Não tem jeito: o hit do momento no mundo da NFL é dar seus trocados acerca de contratos de quarterback. Ame ou odeie, não há como escapar da discussão: todo mundo quer opinar se fulano “merece” receber certa quantia, se a franquia se precipitou em amarrar seu futuro com sicrano… As recentes renovações de Jordan Love e Tua Tagovailoa reacenderam não somente este debate, como também desenterraram um outro assunto: o contrato de Patrick Mahomes.
Em 2020, o quarterback dos Chiefs recebeu sua extensão de contrato: 10 anos, 450 milhões de dólares totais, cerca de 63 milhões deles totalmente garantidos. Quatro anos depois, ele entra na próxima temporada apenas como o 6° jogador com salário mais alto. Para quem é indiscutivelmente o melhor jogador da liga na atualidade, esse “apenas” chega a surpreender a nós, reles mortais. Sorte da diretoria do Kansas City Chiefs, que a cada renovação de quarterback, sorri um pouco a mais.
Clássico, mas ainda popular
Ninguém em plena consciência aqui irá discutir se Mahomes “merece” ou não o seu contrato, a não ser que você tenha tomado o chá de acerola com cogumelo do Aaron Rodgers e esteja mais insano que o Mario. Ele é, indiscutivelmente e por unanimidade, a maior estrela da liga quase desde o primeiro dia em que virou titular em Kansas City. E assim que ele renovou seu contrato, lá em 2020 ainda, ficou muito evidente de que esse acordo ficaria bem barato num futuro próximo – como ficou, de fato.
Um exemplo disso é como a estrutura do acordo foi bem pensada desde o início. Na somatória geral, os cinco primeiros anos de salário (ou seja, até 2024) representam pouco mais de 25% do valor total. Isso porque o grosso do contrato só virá a partir de 2025, quando o valor anual dará um salto e passará a ser acima de $66 milhões. Ainda assim, o contrato de Patrick Mahomes irá comprometer mais porcentagens do cap durante três anos somente: em 2028, o salário anual volta para a casa dos 32 milhões, por exemplo.
Outro ponto crucial envolve também o salary cap da NFL. Com os cifrões de acordos de transmissão de TV, licenças e demais produtos da liga aumentando a cada ano, o teto para as 32 franquias também aumenta. Portanto, os times podem gastar mais dinheiro e contratos que, até então, pareciam salgados, passam a comprometer menos as finanças.
Os Chiefs pensaram nisso ainda lá em 2020 e se anteciparam: pagaram seu quarterback em um acordo cuja ambas as partes ficaram satisfeitas. No entanto, o que diferencia o planejamento de Kansas City de outras franquias (olá, Jerry Jones e Dallas Cowboys!) foi entender que ter um quarterback de ponta não resolve tudo. É preciso do resto também, como investir certo no Draft e manter peças-chave para seu elenco seguir competitivo – Andy Reid, Chris Jones e Travis Kelce são os maiores exemplos.
O resultado dessa história, a gente sabe: três títulos em cinco anos e, mais do que nunca, uma dinastia. Como diria Charli XCX em tradução livre: é tão óbvio, eu sou o número 1. Patrick Mahomes e os Chiefs já provaram que estarão no topo por um bom tempo, inclusive.
São novos tempos, Jerry
Com as renovações mais recentes de quarterbacks – Tua, Trevor Lawrence, Jordan Love e companhia -, todos os olhos se voltam para um lugar: o escritório de Jerry Jones. Não é novidade para ninguém que Dak Prescott está no último ano de contrato e as conversas para isso já começaram. Sem contar com as renovações de CeeDee Lamb e Micah Parsons: enquanto tudo indica que o último deva receber um novo acordo em 2025, o primeiro quer seu contrato para ontem – e nos moldes de Justin Jefferson ainda. De uma forma ou outra, o dono do Dallas Cowboys terá que retirar o escorpião do bolso em breve. O problema é que, diferente de outros anos, Jerry Jones não parece muito disposto a abrir o bolso – e, a depender dos próximos passos, terá que abrir mão de algum desses três jogadores.
A situação tomou novos contornos na última quinta-feira (25/07), quando o filho de Jerry, Stephen Jones, foi em um programa de rádio e fez comparações ao contrato (muito barato) de Patrick Mahomes com os Chiefs. Por mais que tanto a franquia, como o próprio Dak Prescott, neguem os boatos de que não haverá um novo acordo, uma coisa é certa: essa briga de braço vai se arrastar até não existir solução. Mais do que isso: se ela prossegue até agora, é porque um dos lados (leia-se o dono) não está afim de gastar mais dinheiro – mesmo que isso vire uma bola de neve para o seu lado.
O próprio Jerry Jones declarou recentemente, durante coletiva de imprensa, “que nem sempre consegue o que quer”. Se depender do andar da carruagem neste momento, a tendência é que ele fique com nada do que quer: nem CeeDee, nem Dak. Isso se ele ainda quiser o segundo – mas este é assunto para outro dia.
Para saber mais:
Especial Hall of Fame: Patrick Willis, o Sr. Excelência
Pesquisa de qualidade dos Assinantes ProFootball +: Versão 2024
5 candidatos ao prêmio de Calouro Defensivo do Ano
5 candidatos ao Prêmio de Calouro Ofensivo do Ano








