Uma decepção incalculável. A temporada 2024 do Dallas Cowboys representa, possivelmente, a maior quebra de expectativa de um time neste ano. A franquia do Texas não faz sombra ao time 12-5 que venceu sua divisão, mas que acabou amargando (mais uma) derrota precoce nos últimos playoffs. Havia o entendimento que existiam problemas de profundidade no elenco, mas a base permanecia a mesma e a expectativa era de que a equipe fosse forte postulante à pós-temporada.
Ficou na expectativa.
Mike McCarthy continua seu projeto de “técnico de papelão”, a defesa sofreu com a lesões e com a saída de Dan Quinn, e o ataque é moroso. Não há decepção maior, contudo, que Dak Prescott. Fora do restante da temporada após se submeter à cirurgia pela lesão na coxa, o quarterback postulou atuações de baixíssimo nível neste ano, ainda mais quando se coloca na balança o gigantesco contrato que o firmou como o passador mais bem pago da liga.
Estar 3-6 e sem seu quarterback sinaliza o iminente fim da temporada de Dallas. É hora de começar a arrumar a casa para tentar melhor sorte no ano que vem. Ainda que eu sinta que estou falando palavras ao vento, Jerry Jones precisa entender os problemas existentes no elenco para corrigi-los na intertemporada.
E também é preciso entender ainda mais: Dak Prescott é o menor deles.
Um problema técnico – e de técnico
É preciso ter profundidade de elenco na NFL. Brincar com as probabilidades sempre custará caro, pois, inevitavelmente, lesões atingirão seus principais jogadores e você precisará contar com um bom grupo para que elas não botem a temporada a perder. Dallas foi negligente com isso e agora colhe os frutos. Não há qualidade técnica o suficiente dentro de campo – e muito menos fora dele.
A saída de Quinn já prenunciava que a defesa sofreria sem seu mentor. A troca por Mike Zimmer se mostrou infrutífera, com o atual comandante se mostrando incapaz de reproduzir a agressividade que fora característica da unidade nos últimos dois anos. Uma missão que se tornou ainda mais complexa com as lesões de DeMarcus Lawrence e Micah Parsons, massacrando o pass rush da equipe e expondo todo o grupo.
Na parte ofensiva, o mesmo problema foi visto. Jerry foi negligente com o jogo terrestre na intertemporada e não havia como outro resultado prevalecer dentro de campo. Apostar em Ezekiel Elliott em 2024 diz muito sobre o estado atual do grupo, o qual negligenciou Derrick Henry e possui em Rico Dowdle seu principal corredor. É uma grande desconexão, inclusive, com o plano de jogo de seu coordenador ofensivo, Brian Schottenheimer, que depende desse artifício para executar o play-action: Prescott se utilizou dessa ferramenta em 26% dos recuos de passe nos últimos anos; nesta temporada, 16% (redução de quase 40%).
