelphia Eagles
Uma das maiores críticas sofridas por Andy Reid no seu tempo comandando o Philadelphia Eagles é que por vezes, mesmo com uma vantagem considerável no placar, ele abandonava o jogo corrido e resolvia passar incessantemente. Foi isso que aconteceu na derrota para o Cincinnati Bengals, com dois agravantes. O primeiro é que as corridas estavam funcionando muito bem: descontados as em que Mahomes improvisou com as pernas, os Chiefs tiveram média de 5,7 jardas por tentativa. A segunda é que na etapa final, os Bengals começaram a deixar o box mais leve, preocupados em cobrir o passe.
Mesmo assim Reid chamou apenas 10 corridas, gastando pouco mais de 7 minutos até o drive final – que durou 6 – e resultou no empate, já com o time atrás do placar. Na prorrogação, 3 passes consecutivos, sendo que o último terminou em interceptação. Só podia terminar mal.
Garoppolo foi o menor dos culpados
Sou um crítico ferrenho de Jimmy Garoppolo e o considero um grande limitador do San Francisco 49ers nos últimos anos. Porém, é preciso ser justo com o quarterback: apesar da interceptação na última jogada da partida, ele é quem tem menos culpa no cartório. O time teve uma vantagem de 10 pontos no derradeiro período e não soube liquidar a fatura, falhando nos dois lados da bola. Kyle Shanahan novamente não teve coragem de arriscar uma quarta descida no meio de campo, que poderia ter matado o jogo. Jaquiski Tartt teve a interceptação do jogo nas mãos e dropou.
Garoppolo teve um jogo sólido e com menos falhas que o comum, mesmo com pouco suporte do jogo corrido, que teve média de 2,5 jardas por tentativa. Cobrar mais que isso dele é crueldade: ele entregou até mais que o esperado.
Vá ao cardiologista em dezembro
Dos 6 jogos que tivemos nas semifinais e finais de conferência, nenhum foi decidido por mais de 6 pontos, sendo dois deles na prorrogação. Em todos eles, na última posse de bola a partida estava viva. Inúmeras mudanças de liderança, narrativas diferentes, viradas, etc. Vá ao cardiologista em dezembro e confira se tá tudo certo com seu coração: playoffs dá NFL é certeza de fortes emoções. Que venha o Super Bowl.
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