Curti: Top 7 coisas que mudaram a história da NFL

A NFL tem mais de 100 anos e muita coisa mudou na forma que ela é jogada e consumida. Aqui, te contamos as 7 que mais mudaram o jogo, com destaque para a regra de interferência, o Monday Night Football e recordes como os de Dan Marino em 1984

Vamos juntar duas coisas que amamos: listas e história? Então para conhecer mais o passado do futebol americano profissional, te esperamos aqui no Top 7 em PROFOOTBALL. Esta coluna, aliás, vai virar vídeo também no meu canal do YouTube, aproveita para clicar aqui e se inscrever.

O tema de hoje são sete coisas que mudaram a história do jogo. Podem ser criações tecnológicas, pessoas, fatos, eventos, mas de uma forma ou outra, são coisas que fizeram a NFL ser como hoje e seria quase impossível imaginar a liga sem elas em 2022. Vamos à lista, mas, antes, as menções honrosas.

Menções Honrosas: 

Linha de First Down na tela: Até 1999, não existia nenhum recurso gráfico de “realidade aumentada” que pudesse orientar o telespectador a saber onde o time tinha que chegar com a bola para ter um novo set de descidas. Sim, aquela linha amarela bonitinha que você tem nos jogos atualmente, ela simplesmente não existia até o final dos anos 1990. Esse recurso tornou-se ainda mais importante aqui no Brasil, vide que é muito mais fácil ensinar alguém que nunca assistiu a uma partida do esporte com ela na tela. “O time tem quatro chances pra chegar naquela linha amarela” é mais fácil do que “o time tem quatro descidas para conquistar 9,15m”, né?

FOX Box: Até 1993, o placar aparecia de tempos em tempos na tela. Foi com a FOX comprando os direitos da NFL para a temporada de 1994 que isso mudou. No pique Bart Simpson, a emissora tinha uma alma mais ousada e resolveu arriscar “importando” uma ideia da Premier League, que já mostrava o placar na tela a todo momento. Desde então, ninguém consegue imaginar como é ligar a TV e ter literalmente que esperar a boa vontade do operador do switcher nos contar quanto tá o jogo.

Greatest Game Ever Played: A final da NFL de 1958 foi a primeira partida de pós-temporada a ter uma prorrogação de morte-súbita e foi o jogo mais visto da história (até então) da TV americana. O Baltimore Colts venceu o New York Giants no Yankee Stadium com uma corrida de Alan Ameche e ali começou a caminhada para NFL ultrapassar o beisebol em popularidade – justamente na maior catedral desse esporte, olha que curioso.

Ida dos Rams para Los Angeles (as duas): Os Rams foram campeões da NFL em Cleveland e ninguém apareceu no estádio – porque, bem, tava frio. Então foram para Los Angeles e a costa oeste teve seu primeiro time profissional estabelecido de verdade ao final dos anos 1940. Além da integração racial ter aumentado – porque foi requisito para os Rams jogarem no estatal Los Angeles Memorial Coliseum – essa mudança marca a liga como algo nacional de fato, de costa a costa nos EUA. A volta dos Rams para LA no meio da década passada é uma marca também. Maior liga dos EUA em termos de esporte profissional, a NFL era a única sem um time no segundo maior mercado consumidor dos EUA desde 1995.

7- A temporada de 1984

Uma temporada que começou desta forma familiar para nós em 2022: “tá feio né?”. O sentimento era tamanho que a Sports Illustrated fez essa capa acima, com a reportagem principal sendo um diagnóstico e o que fazer com a liga. As jovens estrelas salvaram o rolê, digamos. O que começou ruim terminou de maneira excelente. Dan Marino teve a maior temporada de um passador na história, com 48 touchdowns e mais de 5000 jardas. Eric Dickerson quebrou o recorde de mais jardas corridas por um running back, com 2105 – esse recorde está de pé até hoje. E o Super Bowl foi entre Dan Marino e Joe Montana, com a vitória, assim como domingo passado, ficando para um time mais físico e que corria melhor com a bola – San Francisco. A temporada de 1984 mudou o jogo em alguns aspectos e colocou de vez estrelas no mapa da liga, retornando o interesse do público para 1985.

6- Paul Brown

Poucos técnicos na história da liga tem uma influência tão grande como ele. Além de ser o líder e, na prática, fundador do Cleveland Browns – daí o nome do time – ele estabeleceu outra franquia nos anos 1960 após ser mandado embora em Cleveland: o Cincinnati Bengals, também em Ohio. Brown foi o cara que criou o ponto eletrônico no ouvido do quarterback, o livro de jogadas como conhecemos hoje, o training camp antes da temporada e o técnico que de fato profissionaliza o trato dos jogadores para com seu trabalho como profissional e não como amador. Ainda existe a influência tática no jogo; Ele abriu o ataque aéreo no final dos anos 1940, tendo em Otto Graham um dos maiores quarterbacks da história. Na década de 1970, desenvolve junto de Bill Walsh o que hoje conhecemos como West Coast Offense, um ataque predicado em passes de ritmo, curtos e que visam jardas após a recepção e espalhar o campo horizontalmente.

5- Doug Williams 

Hoje a expressão “quarterback negro” pode soar estranha para muitos, dado que ninguém fala “quarterback branco” ou “quarterback asiático”. Porém, era a norma no final dos anos 1980. Até então, era normal que quarterbacks negros fossem transferidos para outra posição na NFL. Existia, para muitos, uma visão de que o atleta negro era para executar jogadas e não para pensá-las como um quarterback deveria fazer. O estigma, que hoje soa totalmente absurdo (e é), começa a ser quebrado de vez em 1987. Doug Williams foi o primeiro quarterback negro a vencer o Super Bowl – sendo MVP do jogo, segundo título de Washington. É muito por conta desse feito que mais portas são abertas e hoje não é tão amplamente questionado se um quarterback negro sabe realmente do jogo ou não – e quem o faz, passa vergonha.

4- Monday Night Football

Até 1969, os jogos da NFL eram transmitidos pela CBS e os da AFL pela NBC. E era isso. A partir de 1970, o futebol americano profissional torna-se um produto de horário nobre, com a ABC na parada. A primeira partida do Monday Night Football acontece naquele ano, entre Cleveland e New York Jets. Até hoje o produto está no ar e abriu as portas para um novo salto de popularização do esporte, tirando ele das tardes de domingo e colocando num dia até então “morto” na tv americana. Depois do MNF, outros esportes seguiram a tendência – o jogo para fechar a rodada na segunda à noite é um padrão da tv inglesa com a Premier League por exemplo. Com o mesmo nome, aliás.

3- Passe para frente a qualquer lugar atrás da linha de scrimmage (1933)

Sim, até 1932 você não podia passar a bola pra frente como bem entendia. Precisava estar a 5 jardas ATRÁS da linha para poder realizar o passe. O que hoje pensamos como Hall Mary, um ato de desespero dos quarterbacks, era o padrão para basicamente todo passe para frente até então. Depois de uma polêmica na final da NFL de 1932, a liga decide instituir que qualquer passe para frente estando atrás da linha de scrimmage seria legal. Foi isso que mudou como o esporte seria jogado, com as jogadas de passe saindo de desespero para aos poucos serem mais comum e hoje, em 2022, serem a base da maior parte dos ataques da NFL.

2- A Regra de Interferência de Passe (1978): 

Sabe aquela jogada icônica na final da Conferência Nacional de 2018, que um tackle aconteceu e não foi marcado nada entre Rams x Saints? Pois é, aquilo seria legal em 1977. A NFL fez a mais importante mudança de regra de sua história para a temporada de 1978. O objetivo seria ver mais pontos no placar, ter mais fãs casuais se interessando pelo jogo e abrir o jogo aéreo. Até 1977 era permitido que o recebedor fosse fisicamente punido durante toda a rota. A partir de 1978, muito pela dominância da defesa dos Steelers, só passou a ser permitido esse contato até cinco jardas da linha de scrimmage. A essa regra, se deu o nome de Mel Blount Rule, dado que o mais dominante – e físico – cornerback da época usava do recurso físico até não poder mais: Mel Blount, dos Steelers. Curiosamente, uma regra que foi criada para ajudar os outros times ante a dominância da dinastia do Steelers nos anos 1970 acabou ajudando o time. Terry Bradshaw teve grande temporada passando a bola e o time foi novamente campeão em 1978 e 1979.

1- Super Bowl

Não poderia ser outra coisa em primeiro lugar. A maior audiência da NFL todos os anos, maior audiência da TV americana em todos os anos e um dos intervalos comerciais mais caros do mundo. O Super Bowl é a apoteose da NFL e mesmo quem não conhece nada do esporte sabe do que ele se trata. No início, era apenas uma linha no contrato de fusão da AFL-NFL, um jogo tira-teima entre os campeões das duas ligas. Virou o grande evento do esporte americano, quando até quem não gosta assiste porque sabe que todo mundo estará falando sobre no dia seguinte.

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