O fim do período de trocas parecia ter encerrado todas as surpresas que a NFL nos reservava. A madrugada do início de novembro nos mostrou o contrário. Nas primeiras horas do novo mês, Mark Davis fez a limpa no Las Vegas Raiders: Josh McDaniels (treinador), Dave Ziegler (general manager) e Mike Lombardi (coordenador ofensivo) foram demitidos.
As rescisões fazem parte de um movimento de resposta à péssima temporada da equipe. Com duas derrotas consecutivas, a equipe estagnou numa campanha 3-5 que tornou irrisória qualquer chance de alcançar os playoffs – hoje, ela é de apenas 3%, segundo estudos estatísticos.
Isso não envolve desespero, mas uma mudança necessária. Com essas saídas, os Raiders deixam (mais um) período de trevas para trás.
Preso ao passado
A contratação de McDaniels por Las Vegas possuía sucessos e riscos muito claros desde o início. Como o Deivis bem elucidou na época: “Josh possui talento nítido, porém, é preciso que ele não queira ser igual a Bill Belichick”. Na sua passagem pelo Denver Broncos, isso levou ao seu fracasso; pelos Raiders, a mesma coisa.
McDaniels seguiu a cartilha dos apadrinhados de Belichick à risca. Trouxe jogadores que passaram pela equipe de Foxboro anteriormente, foi incapaz de resolver problemas internos (vide a crise de Chandler Jones) e o desempenho em campo foi muito aquém do talento do elenco. Em meio ao caos, ele tentou se refugiar no que já conhecia, o que trouxe a pior solução possível. Assinou o atestado da mediocridade com Jimmy Garoppolo, não conseguiu trazer nada de inovador para o ataque e encaminhou a equipe para mais uma campanha tenebrosa.
Seus atos finais como treinador da equipe são uma síntese de tudo isso. Preteriu Aidan O’Connell, calouro promissor, por Brian Hoyer; fez Davante Adams e Josh Jacobs anotarem temporadas tenebrosas; não venceu o Chicago Bears, uma equipe que está deliberadamente pensando na primeira escolha geral do Draft 2024.
Josh é incapaz de abandonar seu passado. Bom, precisará retornar para ele outra vez.
Reformulação necessária
Deixemos o passado de lado e nos voltemos para o futuro. Com essa movimentação, Mark Davis deixa claro que já não pensa em mais nada para esta temporada; o foco é reformular para o ano que vem. Antonio Pierce, coordenador de linebackers, comandará o time como interino e O’Connell assumirá o posto de quarterback titular, mesmo com o retorno de Garoppolo. O recado é claro: vamos instaurar novos ares. É mais do que necessário – é urgente. Pierce será o 12º treinador dos Raiders em 20 anos, a maior marca da liga. Não há planejamento que aguenta tanta bagunça, ainda mais em uma liga de longo prazo como a NFL.
É preciso que a franquia olhe para frente. Chega de nomes como McDaniels e Jon Gruden: é necessário buscar novos caminhos. De nada adianta ter um elenco qualificado com alguém que não consegue extrair um bom percentual dele. A equipe ainda possui bons pilares nos quais se ancorar (Davante Adams, Maxx Crosby), mas precisa começar a dar sinais de nova vida.
Ao menos, o primeiro e mais importante passo foi dado. Os Raiders caminham, enfim, para sua necessária reformulação. A esperança volta a renascer no coração do torcedor de uma das franquias mais tradicionais da liga.
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