Era uma vez um técnico promissor. Ele vinha fazendo um bom trabalho como coordenador de uma equipe, crescera nas cotações e ganhara uma grande chance. A oportunidade de sua vida. Tudo, porém, destrambelhou e ele vai acabar pagando a conta. Essa é a história de muitos treinadores. Em 2022, é a narrativa de Arthur Smith.
Depois de criar uma personalidade própria (e eficiente) no ataque do Tennessee Titans, Smith ganhou uma boa oportunidade no Atlanta Falcons. A narrativa era ótima. A franquia tinha problemas, mas, na época, contava com um ataque potente e uma defesa que poderia ser ajeitada. Se o treinador maximizasse a parte ofensiva, o restante se ajeitaria.
No entanto, as coisas nem sempre saem como o planejado. O ataque se desmanchou – Matt Ryan e Julio Jones foram embora, Calvin Ridley sofreu com problemas de saúde e, agora, está suspenso até o final do ano -, o time não engrenou e Atlanta decepcionou, mais uma vez.
Para 2022, as prospecções não são melhores. A equipe, no papel, não encanta e tudo isso é maximizado quando a pessoa que passará a bola não tem uma boa atuação há quatro anos. Sem poder contar com sua principal engrenagem, a culpa vai acabar caindo em cima do treinador.
Devaneios de um passado distante
Os fãs mais antigos ainda guardam na memória as recordações afetivas daquele Marcus Mariota que foi segunda escolha geral no Draft 2015. Até parecia que um dia engrenaria, mas isso nunca aconteceu. Na NFL, é necessário entender isso: algumas seleções, por mais certeiras que pareçam, dão errado. É preciso aceitar e seguir um rumo diferente.
Mariota estava fadado a ser um reserva de luxo na liga. Ocasionalmente, até poderia ganhar uma oportunidade quando o titular se machucasse, mas nada além disso. Como Smith se viu sem alternativas, em meio a um Draft que não apresentava escolhas capazes de assumir a titularidade de imediato, resolveu apostar em seu velho conhecido, o qual viu crescer e ir embora de Nashville. Desmond Ridder, selecionado na terceira rodada deste ano, ainda é muito cru e não daria conta do recado, afinal.
O ponto aqui é que Mariota em nada de relevante agrega ao ataque dos Falcons. Deixando um pouco de lado o minúsculo espaço amostral da pós-temporada, esse será o mesmo Marcus que nunca conseguiu deslanchar na carreira e fazer de Tennessee uma equipe forte anteriormente. A familiaridade com o sistema e a presença de Kyle Pitts até podem ajudá-lo em alguns momentos, mas não na maior parte do tempo.
