Há um velho ditado que diz: é mais fácil subir ao topo do que permanecer nele. O San Francisco 49ers está passando na pele por isso neste ano: depois de um 2023 meteórico – que terminou de forma amarga no Super Bowl, eu sei -, 2024 começou mais turbulento que a torcida imaginava. Derrotas e campanha negativa no começo, lesões para todos os lados, o ataque penando na redzone, defesa jogando abaixo e até os special teams dando problemas. Parecia que tudo dava errado com o time, tanto que, caso continuasse assim, o sinal de alerta ia zunir em Santa Clara.
Corte para a semana 10, com uma vitória suada em cima do Tampa Bay Buccaneers. Teve coisas boas e ruins: Brock Purdy jogou muito bem; Christian McCaffrey, Deebo Samuel, George Kittle e Jauan Jennings apareceram cada um da sua maneira; a defesa teve uma partida boa também… Mas a mesma defesa continua com problemas em 3° descidas e redzone, por exemplo: isso sem contar com os erros de field goal adoidados.
O time está jogando bem como ano passado? Não e, a esta altura da temporada e com o tanto de lesões, a tendência é que nem chegue perto desse nível. No entanto, o jogo de domingo foi a prova de que, se manter a solidez, os 49ers têm grandes chances de vencer – e serem um perigo na NFC.
Tem horas que voltar ao básico é o melhor caminho
Nem tudo vai ser igual para sempre na NFL, para a graça de alguns e a desgraça de outros. Era praticamente impossível que San Francisco mantivesse o mesmo ritmo de 2023 com tantos desfalques em todos os lados da bola: Brandon Aiyuk, Javon Hargrave, etc. Isso sem contar com os problemas de execução que o time teve durante as primeiras semanas. Às vezes, voltar ao básico é o melhor caminho para achar um equilíbrio: ao que tudo indica, é o que os 49ers estão fazendo.
Quando eu digo “voltar ao básico”, significa evoluir aos poucos e, com paciência, reencontrar a fórmula que faz essa equipe ter sucesso: um jogo terrestre forte e play-action funcionando, além de uma defesa pressionando muito o quarterback adversário. Apesar das dificuldades (vamos falar mais delas em breve), nas últimas semanas San Francisco vem voltando ao básico – e a partida deste último domingo é a prova viva disso.
13 tentativas para 39 jardas corridas e nenhum touchdown. Os números da estreia de Christian McCaffrey foram tímidos pelo chão, porém a presença dele já valeu tudo. Por mais que o jogo corrido não tenha entrado contra Tampa, ter McCaffrey em campo te dá mais alternativas e torna o ataque mais versátil: vide as seis recepções dele para 68 jardas aéreas. Com isso, os outros jogadores ganham mais liberdade e, de quebra, produzem mais. No último jogo, por exemplo, todos os recebedores passaram das 55 jardas aéreas: desde Kittle até Jauan Jennings, que quase chegou a 100. Quem sorri com isso é Brock Purdy – que, inclusive, teve uma partidaça no domingo: 25/36 de passes completos, 353 jardas passadas e 2 TDs.
Porém, os sinais de melhora não apagam alguns problemas recorrentes da equipe nesta temporada. A secundária segue tendo dificuldades contra o passe e a defesa, como um todo, segue mal em terceiras descidas. Hoje, os 49ers cedem cerca de 43,1% de conversões de terceiras descidas, a 9° pior marca da liga. Embora Tampa tenha dado os seus próprios tiros no pé, San Francisco brincou mais com o perigo do que o habitual – e isso, principalmente, é algo que o time precisa resolver logo.
Vamos deixar a meta aberta
Kyle Shanahan vai precisar deixar a meta aberta e, quando atingi-la, vai ter que dobrar essa meta. Em outras palavras: vencer é lindo, ficar com campanha positiva e entrar na briga pela divisão é mais bonito ainda, mas é preciso ajeitar as arestas e parar de dar tiros no próprio pé, pois na hora que você mais precisar, esses erros podem se voltar contra você.
Os problemas de controle de relógio melhoraram, porém os 49ers continuam penando com os special teams. Apesar de ter chutado o field goal da vitória, Jake Moody errou metade das tentativas de chute e segue sendo horrível. Ainda falando em special teams, teve um erro de retorno no segundo tempo do jogo que deu campo curto para Tampa e, por pouco, não custou a vitória. Embora demonstre uma curva de melhora (e a tendência, agora com McCaffrey de novo, é que melhore mesmo), o ataque ainda pena na redzone: atualmente, é o 4° pior da liga, com 47,4% de sucesso nas últimas jardas do campo.
Quanto mais perto do final da temporada regular, mais o funil diminui e qualquer margem de erro custa caro no futuro. San Francisco precisa evitar cometer vacilos se quiser competir lá em cima. Para o azar dos adversários, porém, esse time é mais do que gabaritado para isso.
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