Colts erram de forma grosseira com Anthony Richardson no banco

Todo mundo sabia que o quarterback era um projeto de longo prazo; colocá-lo no banco vai atrasar e prejudicar bastante o futuro da franquia

Richardson

A grande notícia do dia é que o Indianapolis Colts apertou o botão de pânico e colocou o quarterback Anthony Richardson no banco para a Semana 9, passando a titularidade para Joe Flacco no Sunday Night Football contra o Minnesota Vikings. Esse será o quarto jogo do veterano na temporada se não contarmos o ocorrido no último domingo – ele lançou 7 touchdowns e 1 interceptação até o momento, enquanto Richardson tem 4 touchdowns e 7 interceptações.

Parece uma decisão sensata se olharmos os números frios, mas não se engane: ela é péssima. O botão de pânico foi apertado e a troca de quarterbacks foi efetuada sacrificando o longo prazo por uma ou duas (possíveis) vitórias a mais. Mais ainda, vai contra tudo que se esperava de Richardson e da paciência que era necessária para seu desenvolvimento.

Mudar o curso com Richardson é péssimo

Eu quero ser bastante claro nesse ponto: esse texto não é uma defesa das atuações de Anthony Richardson desde que ele chegou na liga em 2023. Embora as estatísticas do jogo do último domingo assustem (10/32, 1 TD, 1 INT), quem assistiu o jogo sabe que a atuação foi bem menos pior do que os números mostram. Mais ainda: Flacco jogou consideravelmente melhor do que o segundanista quando esteve em campo.

O grande problema com essa decisão é que ela bate de frente com tudo que envolveu usar uma escolha de top 5 em Anthony Richardson. Durante sua carreira no College Football, ele só foi titular por 13 partidas, e sua grande explosão veio a partir da metade de sua última temporada jogando em Florida. Os Colts não o escolheram tão cedo pelo que ele faria em 2023 ou 2024: Indianapolis adicionou um quarterback com pouquíssima experiência, ótimos atributos físicos e potencial no teto. O que eles precisariam era de paciência.

O que mudou de lá pra cá?

São apenas 10 jogos em sua carreira de titular na NFL, alguns flashes de produção e vários momentos ruins que são esperados de um quarterback tão inexperiente. O ponto é – e sempre foi – esse: os Colts escolheram um quarterback que teria de sofrer um pouco em campo para desenvolver e se tornar mais experiente. O Buffalo Bills fez isso em 2018 e 2019, aparando as arestas do jogo de Josh Allen para colher os frutos em 2020. A paciência deu frutos.

E, ok, a ótica por trás da decisão de sair de campo para descansar por um snap no terceiro quarto não é nada boa. Só que as cobranças públicas – e as discussões – chegaram já na segunda-feira. A lição está ali para ser aprendida, e se isso pesou na decisão final de bancá-lo, não ajuda muito a tomada de decisão dos Colts.

O problema não é Joe Flacco

Nada contra Flacco, que jogou em bom nível com o Cleveland Browns em 2023 e o continua fazendo em 2024 quando chamado ao campo. Mas vale mesmo a pena ganhar um ou dois jogos ao invés de continuar desenvolvendo seu quarterback do futuro? Será que chegar em playoffs nessa temporada (e, francamente, com pouquíssimas chances estando lá) é tão mais importante do que continuar a trabalhar o que Anthony Richardson tem potencial de fazer?

Esse é um indiscutível upgrade na posição de quarterback. O grande problema está no processo por trás da decisão. Se você escolhe um jogador sabendo que precisa de paciência no desenvolvimento, não existe como cortar caminho. É mais uma decisão ruim de uma franquia cujas decisões carecem de lógica já há algum tempo.

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