Um dos treinadores mais pressionados começando essa temporada era Mike McCarthy, do Dallas Cowboys. Após perder no wild card para o San Francisco 49ers, com direito a uma chamada patética no final do jogo, o head coach viu Jerry Jones, o dono da franquia mudar o tom. Em entrevista ele disse esperar muito mais e com o elenco que Dallas tinha, era frustrante ser eliminado daquela maneira, ainda mais em casa. Além disso, Jones tem uma amizade extra-campo com Sean Payton, que estaria teoricamente aposentado e poderia estar já pensando na substituição.
Para piorar, a primeira partida de 2022 foi horrível: num jogo de horário nobre, os Cowboys foram amassados pelo Tampa Bay Buccaneers de Tom Brady, com o ataque anotando míseros 3 pontos e ainda perdendo o quarterback Dak Prescott com uma lesão no polegar. Parecia o prenúncio do fim, com a equipe se destrambelhando e vendo o rival Philadelphia Eagles crescer. Todavia, como a bola oval tem surpresas, Dallas seguiu firme com Cooper Rush, venceu suas quatro partidas e segue firme na briga pelos playoffs.
As apostas foram certeiras
Quando os Cowboys deixaram La’el Collins ir embora, mantendo Terence Steele como titular e depois draftaram Tyler Smith, todos levantaram as sobrancelhas. Para piorar, Tyron Smith se lesionou na pré-temporada, o que obrigou McCarthy a abreviar o plano de transição de Tyler – os chamarei pelo primeiro nome, já que o sobrenome é homônimo -, colocando logo na fogueira na posição de left tackle. Pois bem: deu tudo certo. Se não são jogadores de elite, os dois tem feito um bom papel e produzido bem, ajudando a unidade a ser sólida.
Outra aposta certa foi em Cooper Rush: quando Dak se lesionou, muito se especulou a troca por um veterano como Jimmy Garoppolo – naquele momento Trey Lance ainda estava saudável -, mas a comissão técnica bancou Rush e vem dando certo. Kellen Moore, o coordenador ofensivo do time, montou um esquema corrido forte e mais criativo, fugindo das engessadas tentativas terrestres do passado. Além disso, o quarterback agora solta a bola muito rápido.
Com rotas rápidas como primeira opção e outras cruzando o campo em distâncias intermediárias, o plano de jogo facilita a tomada de decisão de Rush e minimiza o risco de turnovers. Outro ponto positivo é que não existe vergonha nenhuma de colocar bloqueadores extras: ajustes fundamentais para quando se tem um quarterback limitado.





