Problemas ofensivos freiam bom início de Harbaugh nos Chargers

Os Chargers são competitivos e a defesa dá bons sinais, mas os problemas ofensivos estão freando o início promissor do treinador na equipe. É necessário fazer correções de rota o mais rápido possível.

Chargers

Uma salada sem azeite e sal. Adentrando a temporada, o Los Angeles Chargers possuía pleno entendimento de que ainda não estava no ponto de ser um prato principal. O objetivo da temporada era simples: fundar boas bases sob a nova direção de Jim Harbaugh e remover a aura de fracasso que pairava sobre o clube. Em suma, ser como uma boa salada de entrada – uma saborosa preleção do que está para vir a seguir.

Bem, o início da temporada nos mostra que Los Angeles tem cacife para montar uma salada bonita. É um time que compete e já começa a demonstrar boa identidade defensiva. No entanto, falta tompero. É um 3-3 insosso, em uma campanha que até pode levar o time à pós-temporada, principalmente pela tabela relativamente fácil. É preciso, contudo, que esse time comece a refinar sua culinária para não ficar relegado à mediocridade. E ela começa pelo ataque.

Correr faz bem, mas é preciso mais 

Não teria como esperar algo diferente. Ao colocar Greg Roman como seu coordenador ofensivo, Harbaugh já estava assumindo a predileção terrestre de seu ataque. Nenhum problema com isso. O jogo terrestre funciona bem, com J. K. Dobbins tendo um início de temporada muito positivo. É uma identidade válida e positiva, desde que bem balanceada.

Só que ninguém avisou Roman da segunda parte da sentença. Aliás, sua hospedagem em Baltimore deixou nítido que ele não faz ideia da existência dessa parte. O jogo aéreo é desbalanceado, com carência de armas e muito mal formulado. A partida contra o Arizona Cardinals foi de doer os olhos – e estamos falando de um confronto no qual os Chargers contavam com uma vitória pelas aspirações de pós-temporada.

É ataque que se posiciona muito aquém do que pode verdadeiramente entregar. Justin Herbert é um passador que lhe permite atacar todas as faixas do campo e amplia seu leque de opções, mas Roman as reduz ao tentar encaixar uma filosofia ofensiva que não é condizente com o passador que tem em mãos. Hoje, o quarterback está reduzido a menos de 200 jardas aéreos por jogo, na média. Muito pouco para quem passou das 5.000 jardas em 2021.

Veja bem, é um ano de transição, mas esta é, justamente, a maior preocupação. O ataque dos Chargers tem identidade, mas não tem eficiência e minimiza o impacto de um quarterback talentoso. E o esquema aqui fala mais por si do que a falta de peças. O segundo ponto é importante, já que o corpo de wide receivers é pífio – somente Ladd McConkey, calouro, passou das 200 jardas recebidas (265) -, mas está longe de ser a única explicação para os problemas ofensivos. Vamos aos números.

Mudar enquanto é tempo 

Na NFL, não há margem para ser teimoso. Em algum momento da temporada, a insistência na ineficiência cobrará seu preço. Harbaugh é um treinador que já chegou a ser vice-campeão e agregou plena experiência no nível universitário. Sabe bem como o futebol americano funciona. É a hora de demonstrar que precisa adaptar certas filosofias.

Hoje, o ataque dos Chargers é apenas o 24º em EPA/jogada, 25º em pontos ofensivos/partida. Quando analisamos o jogo terrestre que, em tese, deveria ser a fortaleza da equipe, o cenário não se altera: 24º em EPA/jogada e 27º na taxa de sucesso das corridas, segundo o TruMedia. Quando a obviedade chega, se torna mais fácil combater o sistema de uma equipe, principalmente quando não há alternativas.

Não há exemplo mais claro do que foi visto com o próprio Roman em Baltimore. Era difícil parar o ataque dos Ravens, porém, quando uma equipe conseguia neutralizar o jogo terrestre, o ataque aéreo não agregava a mesma produção. Só que o ataque de Los Angeles não tem nem de perto a mesma eficiência que o da equipe de Maryland entre 2019-22.

Leia-se, mudanças são necessárias. Não espero que a identidade vá mudar. Roman foi escolhido por Harbaugh para formular um ataque no qual o jogo terrestre é arma prioritária. É preciso, entretanto, apresentar variações e, principalmente, conseguir extrair o melhor de Herbert. Os Chargers possuem uma boa defesa e um time competitivo, não podem ficar travados na temporada em virtude de teimosias ofensivas que comprovadamente não estão funcionando.

Para saber mais:
Rams deixam claro recado: a temporada não acabou
Ep 103: Recap da semana 7 da NFL 2024
O Pittsburgh Steelers continua firme na disputa
Elevador da NFL: quem subiu e quem desceu após a Semana 7

Quer ter todo conteúdo do ProFootball rapidinho em seu celular ou computador sem perder tempo? Acesse nosso grupo no WhatsApp e receba tudo assim que for para o ar. Só clicar aqui!

“odds