Como fazemos tradicionalmente, aqui nosso Vencedores & Perdedores da primeira semana da temporada da NFL. É uma maneira de falar sobre personagens e para irmos além dos times que necessariamente estão jogando. Às vezes um general manager, às vezes um ex-companheiro que está melhor com um novo quarterback, enfim: superlativos são sempre interessantes e como vocês sabem é uma forma bem legal de rever cada semana.
PS: Excepcionalmente a coluna está indo ao ar nesta quarta-feira, mas semana que vem ela volta “ao normal” às terças. Cheguei hoje em casa e jet lag é o cacete, bora trabalhar.
Vencedores:
Brian Daboll (head coach), Saquon Barkley (RB), New York Giants: O primeiro foi bastante corajoso em ir para a conversão de dois pontos mas não foi só coragem: os ajustes para o segundo tempo permitiram que o time se recuperasse de uma déficit de quase dois touchdowns no meio da partida. Barkley, por sua vez, alardeou em toda a pré-temporada: estou saudável. Assinou cheques e descontou no domingo, com mais de 100 jardas corridas – quase 9 por tentativa. Grande vitória dos Giants.
Mike Tomlin, head coach, Pittsburgh Steelers: Bancou a ideia de Mitchell Trubisky, que não foi a pior do mundo embora o ataque não tenha correspondido (mas ao menos ele não estragou tudo). Do outro lado, Tomlin mostrou porque era uma mente defensiva bastante laureada quando assumiu o posto dos Steelers na década de 2000. Grande jogo de Minkah Fitzpatrick, Alex Highsmith (3 sacks) e T.J. Watt, que infelizmente machucou o peitoral e estará fora por pelo menos um mês.
Tua Tagovailoa, quarterback, Miami Dolphins: É fato dizer que a vitória do Miami Dolphins no domingo foi também por conta de Tua e não apesar de Tua. Bem melhor do que ano passado em passes para mais de 10 jardas e eficiente em terceiras descidas, Tagovailoa “pagou” a primeira parcela do investimento que o time fez na “infraestrutura” dos seus arredores.
Patrick Mahomes, quarterback, Kansas City Chiefs: 5 touchdowns, fora o baile. Um jogo de quase 400 jardas de do camisa 15 dos Chiefs e com muitos riscos controlados – não riscos sem noção. Mahomes teve 9-14, 2 touchdowns e nenhuma interceptação quando pressionado. Bem diferente do ano passado, quando liderou a NFL em interceptações quando pressionado (7). Na ausência de Tyreek Hill, Mahomes pode distribuir mais a bola e ser um quarterback (ainda) mais perigoso por cortar erros.
Justin Jefferson, wide receiver, Minnesota Vikings: Melhor wide receiver na semana 1, Jefferson fez jus à toda empolgação que colocamos nele antes da temporada para ser um WR top 3 neste ano. Não importa quem estava na marcação. Ele ateou fogo em todos. Segundo o Next Gen Stats, eis os números dos marcadores mais próximos:
- Adrian Amos (S): 1-2. 64 yds
- Quay Walker (LB, calouro): 2-2, 58 yds, 1 TD
- Eric Stokes (CB), 2-2, 25 yds, 1 TD
- Darnell Savage (S): 1-2, 21 yds
- Rasul Douglas (CB): 2-2, 11 yds
- Preston Smith (EDGE): 1-1, 5 yds
Total: 184 jardas, 2 TDs. Um espetáculo.
Khalil Mack, EDGE, Los Angeles Chargers: A ideia dos Chargers em reforçar o pass rush e a secundária foi gerar um efeito colateral nas terceiras descidas. Com mais sacks/pressões + melhor marcação ao passe nas duas primeiras descidas, a chance de Los Angeles enfrentar terceiras descidas curtas e ser a várzea do ano passado é menor. Deu certo. Mack teve 3 sacks; Ele e Bosa geraram 16 pressões em Derek Carr. Isso porque J.C. Jackson nem jogou hein. Justin Herbert, parece, agora tem uma defesa.
Buffalo Bills: É uma virtude de grandes times fazer ajustes no intervalo e pisar no acelerador quando as coisas realmente importam. Buffalo chegou como favorito em Los Angeles e carimbou a faixa dos Rams. 21 a 0 no segundo tempo. Jalen Ramsey humilhado, Stafford parecia mortal. Os Bills confirmaram por que são o time a ser batido na AFC.
Pete Carroll/Geno Smith, Seattle Seahawks: Falarei sobre isso em outro texto, mas é inacreditável quando Geno Smith foi pilhado por Pete Carroll ao longo da semana. No final das contas ele não estava errado. Falou sobre a força no braço de Geno, sobre seu comando do ataque e sua capacidade de não entregar a bola para o adversário. Contando 2021 e 2022, 7 TDs e 1 INT. Não é um gênio e não vai carregar o time sozinho. Mas longe de estragar tudo.
Perdedores:
Joe Burrow, quarterback, Cincinnati Bengals: 4 interceptações e (pelo menos) 3 foram culpa dele. A primeira, por exemplo, um passe forçado em marcação em zona que não deveria acontecer. Burrow precisa cortar esses erros como fez na segunda metade do campeonato em 2021. Se não fossem esses turnovers, provavelmente Cincinnati teria vencido.
Jalen Ramsey, cornerback, Los Angeles Rams: Ele seguirá como um dos melhores cornerbacks da liga; Até grandes goleiros têm seus dias ruins e a posição de cornerback é parecida. Mas… Foi feio. Stefon Diggs fez o que quis com ele. No apagar das luzes, 6-7, 94 jardas cedidas e um touchdown. Josh Allen teve rating perfeito quando lançando em sua direção
Bill Belichick, head coach, coordenador ofensivo, general manager, zelador, CEO, cortador de grama, relações-públicas, olheiro mestre e cosplay do Imperador Palpatine: a decisão de colocar Matt Patricia como o responsável pelas chamadas não me parecia boa e até agora ninguém provou o contrário. Como o Deivis falou mais cedo nesta semana, os Patriots são mortais. Pela primeira vez os argumentos em contrário estão cada vez mais rasos.
Jerry Jones, que como Márcia em Chocolate com Pimenta, é Dono & Proprietário do Dallas Cowboys: Além de ser um péssimo general manager. A linha ofensiva foi pro buraco de vez e Dak Prescott machucou-se de novo – deve ficar fora por pelo menos quatro partidas. Infelizmente era um acidente esperando para acontecer depois da lesão e Tyron Smith (fora até dezembro). Prescott foi pressionado em 10 dos 21 passes que deu. Pressionado, 2 de 8. Que tragédia.
Russell Wilson, quarterback, Denver Broncos: Não jogou mal, mas foi atrapalhado por fumbles na red zone e por um técnico que mostrou por que é head coach calouro. Mas no final das contas, fica com a derrota na volta ao antigo estádio. Sem contar o tanto que foi vaiado. E olha, foi muito.
Baker Mayfield, mais uma vítima da Lei do Ex ao contrário, quarterback, Carolina Panthers: Outro que foi mal pressionado, 1-4 e 4 sacks. No primeiro tempo, Mayfield foi completamente dominado pela defesa de seu ex-time. Ao final do segundo quarto tinha 10-21 para 100 jardas, o que dá a terrível marca de 5 jardas por passe. Qual vai ser a desculpa agora?
Vance Joseph, coordenador defensivo (?), Arizona Cardinals: Em 2021, Arizona mandou 35% de blitzes, terceira maior marca da NFL. Essa é a identidade do time. O problema é que do outro lado, você tinha um quarterback que contra a blitz desde 2018 tinha o melhor rating da liga (91), 39 TDs e 4 INTs. O que você faz? Pensa diferente certo? Não se você é Vance Jospeh. De forma completamente lunática, Joseph mandou 51% de blitzes contra Mahomes – que obviamente tostou mais essas blitzes do que o Obi-Wan tostou o Anakin no Episódio III de Star Wars. 4 touchdowns contra 5 ou mais homens vindo contra ele.
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