Se o telão no Levi’s Stadium pudesse dizer algo à torcida dos 49ers, certamente diria a seguinte mensagem: deu ruim. A derrota para o Seattle Seahawks em casa foi amarga não só pela forma como foi: mais uma vez com o time dando tiros no próprio pé no último quarto de partida. Ou porque está com campanha 1-3 na NFC Oeste: isso também é igualmente ruim. O verdadeiro problema, na verdade, ainda está por vir.
San Francisco pega Green Bay, Buffalo e Chicago nas próximas semanas e precisa ganhar dois desses jogos no mínimo para se manter vivo na briga pelo wild card. Porém, caso perca para Green Bay no próximo domingo, aí a temporada vai mesmo de arrasta: o time ficaria 5-6 e as chances de playoffs caem para 16%. Nem tudo será igual como antes: em 2024, os 49ers estão aprendendo isso da maneira mais agridoce possível.
Tem que rodar a faca, Kyle
Se Kyle Shanahan tivesse dado ouvidos aos conselhos (e ido nas rodas de samba) de Maestro Júnior, certamente nada disso estaria acontecendo. Brincadeiras à parte, não é de hoje que San Francisco tem problemas em fechar partidas e, neste ano, isso ficou mais do que evidente. Duas das derrotas dentro da divisão, para Cardinals e Rams, aconteceram dessa forma: a equipe chegava no final do último quarto liderando a partida, mas uma série de tiros no próprio pé davam oportunidades para o adversário – e, de quebra, vinha a derrota. Esse fantasma pairou ao longo das últimas semanas, quase aparecendo no jogo contra Tampa, por exemplo. Para a tristeza do torcedor dos 49ers, porém, o fantasma do último quarto apareceu contra os Seahawks.
Tudo começou com San Francisco liderando o placar por 17×13. A defesa conteve Seattle, forçou um turnover on downs e deixou o ataque com quase quatro minutos de sobra no relógio. Pois bem: o que seria, em outros carnavais, uma boa oportunidade (às vezes fácil) para o time fechar o jogo de vez, virou outra dor de cabeça. O ataque dos 49ers teve um three-and-out e, para completar, o punt deixou o ataque dos Seahawks na linha de 20 jardas. Com 2:38 restando no relógio, coube à defesa frear mais uma vez Geno Smith e seus amigos. Porém, assim como aconteceu com o ataque, veio outra dor de cabeça – ou melhor: Geno conduziu a campanha da vitória para Seattle.
É como se os velhos problemas surgissem apenas nos últimos minutos de partida: na verdade, é exatamente isso que acontece. A defesa continua tendo dificuldades em terceiras descidas: San Francisco ainda é o 9° time que mais cede conversões, com média de 43,4%. Além disso, os números na redzone também não são dos melhores: 10° da liga, cedendo cerca de 62% aos adversários. Do outro lado, o ataque também encontra problemas em pontuar: é o 7° pior na redzone, com 48,8%. Com isso, caiu a média de pontos por jogo. Em 2023, era de 28.9 pontos por jogo. Em 2024, ela caiu para 25 pontos por jogo. As coisas não funcionam do mesmo jeito como no ano passado e, a cada semana que passa, a impressão que passa é que falta gás para recuperar o prejuízo.
A verdade dói mais que a ressaca
Escrever este texto depois de se perguntar, uma semana antes, se os 49ers tinham encontrado um certo equilíbrio é mais do que ganhar um certificado de trouxa: é enxergar que nem tudo é o que parece ser. Para além das lesões, a temporada do San Francisco 49ers em 2024 é diferente da anterior por um motivo meio simplista até: as coisas simplesmente não funcionam. Tem algo que não clica e deixa as coisas fora de sincronia. Isso se reflete no número de pontos. Dos 10 jogos disputados até agora, San Francisco marcou 30 ou mais pontos em apenas três: dois para times moribundos com campanha negativa (Patriots e Cowboys) e o outro, para o mesmo Seattle Seahawks cujo perdeu no último domingo.
O jogo contra o Green Bay Packers é, literalmente, de vida ou morte. Embora a defesa tenha dado uma pequena estagnada nas últimas semanas e Jordan Love pareça estar jogando sob efeito da musiquinha do Jigglypuff, os Packers são os favoritos nesta partida e ainda jogarão no Lambeau Field. San Francisco tem um bom elenco, um ótimo treinador e pode ganhar essa partida sim, caso tudo se alinhe e o time jogue em alto nível. Mas é justo aí que mora o problema: se teve algo que os 49ers não fizeram ainda neste ano, foi ter atuações de encher os olhos e, principalmente, ter gás para superar as adversidades. Se Green Bay vencer, será a pá de cal na temporada dos 49ers – e, para a torcida, a prova de que a realidade é mais dura de aturar que o imaginado.
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