Foi no estouro do relógio: faltando 5 minutos para o prazo da franchise tag, o New York Giants anunciou a renovação com Daniel Jones, ficando assim livre para colocar a tag no running back Saquon Barkley. O vínculo com o quarterback é de 4 anos e o valor total do acordo é US$ 160 milhões, sendo 94 garantidos, com uma média de 40 por ano. Jones deve receber US$ 82 milhões destes nos dois primeiros, numa estrutural contratual muito bem feita.
Desta forma, Brian Daboll terá de volta todo “core” ofensivo de 2022 e caberá ao general manager Joe Schoen montar um arredor melhor para os dois: os Giants precisam com urgência de wide receivers e alguns incrementos na linha ofensiva. No lado defensivo da bola, linebackers e jogadores de secundária também devem estar em pauta. Estima-se que a franquia ainda faça alguns ajustes no elenco, ficando com algo em torno de US$ 20 milhões disponíveis na free agency, além de ter o Draft como ponto importante para reforçar o plantel.
Sem desespero
Para entender esse movimento por Jones, é preciso voltar nas raízes de quem comanda. Schoen trabalhou por 5 anos como braço direito de Brandon Beane, general manager do Buffalo Bills e uma revisitada no que fizeram nesse período vai mostrar que dois pontos sempre foram prezados: continuidade e criação de cultura competitiva. Antes da dupla desembarcar em Buffalo no ano de 2017, os Bills não iam aos playoffs desde 1999, uma seca enorme, quebrada logo na primeira temporada.
Quando Josh Allen foi selecionado no ano seguinte, sob muitas críticas, e teve seus problemas para evoluir nos dois primeiros anos, em nenhum momento se cogitou a mudança de quarterback. O plano era montar o time e o deixar forte, com um dos melhores elencos da liga: é isso que os Bills são de 2020 para cá e esse parece ser o plano de Schoen e Daboll.
As fundações já estão sendo feitas: os dois offensive tackles (Andrew Thomas e Evan Neal) e os principais EDGES (Kayvon Thibodeaux e Azeez Ojulari) ainda estão contrato de calouro, tendo longo tempo com o time pela frente.
É bem provável que o time selecione um cornerback e um wide receiver nas duas primeiras escolhas do Draft, deixando a base ainda mais forte. Quarterback? Quando a oportunidade certa aparecer.
Não é um abraço na mediocridade
Jones evoluiu em 2022, o time venceu um jogo de playoffs, mas convenhamos que a melhor parte do seu jogo foi cortar os turnovers: como diria qualquer mãe, não fez mais que a obrigação para um profissional. Foram 15 touchdowns aéreos, número baixo, mas ele também trouxe o elemento terrestre, em especial quando Barkley caiu de produção na segunda metade da temporada: foram quase 350 jardas pelo chão desde a semana 10, além de 78 na vitória sobre o Minnesota Vikings nos playoffs.
Todavia, é improvável que ele se torne um jogador capaz de levar os Giants ao Super Bowl: Jones tem limitações técnicas que o impedem de um grande salto, fazendo com que seu teto possa ser levemente acima do visto na temporada passada. O torcedor não precisa se preocupar: da forma que o contrato foi feito, dá para trocar ou cortar o camisa 8 ao fim de 2024. E digo mais: se a franquia entender que algum nome disponível em 24 é o futuro, pode até se mover e trocar Jones apenas um ano após a renovação.
Basta colocar a designação de troca pós-1 de junho e o dinheiro que ficaria preso na folha é dividido entre 24/25. Com um contrato leve – já que a maior parte já terá sido paga pelo time de New York, encontrar mercado não deve ser problema. Pode dormir tranquilo, torcedor dos Giants: a franquia não acha que Daniel Jones é salvação da lavoura, mas precisa dele para preparar o terreno.
Para saber mais:
🔒Top 5 Melhores Jogadores de Linha Ofensiva na Free Agency
🔒 Top 5 melhores Linebackers na Free Agency
Na pista pra negócio (por duas primeiras rodadas, claro)
