Desde que a NFL criou um terceiro dia de escolhas de Draft (2010), foram realizados 12 recrutamentos que renderam mais de 1000 jogadores selecionados no terceiro dia. Na imensa maioria das vezes, quando esses jogadores conseguem se manter em um elenco de NFL, eles são jogadores reservas ou membros do grupo dos special teams. Encontrar quem faça contribuições importantes é raro; encontrar estrelas, então, é ainda mais difícil.
Só que toda regra tem sua exceção, e numa gama tão grande de jogadores, é possível encontrar aqueles que chegaram desacreditados mas fizeram história na NFL. Jogadores como Tom Brady, por exemplo, não podem entrar nessa lista mesmo vindo da sexta rodada; por mais recente que o terceiro dia seja, é possível listar algumas escolhas de final de Draft que já se tornaram personagens importantes no folclore da liga.
1 – Richard Sherman (quinta rodada, 2011)
Em menos de três anos, Sherman foi de escolha de quinta rodada para líder e principal face de uma das defesas mais icônicas da última década. O acerto do Seattle Seahawks veio também com uma dose extra de motivação, já que ele queria provar para Jim Harbaugh, treinador do rival San Francisco 49ers – e seu ex-treinador em Stanford – o erro que ele cometeu ao não apostar no cornerback. Sorte, claro, de quem aproveitou a chance.
Talvez só Darrelle Revis e Patrick Peterson tenham sido cornerbacks tão bons quanto Sherman no início da última década. Liderando a Legion of Boom, ele acumulou quatro indicações ao All-Pro, liderou a liga em interceptações em 2013, venceu um Super Bowl com Seattle (e disputou dois outros na carreira) e ainda teve outra ida ao All-Pro quando se mudou justamente para o San Francisco 49ers, já com Kyle Shanahan. O impacto no vestiário também foi gigantesco durante sua passagem pelos Seahawks, e por isso ele lidera essa lista.
2 – Antonio Brown (sexta rodada, 2010)
Toda a carreira repleta de problemas e dores de cabeça – e muito talento, admitimos – começou lá na sexta rodada do Draft de 2010, quando os Steelers resolveram usar mais uma escolha daquele recrutamento num recebedor depois de também pegarem Emmanuel Sanders. Brown não apenas se tornou o principal wide receiver do time como foi por bastante tempo apontado como o melhor jogador da posição em toda a NFL, especialmente lá pela metade da última década.
Só que a lista de controvérsias fora de campo manchou – e em último caso destruiu – uma carreira brilhante dentro dele. A troca para o Las Vegas Raiders acabou sem ele disputar uma única partida pelo time; a passagem pelo New England Patriots durou apenas um jogo; e apesar de ter sido campeão com o Tampa Bay Buccaneers, o histórico chilique ao tirar a jersey e sair de campo foi a última vez em que ele esteve num jogo de NFL.
3 – Jason Kelce (sexta rodada, 2011)
Se Kelce foi uma escolha tardia de Draft em 2011 por conta do seu porte físico, considerado baixo para a posição de center, ele compensou isso de forma brilhante ao longo da carreira por meio de seu atleticismo e da sua inteligência. O resultado foi uma década de dominância no interior da linha ofensiva do Philadelphia Eagles, que apostou no jogador em 2011 e teve como resultado um líder que foi responsável pelo discurso mais marcante da história da franquia.
O reconhecimento público chegou nos últimos anos, com Kelce acumulando cinco indicações ao primeiro time All-Pro nas últimas seis temporadas; sua dominância vem de ainda antes, quando retomou a titularidade para si em 2013 e não abandonou mais. Ele é o grande líder dos times dos Eagles que disputaram dois Super Bowls nas últimas cinco temporadas e a melhor escolha de Draft da história da franquia.
4 – Kam Chancellor (quinta rodada, 2010)
Não apenas um: dois jogadores da Legion of Boom do Seattle Seahawks foram escolhidos nas rodadas finais do Draft e habitam essa lista. Embora Chancellor não tenha sido titular na equipe até o segundo ano, seu impacto foi sentido a partir do momento em que começou a ter um papel maior na defesa de Gus Bradley, atuando como o safety mais próximo do box e fazendo um trabalho fantástico ao marcar presença com tackles pesados.
Quatro indicações ao Pro Bowl e duas indicações ao All-Pro não fazem jus à qualidade que Chancellor apresentou na última década, numa carreira que se encerrou de forma prematura por conta de uma lesão grave no pescoço. A Legion of Boom era temível de se ver pela frente e o defensor era a personificação perfeita do grupo: físico, dominante, inteligente e de altíssima qualidade.
5 – Tyreek Hill (quinta rodada, 2016)
Quem fecha nossa lista é uma das superestrelas da NFL atual e o único jogador que não foi draftado em 2010 ou 2011 – consequentemente o único que está vivendo o auge de sua carreira. Hill caiu no Draft por problemas extracampo de sua época em Oklahoma State (2014), onde agrediu sua então namorada que estava grávida. Depois de uma temporada em West Alabama e um excelente desempenho no Pro Day, o Kansas City Chiefs gastou uma escolha tardia em Hill.
Em sete temporadas na liga, o recebedor acumula sete idas ao Pro Bowl, além de cinco indicações ao All-Pro e, claro, o título de Super Bowl com os Chiefs em 2019. Hill hoje faz parte da discussão de melhores recebedores da NFL e seu desempenho no Miami Dolphins melhorou ainda mais. Ainda com 29 anos, tudo indica que ele continuará a acumular recordes e premiações na sua carreira.
Para saber mais:
Ravens trazem Odell e aumentam a pressão sob Lamar
🔒 O sonho e a incógnita de Anthony Richardson
🔒 O erro de Jalen Carter e a pergunta: onde você estava quando tinha 21 anos?






