Talvez a pergunta que mais respondi desde a temporada passada acabou é se a janela do Buffalo Bills tinha se fechado. Minha resposta é enfática e sem nenhum receio: enquanto Josh Allen for o quarterback, a janela se mantém aberta. Acho o time mais fraco em termos de talento que dos últimos anos? Sim. Tenho ressalvas quanto a Sean McDermott? Sem dúvidas, para mim ele é uma versão 2.0 de John Fox no Denver Broncos nos anos de Peyton Manning.
Contudo, ao ter um quarterback de alto nível e uma equipe sólida ao redor – e isso Buffalo tem – a janela estará aberta. Basta ver o que Patrick Mahomes fez em Kansas City nos últimos dois: goste ou não, Josh Allen é o mais perto que temos de Mahomes hoje e, acredite, isso é muita coisa.
Nomes se vão, nomes vem
Quando você olha e vê nomes como Gabe Davis e principalmente Stefon Diggs dando adeus, a percepção é de que será necessária uma reconstrução longa, que te tomará grande tempo. Em geral, é isso mesmo que acontece. Todavia, novamente ter um quarterback do quilate de Allen abrevia esse processo. Não são poucos os exemplos de grandes quarterbacks que elevaram jogadores medianos, os tornando altamente produtivos. Inclusive, o próprio Allen pode ser citado como exemplo: se Davis e Dawson Knox receberam bons contratos, muito se deve ao camisa 17.
É de se convir que o corpo de recebedores dos Bills tem bom POTENCIAL. Sim, há dúvidas, mas quando elas não existem? Keon Coleman teve problemas no tiro de 40 jardas, mas sua capacidade de vencer no ar é inegável. Khalil Shakir é um nome não tão badalado, mas que teve bons jogos na segunda metade da temporada. Dalton Kincaid foi uma escolha de primeira rodada e se espera evolução na sua segunda temporada. Fora isso, o jogo corrido é um dos mais eficientes da liga e a linha ofensiva evoluiu muito em 2023: dá para acreditar tranquilamente que pode dar certo.
A estrada é esburacada, mas Allen é um 4×4
Não existe vida fácil na NFL para ninguém. Até mesmo quando um time parece imbatível, uma hora a realidade chega, vide o New England Patriots de 2007: a campanha invicta não importou em nada no Super Bowl, com o time indo para casa de mãos vazias diante do New York Giants. O calendário dos Bills é um dos mais duros da liga? Claro, é isso que acontece, em geral, com os campeões de divisão. Em 2023, Buffalo tinha a sétima tabela mais complicada e venceu 11 jogos.
A divisão ficou mais forte, a AFC é carne de pescoço, mas tirar Buffalo da briga pelo título soa insano. Enquanto Josh Allen estiver jogando no nível que está, é complicado demais tirar os Bills da disputa. Ela pode até ser uma batalha mais dura que parecia nos outros anos, mas a capacidade para brigar está lá. Tal como um boxeador, Josh Allen precisa encarar os anos que passaram apenas como rounds iniciais, onde tomou duros golpes no fim, mas sobreviveu: se essa for sua mentalidade, assim que soar o gongo da nova temporada, tudo está em aberto e o final feliz é possível.
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