O Miami Dolphins vai ser diferente em 2024?

Não adiantou ter um ataque explosivo e bater somente em times fracos: na hora que precisou mostrar serviço, Miami afundou e caiu no primeiro jogo de playoff. Com um elenco pior que no ano passado e um cenário de incertezas, a pergunta que fica é: o que eles farão de diferente em 2024?

Dolphins

O Miami Dolphins foi possivelmente o grande fogo de palha da temporada passada. Depois de começar o ano atropelando times fracos com seu ataque explosivo, a situação desandou contra times mais fortes, com as duas últimas partidas sendo os exemplos máximos disso: a derrota para Buffalo na semana 18 (e perda do título da divisão) e a derrota para Kansas City na primeira rodada dos playoffs.

Em 2024, as expectativas estão um pouco mais baixas que no ano passado, pois Miami perdeu jogadores importantes e, pelo terceiro ano consecutivo, está de coordenador defensivo novo. No lado do ataque, as adições de Odell Beckham Jr. e companhia não necessariamente mudam o status da unidade, que continua boa. Portanto, a dúvida que não quer calar é uma só: vai ser diferente neste ano?

Weaver, eu escolho você!

Perdendo apenas para o cargo de head coach do Carolina Panthers, um dos empregos com maior rotatividade na NFL hoje é, sem dúvida, o cargo de coordenador defensivo do Miami Dolphins. São três temporadas de Mike McDaniel e três coordenadores diferentes: se arrumar mais três, já dá para o treinador entrar em um torneio Pokémon. A falta de estabilidade reflete nos números, por exemplo. No ano passado, os Dolphins tiveram a terceira melhor defesa na porcentagem de pressões no quarterback – média de 27,7% -, porém ao mesmo tempo, foi top-10 em touchdowns aéreos cedidos e 13° em big plays adversárias pelo ar.

A alternativa foi trocar de coordenador de novo: saiu Vic Fangio (com direito a alfinetadas de Jalen Ramsey e Jevon Holland), chega Anthony Weaver. Ex-assistente de Mike Macdonald nos Ravens, o novo coordenador deve trazer consigo uma das principais características desse sistema: os disfarces. Assim como aconteceu no ano anterior com Fangio, a tendência é que as blitzes sejam utilizadas de maneira pontual. Contudo, a diferença entre o sistema de Fangio em Miami com o que poderemos ver com Weaver é a forma como as pressões vão focar em confundir as linhas ofensivas. Seja em blitzes disfarçadas ou mesmo em pressões com quatro homens na linha de scrimmage, o objetivo vai ser um: fazer a linha ofensiva adversária pensar uma coisa e, assim que ela morder a isca, tirar o disfarce e partir para o seu plano inicial.

Outro ponto de diferença aqui – e isto deve agradar nossos amiguinhos Ramsey e Holland – é como o esquema de Anthony Weaver deve ser multifacetado: não no sentido de fazer mil coisas ao mesmo tempo, mas sim de utilizar seus defensive backs em funções diferentes. Se em Baltimore ele tinha Kyle Hamilton, Weaver terá, pelo menos, dois jogadores para poder explorar isso: sim, são os nossos amiguinhos acima. Que Jalen Ramsey é um cara especial e muito versátil, isso todo mundo sabe: e essa versatilidade pode virar a chave desta defesa. Tanto ele, quanto Jevon Holland podem atuar como esse “coringa”: seja no slot, seja nas posições tradicionais de cornerback e safety, respectivamente, seja no single-high, no mano a mano… As opções são vastas e com certeza Weaver irá explorar isso.

É claro que as saídas na defesa vão impactar e algumas serão menos sentidas do que outras. Se de um lado Jordyn Brooks é um upgrade a Jerome Baker e Xavien Howard já foi tarde, por outro o pass rush sofreu duas enormes perdas: Christian Wilkins e Andrew van Ginkel. O primeiro foi um dos líderes em pressões na equipe e anotou 9 sacks em 2023, enquanto que o segundo foi (e vem sendo há algum tempo) um dos EDGEs mais eficientes e subestimados da NFL. Os Dolphins ainda têm Bradley Chubb e Jaelan Phillips voltando de lesão, além de terem contratado Calais Campbell, que tem gasolina no tanque sobrando. Ainda assim é uma pequena piora, se compararmos com o ano anterior.

Depois de trocar mais de coordenador do que de sapato, está mais do que na hora de Miami estabilizar sua defesa.

(Não) Fique no status quo

Ficar no status quo só é bacana na trilha sonora de High School Musical: quando o assunto é ter a dupla de recebedores mais rápida da NFL e mesmo assim, na hora H, não ter alternativas às adversidades é a receita perfeita para a derrota. Isso passa por Tua Tagovailoa? Sim, até porque, a esta altura do campeonato, ele é o que é: um bom quarterback e que precisa entrar em ritmo, mas que quando as coisas saem do script, ele não será o fator diferencial do time.

Porém, é preciso responsabilizar Mike McDaniel também: inúmeras vezes quando o plano inicial do ataque não funcionava, ele não tinha um plano B bem desenhado – isso quando não insistia no plano A, mesmo que estivesse dando errado. É um ponto que McDaniel terá que rever para a próxima temporada, principalmente quando for enfrentar equipes do alto escalão: Chiefs, 49ers, Ravens e etc.

O ano passado mostrou que os Dolphins têm calibre e bons jogadores para brigar por mais: acabou não mostrando isso, no final. Para 2024, é preciso mais, ou senão a seca de 23 anos sem vitória nos playoffs – a mais longa da NFL atualmente – vai perdurar por mais tempo.

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