Não vou encher seu saco com números, a maior parte dos textos aqui em ProFootball usa e abusa do recurso. Tampouco análise tática. Se eu falar que Russell Wilson teve a pior marca de passes fora do alvo ou que foi pressionado em metade dos snaps, dá na mesma que colocar a porcentagem.
Sabe por quê? Tá horrível. Ele sabe disso, tanto que ficou extensamente batendo na tecla do motivacional, do slogan do time. Slogan que acabou virando piada, infelizmente. O que era para ser um passeio virou uma queda descomunal. O que era para ser um time candidato aos playoffs, virou a maior decepção da temporada – talvez junto dos Raiders. Mas os Raiders não tinham tantas novidades para além de Davante Adams. Os Broncos tinham a lacuna preenchida. Em tese.
“Os Broncos estão a um bom quarterback de competir e fazer barulho na AFC”
Quantas e quantas vezes não falamos isso como um sinal de esperança para um torcedor que não sabe o que é pós-temporada desde 2015? Ora, obviamente por tudo o que mostrou e pelo fato de jogadores normalmente se recuperarem bem de lesões com a medicina esportiva atual, era de se imaginar que Russell Wilson poderia ser a resposta. Ele seria um bom quarterback, em tese. Logo, os Broncos fariam barulho.
O que se sucedeu foi o contrário. Wilson é um dos dez piores quarterbacks da NFL, sob qualquer métrica. Ele não tem mais a mobilidade de outrora. Ele não tem mais a precisão de outrora. Para complicar, o jogo terrestre é pífio, o time virou um amontoado de lesões e o treinador corre risco de cair ao final da temporada.
A primeira vez que o ataque dos Broncos conseguiu passar da metade de campo e adentrar o território de um desfalcado Tennessee Titans? Segundo quarto. Mesmo depois da troca de Bradley Chubb, a defesa ainda segue entregando. Tudo o que o ataque de Denver precisava fazer na temporada era 21, 22 pontos por jogo. Isso bastaria para literalmente colocar o time na briga pela divisão. Com uma unidade capenga no lado ofensivo, os Broncos têm uma das piores campanhas da NFL e menos de 5% de chance de pós-temporada.
“Cara, definitivamente é frustrante”, disse Russell Wilson depois da derrota. “Sinto que podíamos ter ganho o jogo”, completou. Obviamente, era só o ataque fazer 20 pontos. Porque Tennessee fez 17. Acredite: pedir um ataque que faz 21 pontos por jogo não é muito. Seria o 15o da liga em pontos por jogo. Hoje, como você deve saber, Denver tem 14,3 pontos por partida. Não que Wilson tenha sido o maior culpado da última derrota. Mas no nível que ele está, não é o quarterback que arrumaria a bagunça como outrora.
O que era para ser esperança de uma boa temporada e volta aos playoffs virou pesadelo no Colorado
Isso com Russell Wilson, um corpo de recebedores sólido no papel e um treinador que chegou com fama de mente ofensiva que ajudou Aaron Rodgers a voltar à forma de MVP. Ou seja: no papel, tudo indicava que seria um passeio tranquilo. Virou um pesadelo. Sem qualquer perspectiva de melhora.
Wilson parece outro quarterback desde a lesão na mão que teve na Semana 5 do ano passado. Hackett faz um trabalho péssimo que dificilmente deve mudar em 7 semanas. É o pior head coach da NFL. A linha ofensiva, além de estar desfalcada, vem de um dos piores trabalhos num jogo desta temporada.
No final das contas, os Broncos continuam a um bom quarterback de fazer barulho na AFC. O problema é que neste ano, Russell Wilson está passando bem longe de ser um bom quarterback. De passeio à cavalo, virou pesadelo e queda. Esqueçam 2022. Broncos Country, Let’s Fall.
🎁 Exclusivo Assinantes ProFootball + – clique aqui e assine, apenas R$ 6,90 por mês!
🔒 Ele é interino, mas não é burro: Como Jeff Saturday teve sua estreia com vitória
🔒Atenção: o Minnesota Vikings é de verdade
🔒 Os 5 melhores wide receivers de 2022
🔒 Análise Tática: A evolução de Fields é boa, mas o caminho é longo
🔒 Draft Simulado 1.0: Seattle terá um novo quarterback?
