Joe Flacco: O ano em que Brady e Manning não foram páreos

O ano de 2012 começou de forma triste e emocionante para o Baltimore Ravens; graças a Joe Flacco, o final não poderia ter sido mais feliz

Joe Flacco é parte do folclore da NFL por um motivo mais do que justo. Embora ele nunca tenha sido um quarterback de elite nem mesmo nos seus tempos áureos com o Baltimore Ravens, ele precisou apenas de uma boa sequência de jogos para se tornar um personagem histórico em 2012, dando um final perfeito a carreira de Ray Lewis e o segundo título da história dos Ravens justamente no ano em que seu fundador, Art Modell, havia morrido.

Flacco nunca mais conseguiu repetir o nível das excelentes atuações dos playoffs de 2012 – o que não é surpreendente, porque não há uma explicação lógica ou racional para o quão bem ele atuou naquela pós-temporada e de forma completamente repentina. Ainda assim, seu nome ficou eternizado com uma sequência de vitórias surpreendentes e um título pouquíssimo esperado.

Luck, Manning, Brady: Ninguém segurou

Naquele ano de 2012, Baltimore lidou com perdas. A morte de Modell quatro dias antes do início da temporada regular foi um baque, e na noite anterior ao Thursday Night Football da semana 3, o irmão do wide receiver Torrey Smith faleceu num acidente de moto – Smith, aliás, dominou aquela partida contra o fortíssimo New England Patriots, com 6 recepções, 127 jardas e 2 touchdowns; já na semana 6, Ray Lewis sofreu uma grave lesão no tríceps e tudo indicava que aquilo era o fim de sua temporada – e de sua carreira.

Os Ravens chegaram aos playoffs com apenas uma vitória nos últimos cinco jogos, perdendo inclusive em casa para o Denver Broncos, que ainda vivia no êxtase da primeira temporada de Peyton Manning como quarterback da franquia. Sério, ninguém tava cotando esse time como candidato ao título, mesmo como campeão da AFC North.

Ninguém tava esperando que Joe Flacco fosse fazer o que ele fez.

Jogo 1, Andrew Luck & Amigos: Essa foi a partida menos notável da pós-temporada de Flacco, digamos, e ele ainda assim foi bastante dominante ao longo da partida, com 282 jardas e 2 touchdowns em somente 12 passes completos. Aqui, apesar do time ter jogado muito bem como um todo, vamos dar o foco maior para a defesa, que parou com maestria os Colts (com Andrew Luck ainda um mero calouro) e garantiu a vitória na última partida de Ray Lewis em casa na sua vida.

Jogo 2, AAMM (Associação Atlética Manning e Miller): Na semana 15, os Ravens levaram uma surra categórica dos Broncos em casa, perdendo por três posses. Nos playoffs? A grande surpresa da temporada 2012. Não apenas Flacco jogou num nível altíssimo, batendo de frente com Manning e o potente ataque de Denver, como ele eternizou o grande momento de sua carreira no momento em que a temporada de Baltimore estava por um fio. Vale (muito) clicar no vídeo para relembrar – e a narração de Rômulo Mendonça foi uma das melhores da década. 331 jardas e 3 touchdowns para o quarterback.

Jogo 3, Brady e Bill: Aqui, na final de conferência, os Patriots eram favoritos, mas todo mundo sabia que o jogo seria difícil demais – lembrando que os times se enfrentaram na semana 3 e, voltando um pouco mais no tempo, também se enfrentaram na final de conferência anterior. O segundo tempo do time foi dominante e completo, com três touchdowns de Flacco (240 jardas, 3 touchdowns) orquestrando uma ótima virada e mandando o time para o Super Bowl.

Jogo 4, Casos de Família no Super Bowl: A esse ponto, todo mundo já estava alerta com o ótimo desempenho de Flacco – só que do outro lado, o San Francisco 49ers também chegava no Super Bowl com um quarterback jogando em alto nível de uma forma surpreendente, ainda na primeira temporada em que Colin Kaepernick se tornou o titular do time. John Harbaugh e os Ravens levaram a melhor sobre seu irmão, Jim, e os 49ers, cravando o título com a quarta performance quase perfeita do quarterback (287 jardas, 3 touchdowns).

Quatro jogos de playoff contra Andrew Luck, Peyton Manning, Tom Brady e Colin Kaepernick. 11 touchdowns, 0 interceptações, um título na despedida de Ray Lewis e a pós-temporada de um quarterback mais memorável que a liga já viu. Joe Flacco nunca voltou a jogar tão bem e não levou Baltimore a mais um título, mas quem torce para a franquia jamais vai esquecer a aura que se instalou sobre os Ravens de 2012, terminando um ano difícil da melhor maneira possível.

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