É, amigos. A vida é feita de esperança. A torcida do Chicago Bears vai ter que se apegar bastante à frase de que “a esperança é uma árvore amarga de frutos doces”. O problema é que essa árvore em Illinois está com um tronco bastante frágil e quase nada foi feito em 2022 para que os frutos apareçam na primavera. Não resta muita coisa para além do que pensamento positivo, milagre e, bem, esperança.
Ryan Poles herdou um quarterback que ele não escolheu. Não foi o novo general manager dos Bears que subiu no recrutamento do ano passado para pegar Justin Fields. Num primeiro momento, jogou Fields aos leões sem apoio numa divisão que existe total chance do time ficar em último lugar. Olhando para o elenco, temos um conjunto ofensivo abaixo da média e uma defesa levemente acima da média. 7 vitórias, com otimismo, parece ser uma perspectiva.
O que os Bears fizeram para ajudar?
Praticamente nada. O corpo de recebedores basicamente só tem Darnell Mooney e as chegadas de Equanimous St.Brown (meh) e Byron Pringle (vai ser usado em screens e olhe lá) não empolgam. Não sei até que ponto dá para julgar, dado que, como disse, Poles e Matt Eberflus não foram os que tomaram a decisão de comprar esse barco lá atrás. Herdaram o leme e agora querem passar por esse primeiro ano de tempestade. A má notícia é que Fields pode quebrar depois de um ano fraco, sem elenco de apoio. A boa notícia é que se ele sobreviver, terá uma casca fortíssima.
Como sobreviver? A chegada de Luke Getsy, frise-se, não irá automaticamente fazer o ataque do Chicago Bears um xerox do ataque dos Packers, do qual Getsy fazia parte até ano passado. A realidade é que é mais capaz que o ataque de Chicago lembre o trabalho anterior de Matt LaFleur em Tennessee. Doses cavalares de jogo terrestre, bastante formação under center, RPO, corridas desenhadas para Fields e tiros pontuais no fundo do campo. Com o elenco que o time tem, é o que dá para fazer.
Ou seja: o momento me lembra Star Wars, Episódio VI, O Retorno de Jedi. Luke Skywalker vai até o covil de Jabba, o Hutt, numa missão de resgate da Princesa Leia e do que sobrou de Han Solo naquela placa de carbonita. Acaba caindo numa armadilha e num foço, onde tem que lutar sozinho contra um monstro de Jabba que já fizera algumas vítimas. Como era o Jedi do rolê e um dos seres mais fortes do universo, Luke triunfa, mata o monstro e vida que segue. A esperança do torcedor dos Bears é que Fields, que tem habilidade atlética e braço forte, consiga evoluir na base da pancada. Tudo indica que seu trabalho de pés está melhor, que seu release está mais rápido. A comissão técnica, em tese, é melhor também.
Tudo isso pode dar em 7 vitórias, mas se forem sete dignas, tá ótimo. Se Fields não quebrar e mostrar evolução, idem. Fields deve ser um quarterback móvel que dá tiros fundos de vez em quando. Se muito. Ao torcedor, resta pensar esperançosamente. Que a Força esteja com ele.
Para saber mais:
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